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Mais de 16 mil famílias participam da cadeia produtiva do peixe no Acre

Peixe24011Governador Tião visitou complexo de pisciculturaAtualmente, 16 mil famílias participam da cadeia produtiva da piscicultura no Estado. O cálculo é da Central de Cooperativas do Acre, um dos 18 sócios da empresa Peixes da Amazônia S.A, responsável pela gestão do Complexo Industrial de Piscicultura. A participação dos pequenos produtores é avaliada como um diferencial positivo em relação a outros projetos similares no país. “Percebo que poucas pessoas valorizam o que foi criado aqui no Acre”, afirma Jaime Brum, outro sócio do empreendimento. “Construir um formato em que estejam grandes produtores, pequenos e ainda a participação do governo é algo incomum”.

O governador Tião Viana, acompanhado de secretários de Estado e parlamentares, visitou as obras de terraplanagem do Complexo Industrial de Piscicultura, localizado na BR-364, Km 30 (sentido Rio Branco/Porto Velho), próximo ao Igarapé Iquiry. Em 75 dias de obra, parte dos 70 hectares está sendo preparada para receber a fábrica de ração, o frigorífico e o centro de reprodução de alevinos. “O projeto original tem o mercado externo como prioridade, mas, em nenhum momento, vamos desprezar o abastecimento do mercado interno”, avisou o governador do Acre, Tião Viana. “Só a rede estadual de ensino, que vai passar a comer peixe, a produção vai ter que atender a 256 mil alunos”.

O discurso em torno do Programa de Fortalecimento da Piscicultura foi acompanhada por todos os empresários que fazem parte do empreendimento e parlamentares da base aliada. “Conciliar a produção agrícola com geração de renda é um desafio que o projeto de governo da Frente Popular concretiza há 13 anos”, disse o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães.
O secretário de Extensão Agroflorestal e Agricultura Familiar, Lourival Marques, trouxe a informação de que o governo passou de 1.000 hectares de lâmina d’água para 1,5 mil hectares. O acréscimo de 500 hectares foi apresentado em clima de comemoração, rechaçado pelo presidente da Central de Cooperativas do Acre, Sansão Nogueira, que cobrou maior agilidade dos serviços em Sena Madureira.
A licença ambiental para as obras já está liberada pelos órgãos de fiscalização. O Complexo Industrial de Piscicultura deve ser inaugurado em setembro de 2012, com capacidade de beneficiar até 20 mil toneladas de pescado (surubim e pirarucu). Depois de consolidada a cadeia produtiva, a meta do governo é alcançar até 100 mil toneladas anuais.

Triangulação para produção de ração
A ração produzida no Complexo Industrial de Piscicultura é composta basicamente por três insumos: farinha de peixe, soja e milho. Os técnicos do projeto afirmam que a farinha de peixe será importada do Peru (onde se produz praticamente metade da farinha de peixe consumida no mundo), uma parte da soja será produzida aqui e o restante será comercializado do Centro-Oeste e o milho deve ser integralmente produzido aqui mesmo no Estado.

Há variantes. É possível, por exemplo, que um dos componentes da ração seja a gordura bovina. Mas, o ideal é que, dada a sensibilidade das espécies manejadas no Complexo, os componentes se limitem à soja, farinha de peixe e milho. Estima-se que a unidade tenha capacidade de produzir até 40 mil toneladas de ração anuais (uma média de 150 toneladas por dia).

 

Mercado em expansão
De acordo com o Ministério da Pesca e Aqüicultura, de 2003 (ano de criação do ministério) a 2010, o Brasil passou de 278 mil toneladas para 415 mil toneladas anuais. Um incremento de 35% em menos de dez anos. No Acre, o desafio é baixar o preço por meio do aumento da oferta do produto. “Peixe é um produto caro em qualquer lugar do mundo”, analisa o experiente produtor Jaime Brum, formulador do Projeto Pacu, uma referência na-cional na produção do pescado.

Brum é o assessor técnico do Complexo Industrial de Piscicultura e ajudou a formular o Programa de Fortalecimento da Piscicultura no Acre. “O foco aqui é no produtor, mas é lógico que o consumidor interno é importante e integra parte da cadeia de produção”, afirmou. O surubim e o pirarucu são espécies muito valorizadas, sobretudo no mercado internacional.

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