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Não há vagas nos cemitérios públicos de Rio Branco

Os cemitérios públicos da Capital estão lotados. As famílias que desejarem enterrar seus mortos, da forma convencional, deverão desembolsar mais de R$ 3.000. Além do caixão e de todos os apetrechos tradicionais (como flores, coroas, velas e local para o velório), a família precisa pagar pela sepultura onde o ente descansará. É grande a movimentação no Cemitério São João Batista. Lá, no Dia dos Finados (2 de novembro), cerca de 30 mil pessoas devem passar pelo local.
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De acordo com a chefe de Divisão de Cemitérios da prefeitura, Luzanira Mendes, a falta de vagas não é problema para as famílias consideradas pobres. O município dispõe de um programa que garante todas as despesas, inclusive o local do sepulcro. “Existe um contrato com a iniciativa privada”, disse ela. O espaço citado por Luzanira fica no cemitério Morada da Paz, na região do bairro Calafate.

Ela disse, ainda, que a prefeitura está construindo um ‘Ossário’. É que a área disponível no cemitério particular também está lotada. Para isso, um projeto diminuiu para 3 anos o tempo de permanência do morto na sepultura. Questionada se o pro-cedimento não caracterizaria uma ‘profanação’, a encarregada é taxativa: “Não. Todas as grandes cidades já fazem exumações desta natureza”, justificou Luzanira.

A superlotação do São João Batista (33.000 sepulturas) não é exclusiva. Os cemité-rios Jardim da Saudade, localizado no bairro Tancredo Neves, e do São Francisco, no bairro de mesmo nome, também não comportam mais um único morto. “Só há vagas para as famílias que já pos-suem um jazigo reservado”, finalizou Luzanira, sugerindo que os vereadores apresentem um ‘projeto alternativo’.  

 

Dinheiro extra
Desde a semana passada (dia 24), a movimentação nos cemitérios é grande. Homens e mulheres dividem os espaços com os trabalhadores da Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur). É que a limpeza e a conservação dos locais são atribuições do poder público, porém, dos túmulos não. E, para ganhar um ‘dinheirinho’ extra, uma família inteira está trabalhando no Cemitério São Batista.

Auricélio Ferreira da Silva, a mulher Francisca da Cunha Ferreira e a filha, Priscila de Lima Lira, estão limpando, fazendo reparos e pintando as capelas e jazigos. “Isso aqui dá pra gente ir levando”, disse o pai. Como a maioria dos trabalhadores biscateiros, ele não tem receio de ficar em contato com os mortos. “Só tenho medo dos vivos”, frisa. Cada limpeza ou reparo custo em torno R$ 30,00.

 

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