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Jogadores de falso bingo beneficente serão ressarcidos

Os apostadores que iriam participar de um bingo, marcado no último dia 6, serão ressarcidos. A garantia foi dada ontem, pelos promotores Danilo Lovisaro e Alessandra Marques, em entrevista coletiva no hall do Ministério Público Estadual (MPE). Além de mandar suspender o Bingo Domingo da Sorte, registrado em nome da entidade Águas Vivas – Centro de Recuperação e Reintegração Social, a Justiça apreendeu 2 motos e 1 caminhonete S-10.
Promotores
Na ação denunciada pelo MPE, figuram como indiciados Rosemir de Souza Monteiro, Cleiton de Souza Monteiro e Renê Melo de Souza, além do Governo do Estado, por ceder espaço público para a realização dos bingos ilegais. “Os organizadores burlaram na totalidade a Lei 5.768/71, que exige que as entidades promotoras sejam filantrópicas e que tenham certificado de utilidade pública”, destacou Danilo Lovisaro, afirmando que os bingos eram ‘meramente comerciais’.

Ainda segundo os promotores, com base no inquérito civil nº 2011.000699-8, os bingos não possuíam autorização da Caixa Econômica Federal. Também foi constatado que metade da renda seria rareada para a suposta entidade filantrópica, enquanto a outra metade iria para uma pessoa identificada por ‘Juracy’, que mora em Brasília. “A caminhonete tinha a placa do Distrito Federal e mais de 3 mil Km rodados”, complementaram os promotores.

O Centro de Reintegração Social Águas Vivas, entidade filantrópica ligada à Igreja Evangélica Assembléia de Deus, é coordenada pela pastora Rose Monteiro, no bairro Belo Jardim. Quando a Justiça confiscou os prêmios, os organizadores já haviam vendido 6 mil cartelas, o que gerou uma arrecadação de R$ 95 mil, segundo informou a própria pastora. Cada cartela era vendida a R$ 20,00.

A cessão do nome da igreja, por meio da entidade filantrópica, que firmou parceria com um empresário de fora do Estado, reforça a tese dos promotores de que existe a atuação de um grupo de aproveitadores. Ele supostamente alugam o nome das entidades para realizar os bingos, que, em sua maioria, só beneficiam os promotores. Há, ainda, suspeitas de que os sorteios nos globos seriam fraudados.

OUTRO LADO – O advogado Roberto Duarte Júnior está fazendo a defesa de Rosemir de Souza Monteiro, Cleiton de Souza Monteiro e Renê Melo de Souza. Ele entrou com um agravo de instrumento contra a decisão da juíza Regina Longuini. A seu ver, a decisão é ‘ilegítima’ porque as pessoas citadas não têm ligação com o jogo. “Elas não são organizadoras do bingo. De acordo com o que está impresso nas cartelas, foram duas entidades filantrópicas”, argumentou o advogado.

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