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Fiscais do ICMBio dizem estar sendo ameaçados na Reserva Chico Mendes

 

Os fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão sendo ameaçados de morte pelos moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes. As tensões aumentaram depois que o analista ambiental Marcos Antônio de Freitas aplicou 3 multas de R$ 175 mil na Prefeitura de Brasiléia. Representantes de entidades também querem ‘a cabeça’ da chefa do órgão, que abrange 4 municípios da Região do Alto Acre.

“Esta denúncia é para que as autoridades policiais e fiscalizadoras não digam que não avisamos. Estamos pedindo a intervenção da nossa sede, em Brasília, além da proteção da Polícia Federal”, declarou o presidente da Associação dos Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Asibama), Francisco Mis-sias da Conceição Lopes. A entidade também responde pelos servidores do ICMBio.

Missias afirma que o clima é tenso em toda a Região do Alto Acre. Durante a manhã de ontem, servidores do ICMBio, sob escolta de agentes federais armados, foram impedidos de entrar na comunidade Mato Grosso, localizada dentro da Reserva Chico Mendes, pertencente ao perímetro rural de  Epitaciolândia. Cerca de 100 famílias estão revoltadas com o órgão, que, deve aplicar multas na prefeitura por causa de crimes ambientais. Os colonos alegam que ‘as benfeitorias’ em um ramal ajudaria eles a escoa-rem a produção, além de facilitar o acesso a uma escola.

No mês passado, sem nenhuma autorização, máquinas alargaram um ramal dentro do Seringal Humaitá. A obra causou danos na margem do Rio Xapuri e destruiu centenas de árvores protegidas por lei. “Foram 15 metros de alargamento em 35 Km do Ramal 19, que transformou o varadouro numa grande estrada”, denuncia o relatório dos fiscais.

“Fizemos uma vistoria técnica com o secretário de Meio Ambiente do Estado, Edegard de Deus, e toda a sua equipe, incluindo o secretário de Obras do município. Em campo, havia um engenheiro civil e um agrônomo, que concordaram plenamente com a nossa explanação técnica do problema. Mostramos uma várzea completamente destruída e um ramal alargado de forma absurda e sem autorização”, esclareceu Marcos Antônio de Freitas, acrescentando que ‘o secretário e os técnicos concordaram com o trabalho da nossa equipe’.

Ainda em Brasiléia, os desentendimentos também se estenderam à Área de Relevância Ecológica (ARE) do Seringal Nova Esperança. De acordo com relatórios das equipes de fiscalização, os técnicos estão sendo impedidos de acessar o local. Membros da Associação de Trabalhadores Extrativistas de Brasiléia (Amoreb) estariam arregimentando seringueiros, inclusive fornecendo armas.

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