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MPE lança campanha de combate à violência contra a mulher

A violência doméstica não tem distinção de cor, classe social ou de idade. Atinge não só as mulheres, mas seus filhos, famílias e os próprios agressores. É uma das piores formas de violação dos direitos humanos de mulheres e meninas uma vez que extirpa os seus direitos de desfrutar das liberdades fundamentais, afetando a sua dignidade e auto-estima.
Agressão
Com esse discurso a promotora de justiça Marcela Cristina Ozório, fez o lançamento oficial da Campanha “Mulher, não desista! O Ministério Público Estadual luta junto com você pelo fim da violência doméstica e familiar” ontem no bairro Aeroporto Velho, em Rio Branco.

O evento que aconteceu no salão paroquial da Igreja Cristo Libertador, contou com a presença de autoridades, representantes de entidades ligadas ao movimento de mulheres, líderes religiosos e comunitários, homens, mulheres e crianças. “Escolhemos essa comunidade para lançar a campanha por que o número de ocorrências de violência contra a mulher é muito alto nesse bairro. Queremos começar sensibilizando as pessoas da importância da denúncia, de entender o que é a violência e que fim trágico ela pode trazer as mulheres”, explica a promotora.

 

Para Marcela Cristina Ozório, além das vítimas que não procuram a polícia, existe um grande número de mulheres que, embora denunciem seus agressores, acabam desistindo do processo. “Ao trabalhar nos processos da Vara de Violência Doméstica e Familiar, verifiquei que grande parte das mulheres vítimas de violência se retrata e desiste de dar continuidade aos processos instaurados para punição dos agressores. A Lei Maria da Penha estimula as mulheres a denunciar e as encorajou a saírem do ciclo de violência. Porém, por diversos motivos, após instaurado o processo, as referidas vítimas desistem de continuar, estimulando dessa forma a impunidade e a prática de novos atos por parte dos agressores”, disse a promotora. 

O Pastor Marcos Silva, representante das igrejas evangélicas, enfatizou a importância da campanha que junto com outras ações pode mudar o cenário da violência.

“Essa mudança é lenta, mas não devemos desanimar, pois o esforço de todos exerce um papel vital para ajudar a acabar com a violência doméstica e salvar milhares de vidas. Temos que estar todos juntos nessa luta”. Já Padre Jorge, representante da Igrejas Evangélicas disse que “a desigualdade retarda não só o avanço da mulher, mas o progresso da própria civilização. A persistente negação da igualdade para metade da população do mundo é uma afronta à dignidade humana, e promove atitudes e hábitos destrutivos em homens e mulheres. É preciso que todos se unam para evitar a violência.”

O promotor de justiça Luiz Henrique Correia Rolim conclamou a todos para se tornarem multiplicadores do projeto, deixando que a lei seja aplicada de forma correta e atenda aos anseios das mulheres vítimas da violências. Para isso, segundo ele, é essencial que a mulher vítima de violência supere a vergonha, o embaraço e o medo e denuncie, deixando que juízes, procuradores, promotores, advogados e delegados possam ajudar no combate a violência.

No encerramento o depoimento de Raimunda Souza da Costa sobre a violência sofrida desde que se casou. “Ainda não morri porque tive coragem de denunciar” disse ela. (Agência de Notícias – MP/AC)

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