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Professores da rede pública do Estado têm muito a comemorar

Muitos ganhos foram alcançados ao longo dos últimos 12 anos. As negociações salariais com a categoria dos profissionais da educação levaram o Governo do Estado a atingir um dos melhores pisos salariais pra professores em início de carreira, com carga horária de 30h, entre todos os Estados brasileiros.
Alunas
 A luta pelo reconhecimento e valorização da categoria rendeu a instituição um Plano de  Carrei-ras que assegura promoções e progressões funcionais, além do estabelecimento de gratificações de valorização e desenvolvimento profissional e da gestão. Outra conquista significante foi o piso salarial para professores com formação de nível superior, que em 1998 era de R$ 404 e em 2010 atingiu R$ 1.675,79, considerado o melhor do Norte e um dos melhores do Brasil.

Ao final de 2012, como resultado do último processo de negociação salarial, realizado em maio de 2010, o professor acreano terá atingido um salário ini-cial de R$ 2.010. Se, conforme permitido por lei, o profissional for detentor de dois contratos de professor, como acontece em larga escala no Acre, em dezembro de 2012 este não receberá menos do que R$ 4.020.

O secretário de Estado de Educação e Esporte, Daniel Zen, chama atenção para “o programa de formação inicial de professores, onde o Acre se tornou, ainda no primeiro semestre de 2011, um dos poucos estados brasileiros a superar a marca de mais de 90% de seu quadro de professores da rede pública estadual de ensino com formação de nível superior, totalizando 94%. Os Programas de formação habilitaram, aproximadamente, 9.600 professores, desde o seu início em 1999 até 2011”, informa.

 As conquistas não pararam por aí. Ainda de acordo com Daniel Zen, “o programa de formação continuada assegura também a constante atualização e aperfeiçoamento no manejo de novas técnicas metodológicas e na experimentação de novas práticas pedagógicas, garantindo o horizonte de melhoria da qualidade da educação. Os investimentos em tais programas totalizaram R$ 47,2 milhões”, afirma.

 O conjunto de todas as ações e investimentos realizados até agora resultou na escalada da educação do Acre no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): de 26º lugar no ranking nacional em 1999, saltamos para 7º lugar, considerando a média a partir das notas obtidas nos três ciclos de ensino avaliados pelo Inep.

Professores destacam conquistas e o papel social desempenhado por eles
Além das conquistas sala-riais e das oportunidades oferecidas aos educadores, para que eles continuem avançando e melhorando as técnicas pedagógicas, destacam-se os papéis de colaboração na construção do caráter dos alunos e de agente social que a profissão requer.

“A educação do Acre não é mais a mesma”, afirmou o professor da Escola Heloisa Mourão Marques, Marcio Mourão, ressaltando com entusiasmo a melhoria observada na estrutura das escolas, e destacando o benefício da aquisição dos netbooks e da descentralização de recursos e das capacitações a que os professores são contemplados, os quais, segundo ele, tem contribuído para melhorar a qualidade da educação. “Hoje, tenho orgulho e prazer de ser professor. Desempenhamos também o papel de pai, mãe, psicólogo e amigo. Ser professor é se doar com amor ao processo da docência, pois somente com amor é que assumimos o compromisso com a formação de pessoas éticas e cidadãs”, afirma.

A professora Quésia Nogueira enfatiza a positividade e a construção de um ambiente propício para a troca de conhecimento. “Algumas vezes, ser professor é renunciar às suas necessidades para atender a dos alunos, quando você percebe que neles existe a vontade de realmente aprender. Plantando este tipo de trabalho tudo muda, e nós sempre colhemos os melhores frutos”, destaca.

Sinteac intensifica luta pelo Plano Nacional de Educação
JORGE NATAL

A luta pela aprovação, ainda neste ano, do Plano Nacional de Educação (PNE) deve ser intensificada no próximo dia 26 de outubro, em Brasília, com um ‘grande ato público’. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) está organizando a mobilização nacional com o objetivo de aumentar a pressão em cima do poder público. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) vai enviar representantes do Acre. O PNE é o plano que contém as metas e diretrizes para a área de educação no período de 2011 a 2020.

O presidente do Sinteac, Manoel Lima, disse que as bandeiras de luta ‘giram’ em torno de três eixos: a formação continuada, melhores condições de trabalho e uma política de valorização salarial. “Essa manifestação terá como pauta principal a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, além do piso e carreira. A meta inicial do governo é de 7%”, informou o sindicalista, acrescentando que o percen-tual atual não chega a 5%.

“O aumento do percentual de financiamento é uma forma de garantir a valorização dos profissionais de educação com piso salarial, plano de carreira e formação continuada. A cobrança desse aumento foi feita por representantes de entidades de professores e técnicos de ensino em audiência pública conjunta da Comissão de Educação e Cultura e da Comissão Especial, que analisa o PNE, ocorrida no dia 31 de agosto”, informou Manoel Lima. 

No ‘plano estadual’, ele destaca que ‘houve avanços’, citando as estatísticas nacionais que colocam a educação do Acre como a décima melhor do país. “Não podemos deixar de lembrar que o nosso Estado foi o primeiro no Brasil que formou, com nível superior, todos os professores da rede estadual. É preciso prover a estrutura para que o professor possa trabalhar com qualidade, com o fornecimento de livros de qualidade, inclusão digital, cursos de qualificação e intercâmbio com profissionais de outras instituições de ensino”, exemplificou.

A manifestação do dia 26 terá como tema ‘10 mil pelos 10% do PIB para a educação’. Além de pressionar os parlamentares sobre o financiamento da educação, a marcha será uma forma de chamar a atenção de toda sociedade para os problemas da rede pública de Ensino. “Somos intransigentes quando o assunto é de interesse da Educação Pública”, apregoou Lima, que também defende uma partilha proporcional entre os Estados com relação aos recursos do Pré-sal.

 

 

 

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