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Quase 300 escravas sexuais são resgatadas na fronteira do Acre

A polícia nacional do Peru resgatou 293 mulheres vítimas do tráfico sexual nas proximidades de campos de mineração na Província de Madre de Dios, área de fronteira entre o Acre e o sudoeste peruano. A maioria delas foi salva em Puerto Maldonado, município que fica a cerca de 230 Km de Assis Brasil (e 560 Km de Rio Branco), no Acre. As outras vítimas foram retiradas de comunidades isoladas no meio da selva, na mesma região.
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Os resgates se deram através de uma empreitada pontual da polícia peruana, a fim de desmantelar o esquema de escravidão sexual no local. Pelo crime, foram detidos 4 suspeitos de serem ‘agenciadores’ das vítimas. A operação (que envolveu cerca de 400 agentes perua-nos) aconteceu durante o último final de semana. O seu resultado foi anunciado na segunda (3), pelo vice-ministro do interior do Peru, Luis Otárola.
As ‘escravas sexuais’ esta-riam sendo forçadas a se prostituir em mais de 50 estabelecimentos noturnos clandestinos que ‘atendem’ tanto os mineradores, quanto os moradores das selvas do local. Elas viviam em condições desumanas, em cativeiros dos prostíbulos, e estariam sendo usadas como ‘moedas’ de negócio de grupos mafiosos de Madre de Dios.

Das mulheres resgatadas, haviam 7 menores (a mais nova delas tinha só 13 anos). A polícia ainda não divulgou a origem de todas as vítimas. A maioria delas é do Peru (das cidades de Cusco e Punos). Mas muitas outras também foram trazidas para a região por meio de rotas de tráfico humano (uma destas rotas, inclusive, passaria por Assis Brasil, no Acre). Além de serem ‘iniciadas’ no mundo da prostituição, elas também eram usadas no trabalho servil. 

O tráfico sexual e a prostituição foram práticas que cresceram descontroladamente na região de Madre de Dios, nos últimos 5 anos. Com efeito, um estudo da organização britânica Save The Children identificou que só nos campos minérios da referida região há cerca de 1,1 mil crianças e adolescentes sendo usadas para práticas análogas a escravidão e para a prostituição.

A polícia peruana deve continuar realizando investidas para conter práticas ilícitas (além do tráfico humano, o de drogas, combustível e de madeira ilegal) na região, tendo já aberto um posto policial no povoado de Mazuko, a 150 Km de Inãpari (e de Assis Brasil). (Com informações da BBC Brasil)

 

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