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Tudo pronto para a inauguração do Via Verde Shopping na Capital

 

As lideranças vinculadas ao comércio regional são unânimes: o Via Verde Shopping muda a estrutura das vendas no varejo em Rio Branco. De uma forma ou de outra, todos comerciantes da Capital sentirão a presença de um empreendimento que gera 2,2 mil empregos diretos e 4,5 mil indiretos. O cronograma da obra teve, efetivamente, um período de pouco mais de um ano para construir uma área de, aproximadamente, 42,4 mil m².


Localizado numa área de 42,4 mil m², o Via Verde Shopping foi construído em pouco mais de um ano. Inauguração será nesta terça

Na próxima terça-feira, 8 de novembro, dia da inauguração, parte das lojas não estarão preparadas para atender ao público. No entanto, as lojas-âncoras (como são chamadas as lojas com presença em praticamente todo país) já estarão prontas para atender ao consumidor. “Nenhum shopping, em nenhum lugar, inaugura com cem por cento das lojas prontas”, explica Dorival Regini, presidente do Grupo LGR.

O Via Verde Shopping é resultado de investimentos de, aproximadamente, R$ 140 milhões, feitos por um consórcio de três empresas empreendedoras: a LGR Empreendimentos, Prosperitas e Bicar. Dorival Regini, que preside o consórcio, não esconde uma certa impa-ciência com quem questiona a viabilidade e sustentabilidade econômica do empreendimento no Acre. “Nós acreditamos no Acre”, reforça. “Antes de tomar qualquer tipo de decisão, os empresários fazem estudos, pesquisas. Ninguém investe na incerteza”.

Demanda pelo empreendimento, o perfil do consumidor e o aumento médio do poder aquisitivo do acreano foram apontados nas pesquisas feitas pelo consórcio como fatores que justificam a presença do shopping em Rio Branco.

“O que me alegra, vendo a história desse empreendimento, é que dois mil e duzentos jovens poderão trabalhar aqui”, afirmou o governador Tião Viana, durante visita feita ao Via Verde, no fim da manhã de sábado. “É uma nova fase da economia urbana, de economia do comércio dentro do Estado do Acre”.

 


Perpétua, Tião Viana, Regini e Edvaldo Magalhães visitaram ontem o empreendimento

 

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães, “o Via Verde Shopping é hoje o endereço onde há a maior concentração de empregos privados do Acre e isso, no conjunto, é fruto também de uma determinação política”.

Regini nega multa
O presidente do Grupo LGR, Dorival Regini, alegou “sigilo empresarial” para não divulgar a possibilidade de pagar multa às lojas-âncoras, caso o shopping não seja inaugurado na próxima terça-feira. “Em respeito aos meus clientes, essa informação não será possível ser divulgada”, desculpou-se. Como as lojas-âncoras já estão prontas para atender e vender, a não inauguração acarretaria em prejuízos. Mas, a possibilidade de não inaugurar está descartada. “Nós seremos o primeiro shopping do Acre”.

Regini afirma que o adiamento é, do ponto de vista empresarial, inviável. “As datas de inauguração de shoppings ou são em março e abril ou em agosto e setembro”, informou. A inauguração do Via Verde Shopping em novembro tem como causa as dificuldades na execução da obra, em função das constantes chuvas na região. “Havia época em que a lama alcançava o nosso joelho”, lembra.

Leandro Domingos: comerciante terá que ser mais ousado
O presidente da Federação do Comércio do Acre, Leandro Domingos, estava entusiasmado. Lembrou da pesquisa feita recentemente pela federação que aponta o “comerciante de rua” despreocupado com a concorrência trazida pelo shopping. “Agora, é claro que haverá necessidade de adaptação”, diferencia Domingos. “Esse projeto do Via Verde vai nos obrigar a sermos mais criativos e mais ousados”.

Bemol relaciona o projeto Via Verde à “vocação amazônica” da empresa
Os empresários da Bemol já são velhos conhecidos dos acreanos. A Fogás, que pertence ao Grupo Simões, já está há 30 anos no Estado. A Bemol é parte dos investimentos do grupo amazonense. “Consideramos a Amazônia como nossa vocação empresarial”, definiu o empresário Jaime Bechimol, diretor da Bemol.


Bemol e Renner serão duas das lojas âncoras inauguradas nesta terça, no Via Verde Shopping

A Bemol vai comercializar no Via Verde Shopping eletrodomésticos, móveis, telefones, equipamentos de informática, CDs, DVDs e livros. A loja, que vai empregar diretamente 60 colaboradores, também vai possuir uma loteria da Caixa a partir do ano que vem.

Jaime Bechimol explica também que, além da unidade no Via Verde, há também o centro de distribuição. Nessas duas unidades, o investimento foi de R$ 7 milhões. “Se considerarmos o capital alocado em estoques e futuros finan-ciamentos a clientes chegaremos a mais de R$ 20 milhões entre as duas empresas”, calculou Bechimol.

Qualificação em Manaus Os 60 colaboradores selecionados pela Bemol foram treinados nas unidades da empresa em Manaus, sede da matriz. Foi um período de 40 dias de treinamento. A empresa utilizou o banco de dados unificado organizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia por meio do Departamento de Mobilização pelo Trabalho. “Quero registrar nossa satisfação com as instituições acreanas tanto as ligadas ao governo estadual, como à prefeitura de Rio Branco que nos receberam com muita cordialidade, atenção e integridade”, reconheceu Bechimol.

Renner investe R$ 7,2 milhões em loja no shopping
A loja Renner, que será inaugurada na terça-feira, pertence a um grande grupo empresa-rial, Grupo Renner Herrmann S.A, que está há mais de 80 anos no mercado brasileiro. O grupo se divide em oito grandes empresas. No Via Verde Shopping, a Renner investiu R$ 7,2 milhões e vai empregar diretamente 52 pessoas com atuação na venda de confecções com preços mais acessíveis.

“Estamos muito contentes em ancorar esse empreendimento importante econômica e socialmente não só para o Acre, como também para todo o norte brasileiro”, afirmou o diretor de Operações das Lojas Renner, Paulo Soares.

A expectativa para o consumidor é ter um atendimento diferenciado com colaboradores treinados em centros próprios da marca. Há, inclusive, uma “Universidade Renner”, com foco basicamente na gestão de negócios.
A direção da Renner justifica a presença da empresa no Estado como um reflexo “do desenvolvimento econômico e populacional de Rio Branco”.


Indústria acreana conquista liderança no mercado local de água sanitária

RUTEMBERG CRISPIM
A empresária Ana Cláudia Souza é o que podemos chamar de “mulher ousada e determinada”. Ex-bancária, ela decidiu investir na produção de velas. O lugar escolhido: o fundo do seu quintal, no bairro José Augusto. A idéia era inovar e apresentar um produto de qualidade ao mercado acreano.


Ana Cláudia: de bancária a empreendedora bem-sucedida

Ela conta, orgulhosa, que as dificuldades para a produção das primeiras velas foram um incentivo a mais para continuar firme no seu objetivo. Foram muitos os problemas com equipamentos e para comercializar o produto.
Para garantir a venda das velas, Ana Cláudia visitava os amigos e apresentava a sua produção. Aos poucos,foi ganhando clientes. Depois de alguns anos, decidiu am-pliar seus negócios e construir um galpão. A intenção era trabalhar com um novo produto.

Ana Cláudia decidiu apostar na produção da água sanitária. Com mais experiência, ela procurou logo equipamentos e matéria-prima de qualidade. O resultado não podia ser melhor.

A experiência, que iniciou há mais de 12 anos, deu certo. Hoje, a água sanitária Cristal é líder em venda na maioria dos supermercados e pequenos comércios do Estado, chegando a desbancar grandes marcas nacionais. O preço cobrado pelo produto, aliado à boa qualidade, foram fatores importantes para a consolidação no mercado local.

Atualmente, a Velpa Indústria Química produz, diariamente, entre 10 e 20 mil litros de água sanitária por dia. E a produção, às vezes, não é suficiente para atender a demanda. Prova disso é que a empresa não consegue manter estoque do produto.

Menor preço
Após a consolidação da marca Cristal, Ana Cláudia deu um passo importante para garantir um produto capaz de concorrer com os produzidos pelas grandes empresas. Ela decidiu fabricar também as suas embalagens.


Produção das embalagens na indústria garantiu redução do preço do produto  

A decisão garantiu a redução do preço da água sanitária Cristal. A matéria-prima é comprada da Plasacre. As embalagens são feitas na própria indústria, localizada no Pólo Industrial de Rio Branco.

São 31 funcionários que trabalham de segunda a sexta-feira, na produção da água sanitária e das embalagens. A qualidade do produto é rigorosamente acompanhada por técnicos especializados, evitando problemas para a indústria e mantendo o padrão.

Nos últimos dias, a indústria aumentou sua produção de velas. A intenção é garantir o abastecimento do mercado para o Dia de Finados.

Ampliação dos negócios é prioridade
Durante visita do secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, a empresária Ana Cláudia anunciou que pretende am-pliar o portfólio de produtos.


Secretário Edvaldo Magalhães garantiu apoio à empresa, que pretende ampliar o leque de produtos com a marca Cristal no mercado acreano

Além da água sanitária, a Velpa já produz velas e desinfetantes. A meta é colocar no mercado, nos próximos meses, amaciante e limpa alumínio.
“Temos um produto que concorre com os das grandes empresas. Estamos consolidados no mercado, mas queremos ampliar nossos negócios, oferecendo novos produtos com o mesmo padrão de qualidade”, assegura.
A Velpa, que já conta com os incentivos do Governo do Estado, vai construir um novo galpão para a produção dos novos itens. Durante a visita, o secretário Edvaldo Magalhães assegurou o apoio à indústria.
“Aqui temos uma empresa que trabalha com seriedade. São 31 famílias beneficiadas diretamente, e a expectativa é que novos empregos sejam gerados com a ampliação dos negócios, por isso, o Governo incentiva e apoia esse empreendimento”, disse.


Balança comercial de outubro mantém superávit, mesmo com aumento de importações

ITAAN ARRUDA
Na semana que passou, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou os dados da balança comercial de outubro. Houve saldo positivo calculado em US$ 2,355 bilhões. As exportações foram maiores do que as importações, embora tenha sido registrada retração de 0,2% em relação ao mês de setembro. O governo comemorou porque em comparação com outubro do ano passado, o Brasil incrementou as importações em 19,5% e, mesmo assim, houve superávit.


Exportações cresceram 29,3% em relação ao mesmo período de 2010; importações tiveram crescimento de 24,9%

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro a outubro deste ano, as vendas externas somaram US$ 212,139 bilhões. Na comparação com a média diária do mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 29,3%. As importações foram de US$ 186,749 bilhões, com média diária de US$ 893,5 milhões. O valor está 24,9% acima da média registrada no mesmo período de 2010.

Mudança de perfil
As informações apresentadas pelo Ministério demonstram uma urgência: o Brasil deve trabalhar pela mudança no perfil das exportações ou vai começara ter problemas com a extrema dependência do mercado externo, sobretudo em relação às importações chinesas. E o que é pior: as exportações brasileiras estão pautadas basicamente na venda de commodities. Ao menor sinal de revisão das importações chinesas do minério de ferro, petróleo e da soja brasileiros, a balança comercial verde-amarela deve tender ao desequilíbrio. Há pelo menos dois anos, o Brasil vem mantendo uma participação crescente nas importações da China.

“O Brasil tem que diversificar sua pauta de exportações”, sugere o Coordenador Geral de Acompanhamento do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eduardo Mello Mazzoleni, durante a 42ª reunião da AgroEx, realizada em Rio Branco.

A declaração de Mazzoleni é fundamentada na seguinte informação. Atualmente, as exportações de etanol e açúcar são responsáveis por 40% das comercializações vinculadas à agroindústria; 26% são do Complexo Soja; 18% do comércio de carne; 9% do café; 2% cereais; 2% fibras (algodão) e 3% “outros produtos”. “O problema não está em exportar esses produtos. O problema está em exportar somente esses produtos”, afirmou. Agregar valor aos produtos agrícolas nacionais é a saída mais elementar. No entanto, aumentar a participação brasileira em outros setores do mercado internacional é algo que está distante do cenário.

Concentração é desafio para cooperativas
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil acompanha a tendência mundial de concentração na comercialização de alimentos. Atualmente, 43% do mercado brasileiro estão concentrados em cinco empresas: CBD (Brasil/França); Carrefour (França); Wal-Mart (EUA); G. Barbosa (Chile); Zaffari (Brasil). Essa concentração empresarial no Brasil exige maior poder de negociação das cooperativas.


Mazzoleni: país tem que diversificar pauta de exportação

“Sem união, o trabalho de cooperativas tende a ser pouco eficiente e perde-se poder nas negociações”, avaliou o Coordenador Geral de Acompanhamento do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eduardo Mello Mazzoleni. “Há outro problema”, constatou Mazzoleni, antes de conceituar. “Cooperativas servem para ser lucrativas e ter condições de competitividade no mercado”.
Essa concentração também está presente na hora de beneficiar o produto agrícola. Na exportação de frango, por exemplo, 76% do mercado brasileiro está sob domínio de três empresas: Sadia e BRF (Brasil); Marfrig (Brasil) e Doux (França). No setor de torrefação de café, oito empresas concentram 74% do mercado e, no esmagamento de soja, três empresas (todas multinacionais) concentram 43% do mercado.

União Européia é a maior cliente das cooperativas brasileiras
A União Européia é a que mais importa de cooperativas brasileiras vinculadas à agroindústria. Logo após vem a China, seguida dos Emirados Árabes (3º lugar), Estados Unidos (4º lugar) e Japão (5ª posição). Além desses, as cooperativas brasileiras exportam para mais 138 países.


Marcelo Ferraz: mercado interno ainda é prioridade

Essa ampliação da participação dos produtos brasileiros no mercado internacional veio acompanhada de uma mudança de hábito interna. “Antigamente, exportava-se o que havia de melhor e nós consumíamos o resto. Hoje, isso está em processo de mudança”, ressaltou o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Junqueira Ferraz.

De acordo com Ferraz, o mercado interno ainda é a prioridade. De toda carne bovina produzida aqui, 83% são consumidos no Brasil. O mesmo acontece com o frango (67% é consumido internamente); o milho (85,4%), a soja (64,7%) e a carne suína (81%).

 

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