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Só o Acre e mais 5 estados respeitam a lei ao pagar salários de professores

Um levantamento feito pelo site do IG constatou que apenas o Acre e mais 5 estados pagam os salários de seus professores respeitando a Lei 11.738, que estabelece o piso nacional dos docentes em R$ 1.187,00 de salário base. Para o IG, o Governo do Estado paga um piso de R$ 1.187,00 aos professores leigos e R$ 1.759,58 aos licenciados. Além do Acre, os demais cumpridores da norma são: Rondônia, Paraíba, Sergipe, Mato Grosso e Espírito Santo.
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A ‘Lei do Piso’ (promulgada desde 2008 e já reconhecida até pelo STF) é considerada um dos principais avanços da categoria no tocante às condições de trabalho e remunerações. Um indicativo básico para mostrar respeito e valorização a tais profissionais.

Segundo a pesquisa do IG, 9 estados pagam abaixo do piso e 16 estados não cumprem o quesito de ter pelo menos um terço da carga horária total (40h para o piso de R$ 1.187,00) destinada a atividades de formação, reuniões e preparo de aulas. No item da carga horária, o percentual do Acre é de 33%, empatando com a PB e MT como o 4º maior índice nacional. A frente deles estão Rondônia (40%), Amapá (40%) e Sergipe (38%).

No ranking dos salários, o Acre tem o 9º maior piso pago aos professores leigos (junto com AL, SE, PI e ES) e o 11º maior dos professores licenciados.

Quem é que manda na sala de aula?
Victor Augusto

No dia 15 de outubro, dia dedicado aos professores, podemos puxar da memória aqueles que em período escolar tanto nos marcaram, um exemplo de história e dedicação ao ensino. Grandes nomes surgem como o da professora Clarice Fecury, Iris Celis Cabanelas, Luisa Lessa, Elais Eluan (a primeira grande bailarina acreana), Itamar Zanin e tantos outros de uma época onde a educação era levada a sério e o politicamente correto não desvirtuava a autoridade do professor em sala de aula.

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Da esq. pra dir.: Raimundo Louro, Itamar Zanin, Jannice Dantas e Andreia Carvalho

O Colégio Acreano foi fundado em 1933, de Ensino Fundamental e Médio tradicional do Estado do Acre. Sua história foi marcada pela Direção de mais de 35 anos do professor Raimundo Gomes de Oliveira ou popularmente conhecido como Raimundo Louro.

Nunca antes na história um homem teve tamanha referência na educação do Acre. A jornalista Andreia Carvalho sente saudades do tempo em que estudou no colégio, durante a gestão do professor Raimundo. “Estudei no colégio acreano, recordo que foi difícil para me matricular, a cidade toda e outros municípios disputavam uma vaga. O colégio ensinava que todos eram iguais, não havia diferença de classes sociais. Era uma linha dura, quase militar a maneira que o professor Raimundo Louro administrava a escola, o que não existe mais, deixando a desejar no ensino de hoje, já que os professores não têm mais o devido respeito”, disse Andreia.

Ela ainda destaca que as mudanças na maneira de educar de hoje, deixam a desejar. “Existiam dois tipos de educação, a que você recebia em casa e a que você adquiria no colégio. Lembro de uma vez que meu pai foi chamado para saber o que havia de errado comigo, tirava boas notas em todas as matérias, exceto matemática e o professor passou a me ‘marcar’. Isso foi bom para meu aprendizado, hoje se isso acontece, o professor é agredido pelo aluno ou pelos pais. Eu agradeço por essa maneira rígida de ensino. Não me marginalizei. Não me tornei uma pessoa ruim e sou reconhecida pelo meu conhecimento, graças aos ensinamentos conquistados pelos professores e ao Raimundo Louro”, conclui ela.

Quem deu seguimento a esta metodologia na educação privada é o professor Itamar Zanin, diretor do Centro Educacional e Cultural Meta. Durante os levantamentos feitos, algumas pessoas diziam que foram pegas por ele e castigadas de maneira disciplinar, como juntar as folhas do pátio e em extremos casos até levava um cascudo para tomar o rumo certo. O que hoje não seria visto com bons olhos. O que faz com que a também jornalista Jannice Dantas discorde dessa opinião.

“Fiz quase todo meu cole-giado no Meta e lembro bem do professor Itamar, quando ele nos colocava em fila e deveríamos saber da tabuada, após o hino nacional e acreano. Hoje tenho uma filha que estuda no colégio e gosto da maneira como eles a educam, sendo que foi lá que ela aprendeu a escrever, a ler e dominar o conhecimento, ao contrário de outros locais que apenas passam as informações, sem deixar nada na cabeça de seus alunos”, disse Jannice.

Segundo a jornalista, o ensino de hoje deixa a desejar e até mesmo a parte motivacional. “Sinto falta dos incentivos que os colégios davam a seus alunos, assim como na parte esportiva, pois  esporte também transmite muita disciplina. Parte disso é culpa dos pais que acabam interferindo na educação e de maneira errada, mas os professores fazem o que podem. Depende dos alunos também querer aprender”.

Opinião – Tive a oportunidade de conhecer esses 2 professores. Não estudei no colégio acreano, mas ele me ajudou a ter a disciplina que mais adiante seria reforçada pelo professor Itamar. Concordo com as jornalistas, sendo que o politicamente correto acaba fazendo com que se perca muita informação, devido ao “medo” de passar idéias erradas desses profissionais. As crianças devem aprender a resolver seus problemas e decidir suas prioridades. Professores devem continuar a ter sua autoridade em sala, principalmente numa época de desvalorização e quase extinção. Aos que lutam bravamente pela continuidade da história universal e formando grandes nomes, parabéns a todos pelo seu dia, parabéns bravos heróis anônimos.

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