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Uma vida de piruetas e cambalhotas

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
08/10/2011 - 06:01
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Aparecido Gonçalves. Dito assim, não informa muita coisa. Seguem-se os detalhes: ele iniciou nos palcos em alto nível. Foi em 1978, com A Vida de Galileu, do alemão Bertold Brecht. Sentiu o primeiro “frio na barriga” acolhido pelo experiente diretor do Grupo Artes, Roberto Gil Camargo. Na vida pacata da provinciana Sorocaba, o jovem Dinho Gonçalves, de 19 anos, queria outras plateias.
Grupo-GPT
Partiu para São Paulo e descobriu que ator em início de carreira tem que fazer de tudo, inclusive interpretar. “Cheguei a entregar mais de mil filipetas em portas de teatros para divulgar o nosso espetáculo que foi um fracasso de público”, lembra.

O Acre entrou no roteiro por meio do amigo José Antônio, um dos diretores do Sesc/AC em 1981, ano em que chegou aqui. “Passei 108 horas dentro de ônibus”, calcula, fazendo uma diferenciação. “O trajeto entre Cuiabá e Porto Velho eu fiz em pé”.

A acolhida acreana foi típica. Aqui, conquistou amigos em uma Rio Branco que, se não possuía uma produção artística volumosa, tinha artistas que superavam as dificuldades colocando o coração em cada ato. A amizade com Jorge Carlos Amaral de Oliveira (mais conhecido como João Maiara ou Mané de Oliveira) lhe rendeu o nome por que é conhecido até hoje: Palhaço Tenorino.

Atualmente, Dinho Gonçalves é diretor do Grupo do Palhaço Tenorino (GPT) um dos poucos em atuação com produção regular. “Não sei fazer outra coisa a não ser interpretar”, avalia. “Eu gosto de teatro”. Em visita à redação do jornal A GAZETA para divulgação de mais uma temporada da peça Os Saltimbancos (de Sérgio Bardotti e Luiz Enriquez Bacalov), uma longa conversa de cumplicidade com a produção teatral acreana dos últimos 30 anos foi realizada. Aqui estão os principais trechos:

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A GAZETA- Por que o teatro?
Dinho Gonçalves
– Eu sou filho de uma dona de casa com um servente de pedreiro. Meus irmãos, todos, eram operários de fábricas. Ninguém nunca (sic) da minha família tinha ido ao teatro. Nem eu.

A GAZETA- E quando o servente de pedreiro descobriu que o filho dele queria ser ator…
DG
– O filho dele descobriu que ia ser ator sem o pai dele descobrir que iria ser ator. Minha mãe [Nair], que hoje tem 91 anos, é uma palhaça. É uma pessoa que faz muita micagem [caretas]. Ela é muito alegre. Ela, inconscientemente, sentiu que era o que iria dar certo para mim. Me apoiou. Eu insistia com o Gil [Roberto Gil Camargo, diretor do Grupo Artes]: ‘Gil, eu quero fazer teatro!’. Eu fazia o 3º colegial. Um dia, ele ficou de saco cheio. Falou que era para eu estar às duas da tarde no local de ensaio. Uma e meia eu já estava lá. E, até hoje, não parei de fazer teatro.

A GAZETA- Largou o emprego…
DG
– Larguei. Uma decisão naturalmente incompreendida pelo meu chefe do almoxarifado da fábrica. Larguei e parti para São Paulo. Em uma experiência traumática de público. Teve dias que só tinha uma pessoa na plateia. Foi um começo bem difícil. O grupo se desfez por falta de condições de produção.

A GAZETA – E o Acre?
DG –
Conheci um grupo de teatro daqui do Acre em um festival de teatro realizado em Ponta Grossa, no Paraná. Nesse grupo, estavam duas pessoas que viriam a ser especiais pra mim: José Antônio e Jorge Carlos. O Zé Antônio fez o convite. Minha poupança estava acabando. As dificuldades aumentavam. Eu, sem emprego. As coisas foram piorando. Entre  trocas de cartas com o Zé Antônio, veio a decisão: ‘Vou pro Acre’.

A GAZETA- Quais foram as tuas primeiras impressões em relação à produção artística no Acre?
DG
– As minhas primeiras impressões foram boas porque eu já cheguei trabalhando. Tendo espaço para trabalhar. Fiz performances de dança na boite Café Concerto. Aquilo era uma loucura, rapaz! Fui montando, junto com o José Antônio, ‘Rua do Lixo, 24’ [peça de Vital Santos, que faz uma leitura crítica dos clichês que as elites do Sul e Sudeste têm em relação à cultura nordestina]. E as coisas foram acontecendo. Havia público, tanto em Rio Branco quanto no inte-rior. Até em seringais, nós nos apresentávamos.

A GAZETA- Quando veio a idéia de criar o Palhaço Tenorino?
DG
– Em 1983, o Jorge Carlos, que já era o Palhaço Trimpolim, me convidou para fazer ‘uma dupla de palhaços’. Como eu cantava e Jorge Carlos gostava da minha voz, ele fez o convite e, enquanto ele me maquiava, ele olhou pra mim e disse: ‘Você canta bem. Pode se chamar Tenorino’. Nossa primeira apresentação foi na Colônia Souza Araújo. Nunca vou esquecer o som carregado, pesado, quase sufocado, daquelas pessoas tentando aplaudir ao nosso espetáculo. Foi marcante e dali nasceu um caso de amor entre o Palhaço Tenorino e a Colônia Souza Araújo que já dura 30 anos.

A GAZETA- Sem querer ser saudosista, é fato que há 30 anos, o poder público era praticamente ausente e a ‘classe artística’ parecia ser mais atuante. Hoje, o poder público é menos ausente e, no entanto, a impressão que se tem, é que há uma espécie de entorpecimento. Que avaliação você faz desses dois instantes?
DG
– Não é uma análise simples. Eu trabalhei com Beto Rocha. Trabalhei com Jorge Carlos. Trabalhei com José Antônio. São pessoas que, mesmo com estilos diferentes, exigiam uma postura compromissada na relação entre teatro e público. Entre palco e público. Entre pesquisa e teatro. Entre vida e teatro. Não sou saudosista também. O que percebo é que está ocorrendo uma acomodação no seguinte sentido. ‘Se há lei de incentivo do governo ou da prefeitura, eu faço o meu espetáculo. Se não há, não faço’. Não podemos agir assim. A gente se lasca, se estrebucha, mas temos que fazer. Tenho uma concepção, que não é consensual, de que o espetáculo é um produto. É um produto cultural. É fruto do meu trabalho. Tem custo. Tem que ser pago. Precisamos formar plateia habituada a pagar para assistir. Outra coisa que tem que ser mudada urgente: tem pessoas que são contempladas com as leis de incentivo que não prestam contas e não são punidas. Isso tem que acabar. Pra mim, essas pessoas deveriam ser presas! Trata-se de dinheiro público! Tem que prestar contas, sim.

A GAZETA- O grupo GPT inicia mais uma temporada do espetáculo Os Saltimbancos. Há alguma novidade?
DG
– Nós estamos, nos dias 8, 9 e 12 de outubro, no sábado, domingo e quarta, com Os Saltimbancos no Teatrão, sempre às seis da tarde. É um desafio levar essa apresentação para um espaço como o Teatrão. Mas, topamos fazer. Das filipetas, passando por outdoors até o salário dos atores… tudo é um desafio. Temos o apoio das empresas Barbosa Milhas Fácil e da Fotocenter M&M para ajudar no custeio. O diferencial dessas apresentações é que trabalhamos com o conceito da ‘acessibilidade’. Haverá, no palco, uma intérprete da linguagem de Libras. Com isso, amplia-se o público que poderá ter acesso a essa peça de Sérgio Bardotti e Luiz Bacalov, com adaptação musical feita pelo querido Chico Buarque. Essa idéia de levar a linguagem de libras para os palcos é uma tentativa. Vamos ver se vai dar certo.

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