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IBGE aponta a resistência em queda no analfabetismo no Acre

O Censo Demográfico 2010 aponta uma resistência de destaque nos números que se referem ao Acre: a taxa de analfabetismo. Em 10 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução foi de apenas 8%, apesar de todo o investimento feito pelo Governo do Estado, com a criação do programa específico para tratar do assunto e com a execução de políticas educacionais para populações de regiões isoladas.
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O diretor do IBGE no Acre, Marco Fábio Esteves, apresentou ontem, em coletiva, os detalhes da análise dos Indicadores Sociais Municipais. Em 2000, 24,5% dos acreanos não sabiam ler nem escrever. Em 2010, 16,5% dos acreanos ainda estavam na mesma situação. “A função do IBGE é apresentar o retrato da situação sócio-econômica brasileira como ferramenta para o poder público formular políticas setoriais”, afirmou Esteves. “A interpretação de causas nem sempre está na nossa competência”.

O Acre, pelos números do Censo Demográfico 2010, é o 2º estado da Amazônia Legal com maior índice de analfabetos. Só o Maranhão possui índice maior, com 20,9% (ver tabela). O Governo do Acre está ciente do problema. Já em 2000, criou o programa Alfa 100 que visa reduzir o analfabetismo no Estado. “Da população entre 15 e 64 anos, saímos de um índice de 24,5%, em 2000, para 12,7% em 2010”, contabiliza a coor-denadora estadual do Alfa 100, Maria Augusta Bezerra Rosas. “Reduzimos o índice praticamente pela metade”.

A comemoração do Governo do Acre é baseada nas dificuldades geográficas que, em muitos casos, praticamente impedem a aplicação eficiente das políticas públicas. “Além disso”, avalia Rosas, “temos uma resistência natural entre as pessoas com mais de 60 anos em voltar a estudar e a valorizar o ato de ler e escrever como forma de transformar a qualidade de vida”.

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Os técnicos em Educação, inclusive a coordenadora estadual do Alfa 100, consideram o índice acreano ‘alto’. “Em 2014, vamos alcançar o menor índice possível. Não nos conformamos com essa situação”. A meta é chegar a um dígito.

Há melhoras pontuais em alguns municípios. Programas como o Pró-Acre, que levam ações de governo em setores como Saúde, Produção Agro-extrativista e Educação, houve queda no índice de analfabetismo. Jordão e Mâncio Lima são exemplos. Em Santa Rosa, a situação melhorou, mas continua preocupante. Lá, nos 3 últimos anos, o Alfa 100 não consegue ter ações regulares devido à falta de pessoal local para a aplicação do programa e às dificuldades de acesso.

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