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Secretário de Floresta nega denúncias de irregularidades no Antimary

O secretário de Floresta, João Paulo Mastrângelo, negou ontem, as denúncias de irregularidades nos contratos firmados entre as famílias que moram na Floresta Estadual do Antimary e a empresa Laminados Triunfo. Ele disse que o processo de negociação foi realizado de forma participativa em todas as etapas, sem que fossem levantados questionamentos por parte da comunidade. 
Joao-Paulo
João Paulo lembra que das 53 famílias que moram no Antimary, 49 participaram da assinatura do contrato, oportunidade em que foram lidas todas as cláusulas. “O deputado Wherles Rocha participou do ato e assinou como testemunha”, lembrou.

Ele explicou que as famí-lias estão recebendo o valor de R$ 880 por mês, que acordado com a empresa, referente à safra 2011. Todo processo está autorizado pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
“A madeira está sendo retirada de uma área de dois hectares, conforme o que está previsto no contrato, sem nenhum prejuízo para as famílias. O dinheiro é depositado diretamente na conta das famílias, sem nenhuma interferência. Também está sendo trabalhada linha de crédito especial para os extrativistas aplicarem na pequena agricultura”, disse.

Sobre as denúncias feitas na Assembleia Legislativa (Aleac) pelo deputado estadual Wherles Rocha (PSDB), ele lembrou que existe um problema que já está sendo estudado pelo Governo, em relação às famílias que estão na Floresta do Antimary, em uma área próxima a dois assentamentos.

O Governo, segundo o secretário, está estudando uma forma de solucionar o problema, evitando prejuízos às famílias, conforme a legislação. “Nós fizemos algumas reuniões com essas pessoas para explicar o problema e há um compromisso de buscarmos uma saída para o problema. Estamos tratando de uma Floresta Estadual, que foi criada a partir de legislação federal”, ressaltou.

João Paulo lamentou mais uma vez o fato ocorrido na última segunda-feira, 3, e disse que foi até o Antimary para conversar com as famílias e reafirmar o compromisso do Governo de buscar uma solução para o problema.“Acontece que pessoas que não fazem parte da comunidade tentaram atrapalhar todo processo, com fatos que não são verdadeiros. esse não é um processo fácil, pois existe uma legislação que deve ser obedecida. Mas continuamos em busca de uma solução”, garantiu.

Manejo florestal garante benefícios para o Estado
O secretário João Paulo lembrou ainda que o Plano de Manejo da Floresta do Antimary é legítimo e traz muitos benefícios para as famílias, sem prejudicar o meio ambiente. Para se ter uma idéia, o Acre possui mais de seis milhões de hectares de terra com poten-cial para manejo de floresta. Atualmente das 283 mil hectares licenciadas, somente 30 mil hectares são efetivadas por ano.

“A produção de madeira em tora do manejo florestal movimenta uma economia em torno de R$ 160 milhões por ano, distribuídos desde o valor pago pela madeira até os serviços de produção e transporte até o pátio da indústria. Outro dado importante é que as indústrias florestais do Acre movimentam aproximadamente R$ 400 milhões por ano, entre pagamento de salários e recolhimento de impostos”, revelou.

Essa movimentação garante mais de R$ 68 milhões de ICMS por ano aos cofres públicos. Aliado a isso, 96% do suprimento de matéria-prima florestal do Acre é oriunda de Planos de Manejo Florestal Sustentável, enquanto na Amazônia 80% é fruto de ilegalidade. 

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