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Somente 3% do esgoto de Rio Branco tratado, revela um estudo do IBGE

Durante a participação em um seminário nacional sobre saneamento ambiental, membros do Sindicato dos Urbanitários tiveram acesso a estatísticas do Ministério das Cidades referentes ao saneamento básico no Acre. Segundo eles, dos 17% do esgoto coletado na Capital, apenas 3% dele é devidamente tratado. Ainda de acordos com os sindicalistas, cerca de 50% da água tratada é desperdiçada. Os dados são do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ruas

“Apesar das volumosas somas de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Rio Branco ainda é uma cidade onde a água não chega a todos os lugares e o esgoto, que corre a céu aberto, é despejado in natura nos mananciais”, declarou um dos participantes do seminário, José Janes Gomes. Ele acrescentou que, somente neste ano, cerca de R$ 70 milhões foram destinados ao Acre para o tratamento de esgoto.

Verminoses, malária, leptospirose e dengue figuram entre as principais doenças relacionadas à falta de saneamento. “Sem coleta e tratamento de esgoto não há saúde, uma vez que 85% das doenças endêmicas provêm da água”, relata Jose Janes Gomes, relembrando que a capital acreana esteve, em 2010, no topo da lista em número de notificações de casos de dengue.
A meta do extinto Departamento de Águas e Saneamento do Acre (Deas) era, até 2011, investir mais R$ 300 milhões. Recursos que permitiriam garantir rede de coleta e tratamento de esgoto em 70% de Rio Branco, com a implantação de 67 Km de rede coletora.

Nas estatísticas do órgão substituto do Deas, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), 17% do esgoto produzido na cidade é tratado. Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o gasto per capita com saneamento do Acre é o maior do país. O Estado estaria investindo R$ 495,77 per capita, valor superior aos praticados nas regiões mais desenvolvidas do Brasil.

Ainda de acordo com a FGV, o Acre é, proporcionalmente ao seu Produto Interno Bruto (PIB), o segundo Estado com maior investimento em saneamento básico, sendo superado apenas por Tocantins. O Governo do Estado investe 9,83% do PIB em saneamento, Tocantins 10,18%. Roraima, em 3º lugar, investe 9,65%. Na pesquisa, regiões ricas como o Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Paraná aplicam 2,72%; 2,32% e 2,71%, respectivamente, ocupando as últimas colocações neste quesito.

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