Na atual sociedade a busca pela informação, pelo conhecimento tem sido um processo contínuo, seja pela percepção de que sem eles as pessoas ficariam excluídas socialmente, seja pelo temor de permanecerem na ignorância. Assim, há uma busca incessante pelo saber, marcado, visivelmente, pelo uso intensivo das tecnologias de informação e de comunicação.
O conhecimento pode ser encontrado através da leitura e esta, por sua vez, possibilita formar uma sociedade consciente de seus direitos e de seus deveres. Enseja que as pessoas tenham uma visão melhor de mundo e de si mesmos. A leitura tira as pessoas do mundo da ignorância e coloca-as frente ao mundo do conhecimento.
Mas onde e como encontrar informação e/ou conhecimento? Qual (is) sujeito (s) poderia (m) mediar as fontes de informação? O conhecimento está disponível nas mais diversas fontes de informação, sejam formais – registrado – em livros, artigos, entre outros, sejam informais onde se destaca a conversa direta, face a face, e se tem o acúmulo do conhecimento tácito ou implícito, fruto das experiências vivenciadas ao longo do tempo, da troca de informação, de conhecimento externalizados, mas não registrados na forma escrita. Por isso a conversa com pes-soas cultas são muito importantes.
Os profissionais da Área de Educação em geral e também aqueles da Ciência da Informação têm uma responsabilidade para a construção de um mundo mais justo e igualitário na medida em que promoverem ações que visem incentivar a leitura, no sentido de tirar as pessoas do mundo da ignorância, escuridão de vida, ausência de conhecimentos.
Na sociedade da informação pode-se observar uma mudança positiva no ritmo e na direção do acesso à informação, à educação nas Áreas de Ciência da Informação/Educação, apesar da evidente existência da exclusão social: uma parte dos indivíduos, ainda que não considerada a ideal, começa a ter acesso às Universidades públicas. Essa realidade também se torna visível nas faculdades privadas, através de bolsas concedidas pelo governo (totais ou parciais) para aquelas pessoas que não possuem renda suficiente para pagar as altas mensalidades. A informação vai sendo percebida assim, como afirma Carvalho (2006), […] o elemento chave para a formação das futuras elites sociais, econômicas, políticas e científicas. O mundo moderno enfatiza o princípio da produção da informação e da ordenação do conhecimento.
Fatos significativos, na sociedade, podem ser observados já no século XVIII e apontam,claramente, um novo olhar sobre as práticas de leitura/Educação nos diversos espaços:
[…] o aparecimento e difusão da leitura silenciosa, redução do controle da Igreja, aparecimento do ensino laico, reconhecimento da importância da alfabetização, invenção da imprensa, tipo móvel, mercado editorial, aumento do interesse pela ficção, aparecimento da Literatura Infanto Juvenil, no século XVIII, bem como a expansão do ensino público, além do aparecimento do novo modelo econômico (MANGUEL (1987) APUD BARRETO, 2006).
Deste modo, pensar, conhecer, saber, intuir e ousar são as mais recentes palavras que devem dominar o vocabulário dos indivíduos que compõem a sociedade. Como obter um senso crítico senão mediante a leitura dos textos que atuam sobre os esquemas cognitivos do leitor. Quando alguém lê algo, aplica determinado esquema alterando-o ou confirmando-o, mas principalmente entendendo mensagens diferentes de seus esquemas cognitivos, ou seja, as capacidades já inter-nalizadas e o conhecimento de mundo de cada um são diferentes.
O leitor usa, simultaneamente, seu conhecimento de mundo e seu conhecimento de texto para construir uma interpretação sobre o que se lê. Contudo, não basta ler, é importante analisar, interpretar, conhecer para agregar valor à atividade ou necessidade que se tem. Na seleção de determinado livro, revista ou jornal, existe uma intenção para justificar a escolha. É fundamental a interação dos elementos textuais com os conhecimentos do eleitor. Quanto maior for a concordância entre eles, maior a probabilidade de êxito na leitura.
De outra parte, considere-se que o exercício da cidadania é feito mediante direitos e deveres e, para tanto, é preciso haver uma maior e mais justa democratização do acesso à informação, ao conhecimento. As pessoas, enquanto cidadãs, desfrutam de uma série de direitos que, certamente, variam de uma sociedade para outra.
Há os direitos fundamentais das pessoas: o direito de ser tratado como um ser humano, com tudo o que isto implica; direitos civis: liberdade de expressão, de reunião e direito à proteção jurídica; direitos políticos: direitos a voto; tem-se, igualmente, direitos sociais, considerados como o direito à uma vida digna. As pessoas são, também, membros de uma comunidade e cidadãos de um Estado-Nação. Todos têm direito ao saber, à educação. E a leitura é fonte que alimenta a alma, o espírito, tira a pessoas do mundo da ignorância.
Para concluir, por ora, diz-se que falar em Educação é preciso falar em leitura como instrumento de ação reflexiva. Logo é preciso falar da importância da leitura na Educação. Importante porque a leitura como instrumento proporciona melhoria da condição social e humana.
DICAS DE GRAMÁTICA
LIMPO OU LIMPADO, PROFESSORA?
– Atenção, a regra é muito simples, clara. Usa-se limpo com os verbos ser e estar: estava limpo, será limpo. Usa-se limpado com os verbos ter e haver: havia limpado, terei limpado.
Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá. Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Pesquisadora Sênio da CAPES. ([email protected])