O fiscal sanitário André Raimundo da Costa Júnior, de 42 anos, foi condenado ontem a 20 de reclusão em regime fechado. Sem dar chances de defesa, ele matou a ex-namorada, Ely Felipe de Souza, com um tiro na cabeça. Ela tinha apenas 24 anos e deixou dois filhos. André não aceitava a separação. A pena incluiu a tentativa de homicídio contra Claudemir de Lima, que foi também vítima de André no mesmo dia. O fiscal perdeu o cargo público e vai indenizar a família da vítima em R$ 15 mil.
Presidido pelo juiz Leandro Gross, o julgamento transcorreu dentro da normalidade. “Eu confio na lei de Deus e não na dos homens. Ele poderia ter pegado mais anos, mas eu não vou questionar a Justiça”, desabafou a mãe de Ely, Maria Souza da Silva, que estava cercada por parentes. “A justiça foi feita também porque sentenciou a indenização para a família”, comentou o assistente de acusação, Armysson Lee.
Há exatos 1 ano e 8 meses, o fiscal negou a intenção de matar a vítima. Em depoimento, disse que travou luta corporal com a ex-namorada e acidentalmente a arma teria disparado. André ficou preso poucos dias para responder o processo em liberdade, mas voltou à cadeia dias depois, acusado de coagir uma testemunha.
De acordo com os autos do processo, no dia do crime Ely Felipe estava em companhia da irmã e de um homem num bar. Segundo a acusação do Ministério Público Estadual (MPE), André chegou a discutir com o homem que estava na mesa, sacou o revólver, mas ele não funcionou. Com medo, os três saíram do bar rumo às suas casas. O fiscal seguiu o grupo até encontrar a ex-namorada. Depois de discutir com a vítima, ele apontou a arma para a cabeça da garota e disparou.