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Dilma quer muralha contra crise e plano será corte na taxa básica de juros

Só uma a construção de uma muralha, com a participação do governo, de empresários e da sociedade civil, será capaz de proteger o Brasil da crise econômica que assombra o mundo. A estratégia de defesa, que começa pela redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 12% ao ano, foi defendida ontem pela presidente Dilma Rousseff diante de uma plateia recheada de executivos.

“Isso não é um trabalho só do governo. É da sociedade civil como um todo”, afirmou. “Não vamos fechar os olhos para uma crise lá fora pelo fato de não haver uma crise aqui dentro”, emendou. Otimista e com popularidade em alta – 71% de aprovação pela pesquisa CNI/Ibope -, Dilma pediu tranquilidade e reforçou que a equipe econômica está tomando todas as medidas para afastar os efeitos das turbulências sobre o país.

“Estamos adotando as medidas necessárias para nos proteger, tanto das consequências financeiras como da competição desleal”, ressaltou Dilma. A presidente nunca foi tão clara a respeito da determinação do país em reduzir os juros. A seu ver, o país deverá aproveitar a crise internacional para acentuar a queda da Selic e, por consequência, assegurar um crescimento mais robusto do Produto Interno Bruto (PIB).

“Estamos abrindo espaço para que o Banco Central, diante da crise e da ameaça de deflação e depressão nas economias desenvolvidas, possa iniciar um ciclo cauteloso e responsável de redução da taxa básica de juros”, ressaltou. As declarações da presidente reforçam receios de analistas do mercado sobre a interferência política no BC. Em agosto, a autoridade monetária surpreendeu e cortou a Selic em 0,5 ponto percentual. Na ocasião, esperava-ve um corte menor, de 0,25 ponto.

Diante da guinada na política econômica e monetária de Dilma, analistas refizeram as contas e há, entre eles, quem espere que a Selic atinja os 9% ao ano no fim de 2012. Não é um cenário descartável. De acordo com a presidente, quanto mais a deflação ameaçar a economia internacional e a situação financeira mundial se agravar, “mas vamos aproveitar para levar as condições monetárias do nosso país ao nível que a conjuntura internacional permitir”. (Correio Braziliense)

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