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Maior chuva dos últimos 5 anos deixa desabrigados em 7 bairros

A chuva da madrugada de domingo foi a maior dos últimos 5 anos, de acordo com a Defesa Civil Municipal. O volume de água registrado foi de 118 milímetros. “Choveu em apenas uma noite o que normalmente chove em todo o mês de novembro, um dos mais chuvosos do ano”, detalhou o assessor técnico da Defesa Civil de Rio Branco, George Santos.
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Desde as 3h da madrugada de domingo, a equipe da Prefeitura de Rio Branco faz intervenções para resolver os problemas das 87 famílias atingidas pelo temporal. Oito famí-lias ‘perderam tudo’ e estão abrigadas na sede da Regional VI, ao lado do Restaurante Comunitário.

Hoje pela manhã, o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, convocou uma reunião emergencial para discutir quais ações foram feitas e quais ainda seriam necessárias. “Além da situação atípica de ter sido uma chuva muito forte, um problema que ficou evidente é que as pessoas continuam teimando em colocar lixo em calçadas e em quintais”, afirmou o prefeito Angelim.

Cinco secretarias da Prefeitura de Rio Branco trabalham para garantir ações emergenciais em conseqüência do temporal. “O trabalho integrado da prefeitura acontece para dar assistência a quem precisa e identificar os pontos críticos para fazer intervenções emergenciais”, relatou o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim.

Sete bairros tiveram mais problemas. Boa União, Vitória, João Paulo, São Francisco, Avenida Getúlio Vargas (Bosque), Vila Ivonete e Conjunto Esperança. Essas localidades ou têm sérios problemas de infra-estrutura urbana ou possuem estrutura velha.

 

“Quase toda chuva é assim”
Os comerciantes da Avenida Getúlio Vargas, nas proximidades do banco Bradesco do Bosque estão impacientes. Iniciaram o dia de trabalho contabilizando prejuízos. “Quase toda chuva é assim, não precisa nem ser tão forte como a que caiu neste fim de semana”, relata o empresário de uma loja de cortinas e tapetes, William Vilela Viana. “Hoje, eu contabilizo um prejuízo de nove mil reais”.
Precavido, o proprietário da loja de colchões Ortobom teve prejuízo menor. “Foi apenas um colchão que eu perdi, mas essa sensação de insegurança toda vez que chove é algo muito ruim para todos daqui”, afirmou o empresário Neyton Nery da Gama.

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“Acordei para embrulhar meu filho”

Francilene dos Santos Gonçalves tem 28 anos, três filhos e muitas histórias de chuvas. Morava à margem de um igarapé que corta a estrada da Sobral. “Acordei para embrulhar meu filho e vi que o colchão já estava todo molhado”, lembra. “Só deu tempo de pegar os três meninos e sair correndo”. A casa de madeira conjugada com três cômodos onde moram a mãe e o irmão de Francilene cedeu. Quase caiu com a força da água. Hoje, entrar na casa requer cuidados.

Francilene e os familiares estão alojados na sede da Regional VI, sob a responsabilidade da Prefeitura de Rio Branco. Perdeu tudo, inclusive o fogão e geladeira. “Isso poderia ter sido evitado”, especula a moradora. “Eu fui cadastrada para receber uma casa há três anos e até agora nada foi feito”.

A moradora do Boa União, Francisca Freitas, de 73 anos, também já entende dessa rotina. Mostra a marca d’água que deixou geladeira, televisão e armários boiando no meio da casa. “Perdi tudo”, lamenta ela, encolhendo o choro.

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