Não foi o final que desejávamos, mas, diante das circunstâncias, o acordo que a diretoria do Rio Branco Futebol Clube assinou com a CBF e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva desistindo da ação que movia contra ambos em troca da permanência do Estrelão no Campeonato Brasileiro da Série C 2012 foi o melhor que poderia ter acontecido para o futebol acreano neste turbulento final de 2011. Para quem estava sob o risco de ser banido injustamente da competição, o desfecho até que foi razoável.
Antes de mais nada, é necessário dizer que o Rio Branco foi vítima de um ato intransigente e insano por parte da promotora Alessandra Marques, do Ministério Público do Estado do Acre, que denunciou o Arena da Floresta como inapto à realização das partidas dos campeonatos oficiais da CBF. Trata-se de uma decisão equivocada, antidesportiva e extremamente prejudicial ao futebol do Acre, que, felizmente, teve reparo preciso do Tribunal de Justiça do Estado. Não fosse o correto posicionamento do nosso TJE, teríamos passado o 2011 sem futebol nacional no Arena, que foi construído exatamente para sediar jogos.
De fato, o Governo do Estado teve que buscar na Justiça comum o direito dos clubes acreanos se apresentarem ao público no Arena da Floresta, que é um patrimônio do Governo do Estado, construído com todas as especificações e exigências da FIFA para jogos de futebol com total conforto e segurança dos torcedores.
Ocorre que, por ter recorrido ao Tribunal de Justiça do Acre e garantido na Justiça comum a realização dos jogos, o Rio Branco foi injustamente penalizado pelo Tribunal de Justiça Desportiva. Esse tribunal considerou que o time havia apelado para a Justiça Comum, o que não é permitido em matérias desportivas e disciplinares, e excluiu o Rio Branco do Campeonato Brasileiro da Série C.
É importante deixar claro que o time do Rio Branco não litigou em matéria desportiva. Aliás, o Rio Branco nem litigou, foi o Governo do Estado do Acre que o fez para assegurar o direito da realização dos jogos no Arena da Floresta. O Rio Branco Futebol Clube foi duramente penalizado por uma infração que não cometeu.
Certamente, o Rio Branco teria a Justiça comum a seu favor, como ficou expresso nas liminares dos tribunais do Acre e do Rio de Janeiro. Mas a competição poderia ficar paralisada por meses e o Rio Branco não tinha e não tem orçamento para bancar jogadores e comissão técnica nessas condições.
É claro que foi absolutamente lamentável ter de desistir depois de uma sofrida classificação como primeiro do Grupo A e ainda em condições de disputar uma das duas vagas à Série B. Mas a continuidade do litígio poderia resultar numa exclusão prolongada do Rio Branco de qualquer competição.
Por isso, a decisão da diretoria do clube deve ser apoiada por todos: jogadores, comisssão técnica, crônica esportiva e, principalmente, pelos torcedores, na esperança de que logremos melhor sorte na temporada de 2012. E queira Deus que não apareça outra ação como a que enfrentamos em 2011 para tornar nossas dificuldades ainda maiores.
* Aníbal Diniz é senador
pelo PT do Acre