O Brasil possui, atualmente, 4.856 crianças aptas a serem adotadas. Os dados, revelados no último balanço do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apontam que ainda que o país possui cerca de 30 mil crianças em abrigos de instituições governamentais e não governamentais.
O cadastro foi criado pelo Conselho em abril de 2008 para concentrar informações de todos os tribunais de justiça do país referentes ao número de pretendentes e crianças disponíveis para encontrar uma nova família, bem como acompanhar este tipo de procedimento judicial nas varas da infância e juventude espalhadas pelo Brasil. As informações visam auxiliar os juízes na condução dos procedimentos de adoção.
O cadastro do CNJ também revelou o perfil exigido pelos pretendentes que, na opinião de especialistas, continua a ser o grande entrave para a adoção dessas crianças. Dos 27.264 pretendentes cadastrados para adotar, apenas 585 declararam aceitar somente crianças da raça negra. Afirmaram aceitar somente crianças brancas 10.173 dos adotantes, e somente crianças da raça parda, 1.537. Aqueles que se manifestaram indiferentes à raça somam 9.137.
Os pretendentes também deixaram claro o desinteresse em adotar crianças com irmãos. De acordo com o CNA, 22.702 inscritos manifestaram o desejo por apenas uma criança. O número de interessados em adotar até duas crianças cai para 4.461.
“Trata-se de preferência que temos que trabalhar para mostrar aos pretendentes que tal perfil não significa maior efetividade do vínculo que se irá estabelecer com a adoção. Já sentimos melhora, mas muito ainda deverá ser feito por todos que devem garantir os direitos das crianças e adolescentes”, opinou o juiz Lupianhes Neto. (Agência Envolverde)