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Sexo com animais é responsável por dobrar casos de câncer de pênis

Uma pesquisa liderada pelo Hospital A. C. Camargo em parceria com outros 16 centros brasileiros de tratamento de câncer reuniu quase 500 pacientes e mapeou o comportamento sexual da população rural do país. Mais de um terço (34,75%) dos homens entrevistados já tiveram um ou mais casos pessoais de zoofilia. Trabalho será publicado na próxima edição do Journal of Sexual Medicine, revista científica mais importante de medicina sexual do mundo.

Trata-se de um estudo caso controle, reunindo 118 pacientes com câncer de pênis e 374 homens sadios entre 18 e 80 anos, todos de zona rural em todo o país. A pesquisa mostra que 31,6% dos homens sadios e  44.9% daqueles com câncer de pênis já tiveram uma ou mais relações sexuais com animais a partir da adolescência.

O estudo reuniu pesquisadores de 16 centros que tratam câncer em doze cidades brasileiras: Unicamp, Santa Casa de São Paulo, Unifesp, Hospital de Câncer de Barretos, Hospital do Câncer do Piauí, Hospital do Câncer do Maranhão, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Hospital Napoleão Laureano da Paraíba, Fundação Hospitalar do Acre, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Paraná, Hospital da  Aeronáutica de São Paulo e também unidades de Carapicuíba e Itapevi.

Os pesquisadores isolaram fatores que poderiam elevar o risco de câncer e levá-los a uma conclusão errada. Foram avaliados, além de sexo com animais, critérios como raça, idade, idade da primeira relação sexual, história de doença sexualmente transmissível, lesões penianas pré-malignas, fimose e circuncisão, idade da circuncisão, número de parceiros sexuais, tabagismo e história de sexo com prostitutas.

Como fator isolado, o sexo com animais – segundo a amostra – dobra o risco de desenvolver câncer de pênis. Uma das prováveis explicações para tal associação, segundo o urologista Stênio Zequi, é o fato de que a mucosa genital do animal é bastante queratinizada, mais dura que a humana. “Ela pode provocar microtraumas na mucosa do homem e desencadear o câncer. Outra hipótese é a existência de elementos tóxicos na secreção animal ou de microorganismos capazes de infectar o ser humano”, afirma. O especialista ressalta, no entanto, que estas possíveis causas são especulações e ainda não é possível afirmar se há um ou mais vírus ou microrganismos específicos envolvidos no processo, nem se a prática pode causar danos às mulheres com quem esses homens se relacionam.

Os pesquisadores isolaram outros fatores que poderiam elevar o risco de câncer e levá-los a uma conclusão errada. Foram avaliados também critérios como raça, idade, idade da primeira relação sexual, história de doença sexualmente transmissível, lesões penianas pré-malignas, fimose e circuncisão, idade da circuncisão, número de parceiros sexuais, tabagismo e história de sexo com prostitutas.

Zequi e os demais pesquisadores identificaram, dentre outras coisas, que homens que praticam sexo com animais têm mais DSTs. Ainda segundo o trabalho, o tempo de duração e o numero de animais envolvidos mostra que a prática é mais comum no Nordeste do país e que lá predominam equinos. Já no sudeste as opções são por caprinos e galináceos.

A periodicidade da prática de sexo com animais variou. Um único episódio na vida foi apontado por 14% dos entrevistados. Duas vezes ao mês (17%), uma vez por mês (15,2%), uma vez por semana (10,5%), três vezes por semana (10%), duas vezes por semana (9,4), diariamente (4,1%), dia sim/dia não (5,3%).

A duração do comportamento de sexo com animais durou menos de um ano para 34 indivíduos (19,9%); um a 26 anos (80,1%). A duração mais comum foi de 1 a 5 anos (reportada por 59% dos entrevistados). Já sexo com animais junto com um grupo de homens foi reportado por 29,8% dos entrevistados. Todas as entrevistas foram realizadas pessoalmente. (Jornal do Brasil)

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