Membros da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (Cegdra) reuniram-se na manhã da última segunda-feira, 31, na sede da Unidade de Situação do Corpo de Bombeiros da Estrada do Amapá, para apresentar os resultados obtidos com o trabalho e a ação coordenada pelas instituições que compõem a comissão.
As atividades da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais foram iniciadas em fevereiro de 2011, quando os representantes das instituições de resposta se reuniram para traçar uma estratégia de ação para fazer frente às queimadas e incêndios florestais no Estado. Após várias reuniões e oficinas de trabalho, foi elaborado o Plano Integrado de Prevenção, Controle e Combate às Queimadas e aos Incêndios Florestais no Estado do Acre, que contou com a participação de 36 instituições dos níveis Federal, Estadual, Municipais, além de ONGs e instituições de pesquisa.
A Unidade de Situação foi inaugurada no dia 26 de agosto de 2011, onde foram planejadas as ações das principais instituições de resposta para as situações de controle, monitoramento e combate às queimadas e aos incêndios florestais no Estado, dentre as quais: definição de indicadores para direcionamento do processo de fiscalização, monitoramento de focos de calor, direção de fumaça, condições e previsão do tempo (chuva, vento, temperatura, dentre outros) através do Boletim do Clima, definição das ações de combate, dentre outras.
Participaram diretamente na Unidade de Situação as seguintes instituições: Corpo de Bombeiros Militar (CBM/AC), Defesa Civil Estadual (Cedec), Instituto de Meio Ambiente do Estado do Acre (Imac), Secretaria de Estado do Meio Ambiente-Sema, Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação de Tecnologia do Estado/Unidade Central de Geoprocessamento-Funatc/Ucegeo, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco (Semeia), Defesa Civil do Município de Rio Branco (Comdec). As demais instituições representantes da Comissão Estadual de Gestão de Risco participaram do processo, conforme programado no Plano.
Além das reuniões convencionais previstas pelo Sistema de Comando do Incidente-SCI, estabelecido no Plano Integrado, foram realizados debates e discussões com especialistas locais e de instituições regionais, com foco especial para o rio Acre, que apresentou o mais baixo nível dos últimos 40 anos. Contribuíram com as discussões representantes do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, da Universidade Federal Fluminense, além dos parceiros locais (Seap, Ufac, WHRC, CBM/AC, Comdec, Cia Ambiental, IMC, Projeto Ci-liar Só Rio Acre, MPE, Sema e pesquisadores independentes).
Paralelamente a equipe de Educação Ambiental da Sema desenvolveu ações de sensibilização nas escolas, universidades, feiras livres, comércio, nos faróis, através do Grupo de teatro Vivarte, com o tema ‘com fogo não se brinca’.
Segundo a coordenadora da Cegdra, Vera Reis, os resultados apresentados de todo o trabalho desenvolvido foram positivos. “Quando comparamos os números de focos de calor de 2010 e 2011, podemos ver uma redução de aproximadamente 68%. Em 2010 tivemos 10.300 focos, sendo que, em 2011, as incidências foram reduzidas para apenas 331. Esse resultado é fruto do trabalho conjunto de 36 instituições envolvidas no combate às queimadas e incêndios florestais”, relatou Reis.
Para o comandante da corporação do Corpo de Bombeiros, Cel. Flávio Pires, a sala de situação é o lugar onde usamos a ciência e o conhecimento da equipe para a prevenção e o combate às queimadas. “Com esse trabalho podemos mostrar a sociedade, que estamos atentos aos problemas ambientais e estamos preparados para tratar e prevenir os incêndios florestais”, destacou o coronel.
De acordo com o presidente do Instituto do Meio Ambiente (Imac), Fernando Lima, a comissão conseguiu atingir seu maior objetivo, a redução das queimadas em 2011. “A união e o trabalho estratégico de cada instituição que compõe essa comissão, ajudou muito no combate às queimadas. A Seaprof também teve um papel importante que foi a implementação de políticas públicas com alternativas para evitar a utilização do fogo pelos produtores no preparo da terra para o plantio”, declarou Lima.
A secretária de Meio Ambiente do município de Rio Branco, Sílvia Brilhante, destacou que no município, a redução foi de 252 ocorrências por denúncias para 165 denúncias em 2011, atendidas por monitoramento presencial e 260 intervenções.
“Atribuo esse resultado a ações coordenadas, ao monitoramento e ao plano de prevenção elaborado que foi muito eficiente. O plano de prevenção é muito mais importante do que o plano de contingência. Com esse trabalho reduzimos significativamente as queimadas urbanas em 2011”, disse a secretária.
O secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, anunciou no evento que para 2012 serão elaborados os planos municipais de prevenção e combate as queimadas, e que também serão distribuídos kits de equipamentos para que cada prefeitura possa estar preparada para combater e prevenir as queimadas. (Assessoria/Sema)
