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IBGE aponta redução na concentração de renda no Acre

Houve redução na concentração de renda no Acre. Os dados foram divulgados, na última semana, pela direção regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística por meio dos Indicadores Sociais Municipais e dos resultados definitivos do Censo 2010. O Acre era o 16º Estado com renda mais concentrada do país em 2000. Nos últimos dez anos, houve distribuição de renda mais eficiente, e o Estado passou para a 12ª colocação no ranking nacional. A atual situação é consequência de uma série de ações conjuntas de governo executadas na última década. Uma realidade diferente da encontrada em outros Estados da região.
AAIBGE1Ações conjuntas de governo executadas na última década melhoraram as condições de vida da população
A mudança mais dramática no Norte é encontrada em Roraima. Em 2000, o Estado era o que tinha uma das melhores distribuições de renda do país. Disputava com Santa Catarina o topo da relação dos Estados com renda menor concentrada. Era o 26º. Dez anos depois, Roraima está na 8ª colocação.

O Amazonas também piorou, mas em menor proporção. Em 2000, era o quinto da região com renda mais concentrada. Atualmente, é o Estado do Norte onde há maior concentração de renda, com Índice de Gini alcançando 0,557, calculado no último Censo. De acordo com o IBGE, “o Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de 0 (zero) – a perfeita igualdade – até 1 (um) – a desigualdade máxima”. Quanto mais próximo de 1, maior a concentração de renda (observar a tabela).

Rondônia se manteve no 21º lugar entre todos Estados do país. O mesmo ranking de 2000. Independente das turbulências políticas, o ambiente econômico aquecido pelas grandes obras de infraestrutura no Estado respondem pela atual condição na distribuição de riqueza.

AAIBGE2

No Acre, gargalo está no interior
Nas cidades do interior do Acre, as ações de governo responsáveis pela melhoria na distribuição de riqueza encontram mais dificuldades de serem executadas. De acordo com o Censo 2010, o Acre possui a terceira maior concentração de renda do país quando se avalia a condição das famílias na zona rural. Somente Roraima tem meio rural com renda mais concentrada no Norte. Essa comparação inclui Brasil, Grande Região e Unidades da Federação.

A situação não é novidade para os técnicos do governo estadual. Ainda na gestão do ex-governador Binho Marques, a criação do programa Pro-Acre já era uma demonstração de que as ações articuladas do poder público (o que os gestores chamam de “ações transversais”) deveriam chegar a todos os lugares de maneira efetiva e permanente. O ProAcre priorizava atividades nas áreas de Saúde, Educação e Produção Agro-extrativista, mesmo nas re-giões mais isoladas.

Não é por acaso que cidades como Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Manoel Urbano, Assis Brasil e Senador Guiomard concentram o maior número de famílias vivendo em pobreza extrema. O IBGE entende como “pobreza extrema” as famílias com renda per capita de até R$ 70 por mês. O Acre tem relacionadas no CadÚnico (o cadastro único formulado pelo Governo Federal para famílias que recebem até três salários mínimos) exatas 98.630 famílias. Algo em torno de 14% da população do Estado depende dos benefí-cios de programas de transferência direta de renda executados pelo poder público.

O município onde há maior cobertura de ações sociais na zona rural é Marechal Thaumaturgo. São 1.475 domicí-lios atendidos de 1.574 existentes na zona rural. Menos de cem famílias que moram na zona rural do município não precisam de assistência social do governo.

Outro destaque necessário sobre a condição de “pobreza extrema” refere-se ao conceito. Quando se afirma que uma família vive em extrema pobreza, resume-se nessas duas palavras a situação de exclusão social, fome, desnutrição, violência e ausência das condições mínimas para se viver com dignidade, independente dos critérios criados para avaliar a qualidade de vida de quem mora nas cidades ou na floresta. No Acre, 32 mil famílias são extremamente pobres.
AAIBGE3Número de família em extrema pobreza deve chegar a 45 mil nos próximos anos, segundo estimativas da Secretaria de Desenvolvimento Social
‘Acre Sem Miséria’ garante continuidade
O governador Tião Viana pegou carona no programa Brasil Sem Miséria, lançado pela presidente Dilma Rousseff, e criou a versão local pelo nome de Acre Sem Miséria. Tem o mérito de garantir a continuidade das ações estruturantes das políticas sociais implantadas desde 1999, na gestão do ex-governador Jorge Viana, e executadas por Binho Marques até o ano passado.

No atual formato da gestão do governador Tião Viana, algumas secretarias e institutos ganham mais destaque nas ações de distribuição de renda: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Secretaria de Estado de Pequenos Negócios, Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia e Instituto Dom Moacyr podem ser mais rapidamente lembrados pela relação direta que mantêm na geração e distribuição de riqueza com qualificação profissional.

Número de excluídos deve aumentar
Os técnicos em estatística e assistentes sociais fazem um alerta: vai aumentar o número de excluídos no Acre. O motivo é o recadastramento que está sendo feito pelas prefeituras para atualização do CadÚnico. É como se a exclusão estivesse se apresentando ao poder público formalmente. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social estima que das atuais 32 mil famílias acreanas extremamente pobres, a situação alcance de 40 a 45 mil famílias nos próximos anos.

Claudia de Paoli é um dos quadros mais qualificados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. É gerente do Departamento de Proteção Social Básica. Sob sua responsabilidade, estão 13 coordenadorias. Entre elas, a coor-denadoria do Bolsa-família, programa apontado como um dos responsáveis pela melhora na distribuição de renda no Acre. “A emancipação econômica e social não se alcança do dia para a noite”, reconhece, com o forte sotaque italiano. “Para termos uma melhora sentida aqui em 2010 com o Tião, temos que recordar ações lá atrás do ex-governador Jorge Viana e passando pelo Binho”.

 

Nenhum a menos
No Acre, ainda não se tem informações de uma única família que tenha se emancipado economicamente desde a implantação do Bolsa-família pelo ex-presidente Lula em 2003. Os programas de transferência direta de renda, elaborados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Bolsa-escola, Vale-Gás e Cartão Alimentação), também não tiveram eficiência ideal.

“A saída é insistir em ações que relacionem a inclusão sócio-produtiva com Educação e Saúde”, avalia o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Antônio Torres. “A emancipação é uma conquista coletiva e demorada”.

ENTREVISTA: JOÃO FECURY

Empreender é preciso

ITAAN ARRUDA
AAIBGE4Fecury aposta na mudança da cultura do “contra-cheque” para a “empreendedora”Ele é de uma seriedade que quase espanta. Difícil ver o superintendente do Sebrae/AC sorrir. Mas, o talento de João Fecury se revela, de fato, nas conversas. Em pouco tempo, percebe-se: a sisudez é reflexo que mistura timidez com concentração no ambiente de trabalho. No modesto gabinete instalado na sede do Sebrae, no Centro de Rio Branco, ele recebeu a equipe do Acre Economia para falar sobre “empreendedorismo”, depois de uma semana de atividades dedicada ao tema. A feiura da palavra “empreendedorismo” não o incomoda. O que importa, realmente, é a aplicação do conceito para além dos clichês de auto-ajuda ou palestras motivacionais. Na fala de Fecury, pode-se ler “empreender” como “respeitar o consumidor”; ou “prestar bons serviços de forma rápida, menos dispendiosa e com mais qualidade”.

Para quem lida com o cotidiano de uma empresa, a entrevista vale a pena porque expõe uma parte desse novo ambiente econômico que está sendo, literalmente, construído na região com a interligação permanente entre os vales do Acre e do Juruá e com o Pacífico. “O empresário que não tiver uma postura empreendedora corre o risco de ficar pra trás”, sentencia.

Acre Economia: Por que é tão difícil ser “empreendedor”?
João Fecury: É uma questão cultural. A cultura anterior, que é a “cultura do contra-cheque”, oriundo do governo, está muito enraigada, desde o tempo de Getúlio Vargas, em que ser funcionário público era realmente uma honra. Era uma pessoa íntegra, de honra, de retidão familiar, profissional. E herdou-se isso dos nossos pais e avós e hoje o emprego ainda é, em alguns casos, a melhor opção. Mas, a cultura do empreendedorismo, a partir do fim da década de oitenta e início de noventa, vem ganhando terreno no sentido de que quanto mais pessoas passem a ter acesso à possibilidade de empreender e gerar seu negócio, gerar sua renda e sua perspectiva de futuro, menos pessoas vão estar envolvidas no serviço público, no processo burocrático e no processo de prestação de serviço e não geração de renda. A cultura do empreendedorismo ainda é pouco difundida, apesar de todos os esforços do Sebrae e federações comerciais. Mas, temos tido avanços nesses últimos 15 anos. Hoje, já não somos tão dependentes da “economia do contracheque”, um esforço muito grande do governo em ser um aliado, em difundir esse tipo de coisa. Em fomentar a formação de novos negócios. E, aos poucos, vai se saindo da idéia e partindo para a prática.

AE: Existe alguma dificuldade peculiar ao Acre no que se refere à formação de uma “cultura empreendedora”?
Fecury: Pelo fato de o Acre ter sido um território desbravado e, ao mesmo tempo ter ficado a esmo, sem um controle, sem saber a quem pertencia, sempre direcionado ao Governo Federal, quando as verbas vinham do Governo Federal até ser transformado oficialmente no primeiro território sem retirar nossa dependência do Governo Federal… então, a cultura do empreendedorismo demorou muito… foi muito tardia em ser semea-da aqui. Mas, nós temos exemplos de empreendedorismo em vários lugares por aqui. Em Cruzeiro do Sul, que foi uma cidade que aprendeu a se virar no período de isolamento, de empreender sem ter as condições necessárias. Acrelândia é outro exemplo. Ali, a cultura do empreendedorismo está muito bem disseminada. São pessoas que vieram do Sul do país que já trouxeram uma bagagem histórica dessa forma de trabalho. Nos municípios mais próximos de Rio Branco, a situação é outra. Há uma certa estabilidade, uma certa acomodação, por parte da população. Mas, mesmo assim, podemos dizer que o Acre tem mudado e vai conseguir se firmar dentro da cultura empreendedora.

AE: Que vantagens o governo conquista quando soma o empreendedorismo à retórica oficial?
Fecury: O governo ganha com o empreendedorismo. Ele tira da sua órbita a necessidade de apoiar uma ação através do Estado. Ele tira da sua órbita a necessidade constante de ter que fazer concursos públicos para poder gerar empregos. Quando o governo implementa ações voltadas para o fortalecimento do empreendedorismo, na verdade, ele está trabalhando em causa própria, mas apoiando as atividades produtivas através das associações e das federações comerciais.

AE: Integração entre todos os municí-pios por meio da pavimentação da BR-364, a integração com o Pacífico vão exigir o quê da iniciativa privada? Que cuidados os empresários devem ter a partir de agora?
Fecury: O empresário que não tiver uma postura empreendedora corre o risco de ficar pra trás. A mesma coisa aconteceu com Rio Branco, na década de 90, quando da ligação com Porto Velho por meio da BR-364. Aqueles empresá-rios que estavam aqui estabelecidos pela tradição, as grandes famílias de comerciantes (e nisso incluo até a minha) se viram na obrigação de concorrer mais fortemente com aqueles que estavam chegando. Aqueles que não conseguiram ou se extinguiram por completo ou mudaram de ramo. Foi o caso da minha família. Concorríamos com grupos que tinham 120 lojas. Tínhamos até competência, mas não tínhamos capacidade de concorrer com quem estava vindo com grande estoque e reflexo direto no preço dos produtos. A mesma coisa vai acontecer em Cruzeiro do Sul, em Feijó, em Tarauacá. Vai acontecer em toda extensão da BR, a partir de Rio Branco. Se não houver competitividade e se eles não se reinventarem no ramo em que atuam, vão sucumbir.

AE: Na prática, quando se fala que os empresários “vão ter que adotar uma postura mais profissional e inventiva” o que se está querendo dizer?
Fecury: Na prática, é dizer que as empresas do Estado do Acre, e 99,9% são familiares, elas têm que deixar de ser familiares, mantendo as características: tem que se profissionalizar, melhorando a gestão, com estudo. No Juruá, por exemplo, e isso é consenso entre os empresários de lá, sabe-se que a ligação permanente com a Capital marca um novo momento para o comércio. Hoje, por exemplo, não há comercialização de nenhum produto que seja mais vantajoso o transporte por balsa. É muito mais compensador vir pela estrada de São Paulo do que de balsa por balsa. Nem o gás compensa mais trazer de balsa para Cruzeiro do Sul. Acabou a época da balsa. Se você fizer o pedido por telefone, em dois dias está em Rondônia e em um dia e meio chega em Cruzeiro do Sul. Não é fantástico? A rodovia se impõe, nesse caso, mais economicamente viável. O custo do frete vai cair. Agora, o que é que eles vão fazer com as balsas? Com o patrimônio das balsas que já está implementado… arraigado…? O que fazer com a cultura das balsas e cultura da ligação com Manaus?

AE: Vamos mudar de assunto. Carga tributária. Que conseqüências poderão ser percebidas pelo micro e pequeno empresário da região no curto prazo depois da sanção da presidente Dilma em relação ao Supersimples e ao Empreendedor Individual?
Fecury: Impacto muito positivo. Anteriormente, o faturamento bruto mensal era de até 3 mil reais. Se ele passasse desse limite, ele perderia as isenções de impostos únicos, de pagamentos de impostos federais simplificados e tarifas reduzidas. Com a sanção presidencial, o Empreendedor Individual passa de 3 mil reais para 6 mil reais. E todos os outros níveis foram aumentados: o micro-empresário e o pequeno empresário tiveram faixas de faturamento bruto mensal aumentadas.

AE: Será que todos os micro-empresários têm a dimensão desse novo momento?
Fecury: Não. Não têm. Nós temos os micro-empresários e os potenciais micro-empresários e empreendedores. Em princípio, todo mundo é empreendedor. A disseminação da cultura do empreendedorismo tem que ser mais próxima das pessoas para que todos tenham mais informação e possam saber utilizar essa informação para prestar melhores serviços. E, claro, consolidar sua marca, suas empresas nos mercados onde atuam.


Fecomercio/AC e CNC apresentam Empreendedorismo Digital a empresários

ITAAN ARRUDA
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre e a Confederação Nacional do Comércio explicam para empresários regionais a implantação do Empreendedorismo Digital nas empresas. Especialistas em três áreas de gestão empresarial vão debater o assunto no auditório da Fecomercio,  no próximo dia 6 de dezembro. “Algumas ações do Governo Federal vão exigir das empresas o domínio de ferramentas digitais, e quem não se atua-lizar corre o risco de comprometer o negócio”, analisa a coordenadora de projetos da Fecomercio/AC, Elivanda Araújo.

AAIBGE5Diretor da CNC, Pedro Nadaf, será um dos palestrantes
A sensibilização dos empresários faz parte do projeto “Empreendedorismo Digital 2011”, que a confederação executa em parceria com todas as federações comerciais do país. O objetivo é “mostrar aos empresários do setor terciário a importância de adoção de ferramentas tecnológicas na gestão de negócios”, segundo informações divulgadas pela assessoria da CNC. O tema dos debates de 2011 é “Segurança e Sustentabilidade” e alerta os representantes do setor privado sobre certificação digital. Além disso, estará em discussão os riscos e prejuízos do consumo de produtos piratas.

O diretor da Confederação Nacional do Comércio, Pedro Nadaf, vai proferir a palestra “Empreendedorismo – Cenário Brasileiro”. O representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, Natan Shiper, vai falar sobre “A Pirataria na Era Digital”. A palestra “Sped: uma visão empresarial” vai ser conduzida pelo empresário e especialista no Sistema Público de Escrituração Digital, Roberto Dias Duarte.

O Sped é um bom exemplo da necessidade de atualização por parte dos empresários que ainda não dominam a ferramenta. O sistema é uma tentativa do Governo Federal em tornar mais eficaz a relação entre o fisco e os contribuintes. Se o empresário não estiver afinado com esse instrumento, em pouco tempo, poderá ter problemas para demonstrar estar em dia com pagamento de tributos, o que pode trazer problemas na gestão dos negócios.

Informações sobre estratégias de uso de redes sociais para divulgação empresarial, emissão de nota fiscal eletrônica, certificação digital e construção de blogs serão discutidas por especialistas com os empresários acreanos. Tudo focado para promoção de negócios.


Hilea Design quer instalar unidade em Rio Branco

ITAAN ARRUDA E RUTEMBERG CRISPIM
Fundamentada no discurso da sustentabilidade, a pequena indústria de artesanato Hilea Design ensaia as primeiras articulações para instalar uma unidade no Acre. A produção de biojóias, utilizando basicamente a madeira oriunda de projetos de manejo, é coordenada pela designer Débora Larucci. Ela trabalha há dois anos com a madeira certificada acreana por meio do Pólo Moveleiro.

AAIBGE6Design Débora Larucci produz jóias exclusivas com madeira certificada acreana e pedras importadas do Peru
A instalação de uma fábrica em Rio Branco é estratégica porque as pedras utilizadas nas peças são importadas do Peru. Com a abertura da BR-317 e a interligação com a Interoceânica, o fluxo de insumos para produção será agilizado para garantir a consolidação de mercados como Brasil, Alemanha, China e Estados Unidos.

“Tenho uma admiração especial pelo projeto de manejo florestal desenvolvido aqui”, revelouLarucci. “Isso é um diferencial quando falamos em comercialização dos produtos. Temos madeira legal, que servem para produção de peças, que chamam atenção do mundo”.

As principais espécies utilizadas são muiracatiara, piquiá, roxinho, frejó, sucupira, amarelão. Nos dois anos que buscou insumos no Acre, Larucci contou com o apoio do Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário (Cetemm).

No planejamento da HileaDesign, estão previstos quatro eventos de lançamento das jóias: São Paulo, Rio Branco, Nova York e Munich. De acordo com o planejamento estratégico da empresa, parte da renda da comercialização das peças deve ser usada na promoção e apoio a projetos sustentáveis locais.

Na última sexta-feira, Larucci conversou com o secretário de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Tecnologia, Edvaldo Magalhães. Não ficaram definidos quais seriam os incentivos concedidos pelo Governo do Acre.

ZPE desperta interesse do setor
A Zona de Processamento de Exportação já despertou interesse de indústrias do Peru vinculadas ao setor de jóias. Como a ZPE prevê a isenção de diversos tributos e com alta taxa de comercialização externa (pelo projeto atual, 80% do que for produzido na ZPE deve ser exportado), fica atrativo produzir jóias aqui.

No Peru, os insumos são abundantes de metais como ouro, prata e pedras preciosas. O volume no transporte dos insumos e das peças produzidas é pequeno (o que barateia os custos com o frete). São fatores de atração de novos empreendimentos com a possibilidade de alfandegamento.


Produtores do Juruá comemoram empacotamento das primeiras dez toneladas de farinha

A agroindústria de empacotamento de farinha e feijão da Central de Cooperativas dos Produtores Familiares do Vale do Juruá comemora o início das atividades com o empacotamento de 10 toneladas de farinha, em apenas dois dias. Embalado com o rótulo “Farinha de Cruzeiro do Sul” o produto está pronto para ser comercializado.

AAIBGE7Germano Gomes e Antonio Macenas destacam apoio do governo para o projeto
O presidente da Central Juruá, Germano Gomes, agradece o Governo do Estado pelo apoio, desde a organização e criação da Central das Cooperativas até a compra de equipamentos, construção e modernização da estrutura existente na Cageacre, além da aquisição de caminhões para transportar o produto.

“Estamos satisfeitos com o apoio do Governo do Estado. Estamos realizando um antigo sonho dos produtores rurais, que agora contam com uma cooperativa e tem seus produtos valorizados”, disse.
Ele lembrou que o produtor vendia uma saca de farinha no mercado por R$ 30 e agora a Central compra a mesma saca por R$ 70, beneficiando o produtor, que era quem menos lucrava no processo de produção da farinha.

A cooperativa Coopersonhos, de Marechal Thaumaturgo, também foi beneficiada com uma empacotadeira, a construção de uma sede, além da distribuição de sementes para o plantio da safra de feijão, que bateu todos os recordes de produção dos últimos anos. Antonio Macenas, presidente da Coopersonhos, comemora as grandes conquistas realizadas em menos de um ano de trabalho com apoio do Governo Tião Viana.  

“O governador Tião Viana esteve em Marechal Thaumaturgo no lançamento do programa que investiu na cadeia produtiva com a doação de sementes aos produtores rurais, garantindo a maior colheita dos últimos tempos. A cooperativa já adquiriu 34 toneladas de feijão dos produtores que serão agora empacotadas em Cruzeiro do Sul”, disse.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, ressaltou que os investimentos feitos pelo Governo do Estado na organização das cooperativas têm o objetivo principal de agregar valor a farinha do Juruá e a produção regional beneficiando os produtores.

“Com a abertura permanente da BR-364, temos como empacotar a farinha e vender para os diversos mercados com valor agregado, fazendo com que a região deixe de ser apenas distribuidor dela in natura”, afirmou.   

Houve redução na concentração de renda no Acre. Os dados foram divulgados, na última semana, pela direção regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística por meio dos Indicadores Sociais Municipais e dos resultados definitivos do Censo 2010. O Acre era o 16º Estado com renda mais concentrada do país em 2000. Nos últimos dez anos, houve distribuição de renda mais eficiente, e o Estado passou para a 12ª colocação no ranking nacional. A atual situação é consequência de uma série de ações conjuntas de governo executadas na última década. Uma realidade diferente da encontrada em outros Estados da região.
AAIBGE1Ações conjuntas de governo executadas na última década melhoraram as condições de vida da população
A mudança mais dramática no Norte é encontrada em Roraima. Em 2000, o Estado era o que tinha uma das melhores distribuições de renda do país. Disputava com Santa Catarina o topo da relação dos Estados com renda menor concentrada. Era o 26º. Dez anos depois, Roraima está na 8ª colocação.

O Amazonas também piorou, mas em menor proporção. Em 2000, era o quinto da região com renda mais concentrada. Atualmente, é o Estado do Norte onde há maior concentração de renda, com Índice de Gini alcançando 0,557, calculado no último Censo. De acordo com o IBGE, “o Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de 0 (zero) – a perfeita igualdade – até 1 (um) – a desigualdade máxima”. Quanto mais próximo de 1, maior a concentração de renda (observar a tabela).

Rondônia se manteve no 21º lugar entre todos Estados do país. O mesmo ranking de 2000. Independente das turbulências políticas, o ambiente econômico aquecido pelas grandes obras de infraestrutura no Estado respondem pela atual condição na distribuição de riqueza.

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No Acre, gargalo está no interior
Nas cidades do interior do Acre, as ações de governo responsáveis pela melhoria na distribuição de riqueza encontram mais dificuldades de serem executadas. De acordo com o Censo 2010, o Acre possui a terceira maior concentração de renda do país quando se avalia a condição das famílias na zona rural. Somente Roraima tem meio rural com renda mais concentrada no Norte. Essa comparação inclui Brasil, Grande Região e Unidades da Federação.

A situação não é novidade para os técnicos do governo estadual. Ainda na gestão do ex-governador Binho Marques, a criação do programa Pro-Acre já era uma demonstração de que as ações articuladas do poder público (o que os gestores chamam de “ações transversais”) deveriam chegar a todos os lugares de maneira efetiva e permanente. O ProAcre priorizava atividades nas áreas de Saúde, Educação e Produção Agro-extrativista, mesmo nas re-giões mais isoladas.

Não é por acaso que cidades como Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Manoel Urbano, Assis Brasil e Senador Guiomard concentram o maior número de famílias vivendo em pobreza extrema. O IBGE entende como “pobreza extrema” as famílias com renda per capita de até R$ 70 por mês. O Acre tem relacionadas no CadÚnico (o cadastro único formulado pelo Governo Federal para famílias que recebem até três salários mínimos) exatas 98.630 famílias. Algo em torno de 14% da população do Estado depende dos benefí-cios de programas de transferência direta de renda executados pelo poder público.

O município onde há maior cobertura de ações sociais na zona rural é Marechal Thaumaturgo. São 1.475 domicí-lios atendidos de 1.574 existentes na zona rural. Menos de cem famílias que moram na zona rural do município não precisam de assistência social do governo.

Outro destaque necessário sobre a condição de “pobreza extrema” refere-se ao conceito. Quando se afirma que uma família vive em extrema pobreza, resume-se nessas duas palavras a situação de exclusão social, fome, desnutrição, violência e ausência das condições mínimas para se viver com dignidade, independente dos critérios criados para avaliar a qualidade de vida de quem mora nas cidades ou na floresta. No Acre, 32 mil famílias são extremamente pobres.
AAIBGE3Número de família em extrema pobreza deve chegar a 45 mil nos próximos anos, segundo estimativas da Secretaria de Desenvolvimento Social
‘Acre Sem Miséria’ garante continuidade
O governador Tião Viana pegou carona no programa Brasil Sem Miséria, lançado pela presidente Dilma Rousseff, e criou a versão local pelo nome de Acre Sem Miséria. Tem o mérito de garantir a continuidade das ações estruturantes das políticas sociais implantadas desde 1999, na gestão do ex-governador Jorge Viana, e executadas por Binho Marques até o ano passado.

No atual formato da gestão do governador Tião Viana, algumas secretarias e institutos ganham mais destaque nas ações de distribuição de renda: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Secretaria de Estado de Pequenos Negócios, Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia e Instituto Dom Moacyr podem ser mais rapidamente lembrados pela relação direta que mantêm na geração e distribuição de riqueza com qualificação profissional.

Número de excluídos deve aumentar
Os técnicos em estatística e assistentes sociais fazem um alerta: vai aumentar o número de excluídos no Acre. O motivo é o recadastramento que está sendo feito pelas prefeituras para atualização do CadÚnico. É como se a exclusão estivesse se apresentando ao poder público formalmente. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social estima que das atuais 32 mil famílias acreanas extremamente pobres, a situação alcance de 40 a 45 mil famílias nos próximos anos.

Claudia de Paoli é um dos quadros mais qualificados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. É gerente do Departamento de Proteção Social Básica. Sob sua responsabilidade, estão 13 coordenadorias. Entre elas, a coor-denadoria do Bolsa-família, programa apontado como um dos responsáveis pela melhora na distribuição de renda no Acre. “A emancipação econômica e social não se alcança do dia para a noite”, reconhece, com o forte sotaque italiano. “Para termos uma melhora sentida aqui em 2010 com o Tião, temos que recordar ações lá atrás do ex-governador Jorge Viana e passando pelo Binho”.

 

Nenhum a menos
No Acre, ainda não se tem informações de uma única família que tenha se emancipado economicamente desde a implantação do Bolsa-família pelo ex-presidente Lula em 2003. Os programas de transferência direta de renda, elaborados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Bolsa-escola, Vale-Gás e Cartão Alimentação), também não tiveram eficiência ideal.

“A saída é insistir em ações que relacionem a inclusão sócio-produtiva com Educação e Saúde”, avalia o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Antônio Torres. “A emancipação é uma conquista coletiva e demorada”.

ENTREVISTA: JOÃO FECURY

Empreender é preciso

ITAAN ARRUDA
AAIBGE4Fecury aposta na mudança da cultura do “contra-cheque” para a “empreendedora”Ele é de uma seriedade que quase espanta. Difícil ver o superintendente do Sebrae/AC sorrir. Mas, o talento de João Fecury se revela, de fato, nas conversas. Em pouco tempo, percebe-se: a sisudez é reflexo que mistura timidez com concentração no ambiente de trabalho. No modesto gabinete instalado na sede do Sebrae, no Centro de Rio Branco, ele recebeu a equipe do Acre Economia para falar sobre “empreendedorismo”, depois de uma semana de atividades dedicada ao tema. A feiura da palavra “empreendedorismo” não o incomoda. O que importa, realmente, é a aplicação do conceito para além dos clichês de auto-ajuda ou palestras motivacionais. Na fala de Fecury, pode-se ler “empreender” como “respeitar o consumidor”; ou “prestar bons serviços de forma rápida, menos dispendiosa e com mais qualidade”.

Para quem lida com o cotidiano de uma empresa, a entrevista vale a pena porque expõe uma parte desse novo ambiente econômico que está sendo, literalmente, construído na região com a interligação permanente entre os vales do Acre e do Juruá e com o Pacífico. “O empresário que não tiver uma postura empreendedora corre o risco de ficar pra trás”, sentencia.

Acre Economia: Por que é tão difícil ser “empreendedor”?
João Fecury: É uma questão cultural. A cultura anterior, que é a “cultura do contra-cheque”, oriundo do governo, está muito enraigada, desde o tempo de Getúlio Vargas, em que ser funcionário público era realmente uma honra. Era uma pessoa íntegra, de honra, de retidão familiar, profissional. E herdou-se isso dos nossos pais e avós e hoje o emprego ainda é, em alguns casos, a melhor opção. Mas, a cultura do empreendedorismo, a partir do fim da década de oitenta e início de noventa, vem ganhando terreno no sentido de que quanto mais pessoas passem a ter acesso à possibilidade de empreender e gerar seu negócio, gerar sua renda e sua perspectiva de futuro, menos pessoas vão estar envolvidas no serviço público, no processo burocrático e no processo de prestação de serviço e não geração de renda. A cultura do empreendedorismo ainda é pouco difundida, apesar de todos os esforços do Sebrae e federações comerciais. Mas, temos tido avanços nesses últimos 15 anos. Hoje, já não somos tão dependentes da “economia do contracheque”, um esforço muito grande do governo em ser um aliado, em difundir esse tipo de coisa. Em fomentar a formação de novos negócios. E, aos poucos, vai se saindo da idéia e partindo para a prática.

AE: Existe alguma dificuldade peculiar ao Acre no que se refere à formação de uma “cultura empreendedora”?
Fecury: Pelo fato de o Acre ter sido um território desbravado e, ao mesmo tempo ter ficado a esmo, sem um controle, sem saber a quem pertencia, sempre direcionado ao Governo Federal, quando as verbas vinham do Governo Federal até ser transformado oficialmente no primeiro território sem retirar nossa dependência do Governo Federal… então, a cultura do empreendedorismo demorou muito… foi muito tardia em ser semea-da aqui. Mas, nós temos exemplos de empreendedorismo em vários lugares por aqui. Em Cruzeiro do Sul, que foi uma cidade que aprendeu a se virar no período de isolamento, de empreender sem ter as condições necessárias. Acrelândia é outro exemplo. Ali, a cultura do empreendedorismo está muito bem disseminada. São pessoas que vieram do Sul do país que já trouxeram uma bagagem histórica dessa forma de trabalho. Nos municípios mais próximos de Rio Branco, a situação é outra. Há uma certa estabilidade, uma certa acomodação, por parte da população. Mas, mesmo assim, podemos dizer que o Acre tem mudado e vai conseguir se firmar dentro da cultura empreendedora.

AE: Que vantagens o governo conquista quando soma o empreendedorismo à retórica oficial?
Fecury: O governo ganha com o empreendedorismo. Ele tira da sua órbita a necessidade de apoiar uma ação através do Estado. Ele tira da sua órbita a necessidade constante de ter que fazer concursos públicos para poder gerar empregos. Quando o governo implementa ações voltadas para o fortalecimento do empreendedorismo, na verdade, ele está trabalhando em causa própria, mas apoiando as atividades produtivas através das associações e das federações comerciais.

AE: Integração entre todos os municí-pios por meio da pavimentação da BR-364, a integração com o Pacífico vão exigir o quê da iniciativa privada? Que cuidados os empresários devem ter a partir de agora?
Fecury: O empresário que não tiver uma postura empreendedora corre o risco de ficar pra trás. A mesma coisa aconteceu com Rio Branco, na década de 90, quando da ligação com Porto Velho por meio da BR-364. Aqueles empresá-rios que estavam aqui estabelecidos pela tradição, as grandes famílias de comerciantes (e nisso incluo até a minha) se viram na obrigação de concorrer mais fortemente com aqueles que estavam chegando. Aqueles que não conseguiram ou se extinguiram por completo ou mudaram de ramo. Foi o caso da minha família. Concorríamos com grupos que tinham 120 lojas. Tínhamos até competência, mas não tínhamos capacidade de concorrer com quem estava vindo com grande estoque e reflexo direto no preço dos produtos. A mesma coisa vai acontecer em Cruzeiro do Sul, em Feijó, em Tarauacá. Vai acontecer em toda extensão da BR, a partir de Rio Branco. Se não houver competitividade e se eles não se reinventarem no ramo em que atuam, vão sucumbir.

AE: Na prática, quando se fala que os empresários “vão ter que adotar uma postura mais profissional e inventiva” o que se está querendo dizer?
Fecury: Na prática, é dizer que as empresas do Estado do Acre, e 99,9% são familiares, elas têm que deixar de ser familiares, mantendo as características: tem que se profissionalizar, melhorando a gestão, com estudo. No Juruá, por exemplo, e isso é consenso entre os empresários de lá, sabe-se que a ligação permanente com a Capital marca um novo momento para o comércio. Hoje, por exemplo, não há comercialização de nenhum produto que seja mais vantajoso o transporte por balsa. É muito mais compensador vir pela estrada de São Paulo do que de balsa por balsa. Nem o gás compensa mais trazer de balsa para Cruzeiro do Sul. Acabou a época da balsa. Se você fizer o pedido por telefone, em dois dias está em Rondônia e em um dia e meio chega em Cruzeiro do Sul. Não é fantástico? A rodovia se impõe, nesse caso, mais economicamente viável. O custo do frete vai cair. Agora, o que é que eles vão fazer com as balsas? Com o patrimônio das balsas que já está implementado… arraigado…? O que fazer com a cultura das balsas e cultura da ligação com Manaus?

AE: Vamos mudar de assunto. Carga tributária. Que conseqüências poderão ser percebidas pelo micro e pequeno empresário da região no curto prazo depois da sanção da presidente Dilma em relação ao Supersimples e ao Empreendedor Individual?
Fecury: Impacto muito positivo. Anteriormente, o faturamento bruto mensal era de até 3 mil reais. Se ele passasse desse limite, ele perderia as isenções de impostos únicos, de pagamentos de impostos federais simplificados e tarifas reduzidas. Com a sanção presidencial, o Empreendedor Individual passa de 3 mil reais para 6 mil reais. E todos os outros níveis foram aumentados: o micro-empresário e o pequeno empresário tiveram faixas de faturamento bruto mensal aumentadas.

AE: Será que todos os micro-empresários têm a dimensão desse novo momento?
Fecury: Não. Não têm. Nós temos os micro-empresários e os potenciais micro-empresários e empreendedores. Em princípio, todo mundo é empreendedor. A disseminação da cultura do empreendedorismo tem que ser mais próxima das pessoas para que todos tenham mais informação e possam saber utilizar essa informação para prestar melhores serviços. E, claro, consolidar sua marca, suas empresas nos mercados onde atuam.


Fecomercio/AC e CNC apresentam Empreendedorismo Digital a empresários

ITAAN ARRUDA
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre e a Confederação Nacional do Comércio explicam para empresários regionais a implantação do Empreendedorismo Digital nas empresas. Especialistas em três áreas de gestão empresarial vão debater o assunto no auditório da Fecomercio,  no próximo dia 6 de dezembro. “Algumas ações do Governo Federal vão exigir das empresas o domínio de ferramentas digitais, e quem não se atua-lizar corre o risco de comprometer o negócio”, analisa a coordenadora de projetos da Fecomercio/AC, Elivanda Araújo.

AAIBGE5Diretor da CNC, Pedro Nadaf, será um dos palestrantes
A sensibilização dos empresários faz parte do projeto “Empreendedorismo Digital 2011”, que a confederação executa em parceria com todas as federações comerciais do país. O objetivo é “mostrar aos empresários do setor terciário a importância de adoção de ferramentas tecnológicas na gestão de negócios”, segundo informações divulgadas pela assessoria da CNC. O tema dos debates de 2011 é “Segurança e Sustentabilidade” e alerta os representantes do setor privado sobre certificação digital. Além disso, estará em discussão os riscos e prejuízos do consumo de produtos piratas.

O diretor da Confederação Nacional do Comércio, Pedro Nadaf, vai proferir a palestra “Empreendedorismo – Cenário Brasileiro”. O representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, Natan Shiper, vai falar sobre “A Pirataria na Era Digital”. A palestra “Sped: uma visão empresarial” vai ser conduzida pelo empresário e especialista no Sistema Público de Escrituração Digital, Roberto Dias Duarte.

O Sped é um bom exemplo da necessidade de atualização por parte dos empresários que ainda não dominam a ferramenta. O sistema é uma tentativa do Governo Federal em tornar mais eficaz a relação entre o fisco e os contribuintes. Se o empresário não estiver afinado com esse instrumento, em pouco tempo, poderá ter problemas para demonstrar estar em dia com pagamento de tributos, o que pode trazer problemas na gestão dos negócios.

Informações sobre estratégias de uso de redes sociais para divulgação empresarial, emissão de nota fiscal eletrônica, certificação digital e construção de blogs serão discutidas por especialistas com os empresários acreanos. Tudo focado para promoção de negócios.


Hilea Design quer instalar unidade em Rio Branco

ITAAN ARRUDA E RUTEMBERG CRISPIM
Fundamentada no discurso da sustentabilidade, a pequena indústria de artesanato Hilea Design ensaia as primeiras articulações para instalar uma unidade no Acre. A produção de biojóias, utilizando basicamente a madeira oriunda de projetos de manejo, é coordenada pela designer Débora Larucci. Ela trabalha há dois anos com a madeira certificada acreana por meio do Pólo Moveleiro.

AAIBGE6Design Débora Larucci produz jóias exclusivas com madeira certificada acreana e pedras importadas do Peru
A instalação de uma fábrica em Rio Branco é estratégica porque as pedras utilizadas nas peças são importadas do Peru. Com a abertura da BR-317 e a interligação com a Interoceânica, o fluxo de insumos para produção será agilizado para garantir a consolidação de mercados como Brasil, Alemanha, China e Estados Unidos.

“Tenho uma admiração especial pelo projeto de manejo florestal desenvolvido aqui”, revelouLarucci. “Isso é um diferencial quando falamos em comercialização dos produtos. Temos madeira legal, que servem para produção de peças, que chamam atenção do mundo”.

As principais espécies utilizadas são muiracatiara, piquiá, roxinho, frejó, sucupira, amarelão. Nos dois anos que buscou insumos no Acre, Larucci contou com o apoio do Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário (Cetemm).

No planejamento da HileaDesign, estão previstos quatro eventos de lançamento das jóias: São Paulo, Rio Branco, Nova York e Munich. De acordo com o planejamento estratégico da empresa, parte da renda da comercialização das peças deve ser usada na promoção e apoio a projetos sustentáveis locais.

Na última sexta-feira, Larucci conversou com o secretário de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Tecnologia, Edvaldo Magalhães. Não ficaram definidos quais seriam os incentivos concedidos pelo Governo do Acre.

ZPE desperta interesse do setor
A Zona de Processamento de Exportação já despertou interesse de indústrias do Peru vinculadas ao setor de jóias. Como a ZPE prevê a isenção de diversos tributos e com alta taxa de comercialização externa (pelo projeto atual, 80% do que for produzido na ZPE deve ser exportado), fica atrativo produzir jóias aqui.

No Peru, os insumos são abundantes de metais como ouro, prata e pedras preciosas. O volume no transporte dos insumos e das peças produzidas é pequeno (o que barateia os custos com o frete). São fatores de atração de novos empreendimentos com a possibilidade de alfandegamento.


Produtores do Juruá comemoram empacotamento das primeiras dez toneladas de farinha

A agroindústria de empacotamento de farinha e feijão da Central de Cooperativas dos Produtores Familiares do Vale do Juruá comemora o início das atividades com o empacotamento de 10 toneladas de farinha, em apenas dois dias. Embalado com o rótulo “Farinha de Cruzeiro do Sul” o produto está pronto para ser comercializado.

AAIBGE7Germano Gomes e Antonio Macenas destacam apoio do governo para o projeto
O presidente da Central Juruá, Germano Gomes, agradece o Governo do Estado pelo apoio, desde a organização e criação da Central das Cooperativas até a compra de equipamentos, construção e modernização da estrutura existente na Cageacre, além da aquisição de caminhões para transportar o produto.

“Estamos satisfeitos com o apoio do Governo do Estado. Estamos realizando um antigo sonho dos produtores rurais, que agora contam com uma cooperativa e tem seus produtos valorizados”, disse.
Ele lembrou que o produtor vendia uma saca de farinha no mercado por R$ 30 e agora a Central compra a mesma saca por R$ 70, beneficiando o produtor, que era quem menos lucrava no processo de produção da farinha.

A cooperativa Coopersonhos, de Marechal Thaumaturgo, também foi beneficiada com uma empacotadeira, a construção de uma sede, além da distribuição de sementes para o plantio da safra de feijão, que bateu todos os recordes de produção dos últimos anos. Antonio Macenas, presidente da Coopersonhos, comemora as grandes conquistas realizadas em menos de um ano de trabalho com apoio do Governo Tião Viana.  

“O governador Tião Viana esteve em Marechal Thaumaturgo no lançamento do programa que investiu na cadeia produtiva com a doação de sementes aos produtores rurais, garantindo a maior colheita dos últimos tempos. A cooperativa já adquiriu 34 toneladas de feijão dos produtores que serão agora empacotadas em Cruzeiro do Sul”, disse.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, ressaltou que os investimentos feitos pelo Governo do Estado na organização das cooperativas têm o objetivo principal de agregar valor a farinha do Juruá e a produção regional beneficiando os produtores.

“Com a abertura permanente da BR-364, temos como empacotar a farinha e vender para os diversos mercados com valor agregado, fazendo com que a região deixe de ser apenas distribuidor dela in natura”, afirmou.   

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