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Unimed/AC vai acionar cooperado judicialmente

Em entrevista coletiva realizada na manhã de ontem, a direção da Unimed/AC informou que vai acionar judicialmente o cooperado George Pires pelas denúncias feitas contra a presidente da cooperativa de médicos, Euraci Sousa Bonner.
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O departamento jurídico avalia de que forma deve responsabilizar Pires. “A Unimed no Acre cresce ano a ano”, esclareceu o diretor de mercado, Júlio Eduardo Pereira, ‘Julinho’, rebatendo as críticas que sugerem falência do grupo no Acre. Bonner ficou em silêncio durante toda entrevista.

A direção entendeu que a médica, por ter sido citada nominalmente nas denúncias, “não seria a melhor pessoa para dar declarações nesse momento”.

Em depoimento dado ao jornal A GAZETA na semana passada, o médico cooperado George Pires chegou a dizer que a direção da Unimed/AC não estava executando uma gestão eficiente. Alegou também que a cooperativa estava sendo conduzida à falência, com dívidas que, de janeiro a setembro, já somavam R$ 6 milhões, com possibilidade de chegar a R$ 10 milhões até o fim do ano. “O que me preocupa é que todos os médicos credenciados da Unimed tenham que pagar essa conta pela segunda vez”, disse George Pires.

Na ocasião, o médico cooperado também contestou o fato de a presidente da Unimed/AC, Euraci Sousa Bonner, ter se mantido por 19 anos na presidência do grupo, dos 20 que a cooperativa atua no Estado. “A doutora Euraci foi reconduzida à presidência da Unimed/Rio Branco por instrumentos legais e legítimos”, rebateu o diretor de mercado Júlio Eduardo Pereira, na ocasião, falando em nome da direção da Unimed/AC.

Em 2013, a cooperativa vai passar por novo processo eleitoral para escolha da próxima direção. O médico George Pires disse na semana passada que “não tinha ‘pretensões políticas’ dentro da Unimed”. Não se sabe ainda se a atual presidente Euraci Bonner vai se candidatar à reeleição.

Diretor de mercado nega falência
O diretor de mercado da Unimed/AC, Júlio Eduardo Pereira, negou que a cooperativa esteja em situação de falência. “A Unimed/Rio Branco pode pecar pela transparência e nunca pela omissão”, diferenciou. “Essa dívida [de R$ 6 milhões podendo a chegar a R$ 10 milhões em dezembro e criando uma situação de “falência”], quem afirma que ela existe, vai ter o momento certo de provar a existência dela”, disse, já sugerindo o perfil da ação que será movida contra o cooperado.

Para o diretor de mercado, só haveria condições técnicas de se afirmar sobre a realidade financeira da cooperativa no fim do ano. “Como uma cooperativa, os resultados são avaliados ao final de cada exercício fiscal”, explica. “Dia 31 de dezembro se encerra o exercício fiscal e, aí sim, se avalia o comportamento da cooperativa”. E alfineta. “Quem ‘coloca’ (sic) alguma dívida agora ou conhece muito pouco de cooperativa ou conhece menos ainda da empresa que já contribuiu algum tempo”.

Vice-presidente critica ANS
O vice-presidente da Unimed/AC, médico Mário Gil, disparou contra três alvos durante entrevista coletiva. A Agência Na-cional de Saúde, a Justiça e a atual forma da prática médica.

A Agência Nacional de Saúde foi critica pelo médico devido “ao número excessivo de resoluções” que os planos de saúde têm que se adequar “da noite para o dia”. E disparou. “A ANS não serve pra nada”.

A Justiça também foi alvo das críticas do vice-presidente devido às constantes decisões que “quase sempre” dão ganho de causa ao paciente.

E o último alvo da fala de Gil foi à nova forma de prática médica. Segundo ele, as “novas escolas de medicina não estão formando médicos que realizam uma boa anamnese”, relata. Anamnese é um conjunto de prática que o médico efetiva na relação com o paciente, desde uma boa conversa aos toques físicos em regiões que já podem indicar boas referências para a realização do diagnóstico.

As novas gerações de médicos se baseiam muito em cima de exames. “Alguns de alta complexidade”, lembra Mário Gil. “O que encarece mais ainda os custos de assistência”. No Acre, a Unimed tem um custo de assistência calculado em 98%.

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