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‘Querem tirar ministro no grito’, diz Orlando Silva sobre suspeitas

O ministro Orlando Silva (Esporte) disse nesta terça-feira que quer encerrar nesta semana as explicações a respeito das denúncias de que teria recebido propina proveniente de recursos desviados do programa Segundo Tempo, projeto de sua pasta.

“Nesta semana quero encerrar todas as explicações necessárias para desmascarar as farsas publicadas”, disse ele, que confirma que precisa seguir com a sua agenda no ministério. “Pretendem tirar um ministro de Estado no grito”, disse o ministro.

Silva começou a ser ouvido nesta tarde no Senado, durante sessão conjunta das comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle e a de Educação, Cultura e Esporte. Ele também descreveu como “linchamento público” o que está acontecendo atualmente.

O ministro mais uma vez desafiou os acusadores a apresentarem as provas de que recebeu dinheiro público. “Desafio mostrarem o registro da minha voz e imagem”, disse.

O ministro também disse que as denúncias surgiram porque ele exigiu que a entidade do policial militar João Dias Ferreira devolvesse os recursos públicos. “Eu combati a corrupção. E o que a pessoa faz? Ela me acusa de desviar recursos públicos que ele desviou”, disse.

A fala do ministro começou repetindo o mesmo roteiro que usou na terça-feira em audiência na Câmara. Explicou que pediu investigações sobre a denúncia à Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e à Comissão de Ética da Presidência da República.

Silva depois ressaltou as suas ações a frente do Ministério do Esporte, como a realização do “melhor” jogos Panamericanos, segundo definiu o ministro, que credenciou o Brasil a disputar para ser sede das Olimpíadas. Também mencionou os esforços para a realização da Copa 2014.

“Não sabemos o valor necessário para manter essa fundação. Não se sabe se será R$ 1.000 ou R$ 1 milhão.

ENTENDA O CASO – Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista “Veja”.

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.

Localizado pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que irá investigar as acusações.

Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.

Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.

De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças. (Folha.com)

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