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CNPq defende regionalização de editais para descentralizar produção científica

O presidente do Centro Nacio-nal de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, defendeu a regionalização de editais como forma de descentralizar a produção científica brasileira. Acompanhado do deputado federal Sibá Machado (PT/AC), Oliva participou de um encontro no pequeno auditório dos Órgãos Colegiados da Universidade Federal do Acre, onde estavam reunidos a reitora Olinda Batista, o vice-reitor Paschoal Muniz e pesquisadores da instituição. “A regionalização dos editais é um caminho óbvio e necessário”, classificou. Mas, fez questão de ressaltar que a vinda de recursos para pesquisa precisa ter justificativa social. “E isso exige comprometimento de todos, sobretudo da classe científica”.

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A reitora Olinda Batista admitiu que “é impossível” concorrer com instituições tradicionais da produção científica brasileira no atual contexto. “Nós formamos uma universidade nova e é praticamente impossível concorrer em condições de igualdade nos editais universais com os medalhões da produção científica nacional”, disse.

A regionalização de editais é apontada como uma maneira de corrigir essas distorções. “Sem recursos, a pesquisa fica completamente comprometida e sem pesquisa não há desenvolvimento e entra-se em um ciclo viciado e perigoso”. A reitora acredita que, na prática, o Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia, vai conseguir executar a regionalização a partir de 2012.

Acre vai ter Fundação de Amparo à Pesquisa
Com a regionalização dos editais, uma das medidas necessárias para agilizar a execução dos trabalhos é a criação de uma Fundação de Amparo e Apoio à Pesquisa, semelhante ao que já ocorre, por exemplo, em São Paulo com a Fapesp (Fundo de Apoio à Pesquisa de São Paulo). “A fundação seria um mecanismo menos burocrático e que traria maior agilidade, inclusive para buscar parcerias com a iniciativa privada”, sugeriu o deputado federal Sibá Machado.

A fundação, no entanto, só terá sustentabilidade se houver o comprometimento do Governo do Estado para fomentá-lo. Há indicativos de que o governador Tião Viana apóia a proposta. Atualmente, o Governo do Acre já disponibiliza recursos para pesquisa por meio da Fundação de Tecnologia do Acre.

Ciências Exatas e Tecnológicas são prioridades
O deputado federal Sibá Machado (PT/AC) já deu indicativos de quais áreas devem ser priorizadas: Indústria, Ciências da Natureza e Engenharia. “Os grandes projetos de desenvolvimento do país hoje precisam de mais inovação e mais qualificação nessas áreas e o Acre pode e vai contribuir”, acredita o parlamentar.

Para justificar essas áreas de prioridade, Machado argumenta que só a Petrobras (que já faz estudos de prospecção para extração de petróleo na região) vai precisar de 280 mil engenheiros e a Eletrobras outros 78 mil pelos próximos cinco anos. Pesquisa nas áreas de Física, Química, Engenharia Química, Matemática, Biologia são apontadas como prioritárias.

O deputado deve destinar R$ 5 milhões de emendas parlamentar individual ano que vem para apoio à pesquisa.

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