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Produção artesanal qualificada muda vida de trabalhadores

A associação de artesãos Comfibra, no município de Jacarezinho, no Norte do Paraná, tem sido um importante instrumento de inclusão social da região e vem servindo de exemplo como proposta empreendedora devido à melhoria de condições de vida e renda das famílias locais. A região é conhecida pela produção de açúcar e álcool, mas desde 2003 vem se destacando pela produção artesanal, fruto de incentivos e de uma parceria entre Sebrae, prefeitura, associação comercial e governo do estado.

Os cursos de capacitação técnica e gerencial do Sebrae permitiram que muitos boias-frias trocassem o trabalho de corte de cana nas lavouras pelo ofício de artesão. Outros abriram seus próprios negócios. A Comfibra, que já qualificou mais de 1,5 mil pessoas para a produção de artesanatos com argila e fibras de bananeira e taboa, possui 35 associados, 40% deles ex-boias-frias, além de ex-domésticas e ex-diaristas.

Um exemplo é Antonia de Fátima de Oliveira Ferreira, ex-cortadora de cana e hoje presidente da entidade. Com o resultado da venda de artesanato, ela reformou a casa e pôde pagar os estudos do filho Júnior Ferreira, que faz faculdade de Administração.

A estratégia de intervenção do Sebrae foi estimular o uso da matéria-prima local e fazer a inserção técnica de itens como a gestão no mercado artesanal, com foco em vendas, organização da produção, formação de cooperativas, elaboração e
apresentação de novos produtos e adequação de designs. “Todas as ações respeitam as características regionais e culturais para manter o simbolismo, a arte, a história e a criatividade dos artesãos”, diz o gestor da Carteira de Artesanato do Sebrae Nacional, Maurício Tedeschi.

Diversificação
O estado do Acre é outro exemplo de ação bem-sucedida do Sebrae em inserção social sustentada. Desde 2006 é feita a exploração de matérias-primas abundantes na Amazônia para a produção artesanal solidária.

Uma das propostas do Sebrae no estado foi a diversificação dos produtos para ampliar o mercado. Isso fez crescer a diversidade para mais de 300 peças, antes concentradas em biojoias. “Os novos produtos permitiram aos artesãos uma renda entre R$ 500 a R$ 6 mil”, diz o coordenador de Artesanato do Sebrae no Acre, Aldemar Maciel. Entraram na produção peças decorativas com arte local, como velas, esculturas, marchetaria, fruteiras, luminárias, etc.

A Cooperativa de Produtos e Serviços Econômicos e Solidários do Acre (Cooesa) e as associações Sementes Vivas e Mulheres Agroextrativistas do Rio Crôa são três bons exemplos dos resultados das ações de inserção social sustentada desenvolvidas pelo Sebrae com prefeituras e a Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer.

A Associação Sementes Vivas reúne 12 produtoras de artesanato com sementes que dão ênfase à pesquisa de cores, modelos, tendências e estética. O trabalho é considerado sustentado pelo cuidado na colheita da matéria-prima e pelo respeito aos processos de manejo e beneficiamento.

A experiência na Sementes Vivas estimulou a criação da Cooesa, que fechou no Salão de Turismo de São Paulo, em julho, a venda de 10 mil peças de biojoias para a rede espanhola de lojas de departamento El Corte Inglês. “Nunca vendemos tanto assim de uma só vez”, afirmou Maria de Fátima Martins, à frente da entidade.

Já a Associação das Mulheres Agroextrativistas do Rio Crôa reúne 12 mulheres artesãs que transformam fibra de carrapicho, buriti e cipó em biojoias, tapetes, cestas e bonecas, já vendidas em grandes redes de lojas do Sudeste. O início do trabalho do Sebrae com essa entidade se deu em 2004, com a intervenção do núcleo de design para sugerir novos produtos e aperfeiçoamento dos existentes. (Do site Tosabendo.com)

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