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Quase metade da população da Amazônia está abaixo dos níveis de pobreza

 

A Pan-Amazônica, onde vivem 34,1 milhões de pessoas (10% da população da América do Sul), está abaixo de níveis de pobreza. A conclusão é de um estudo do ARA (Articulação Regional da Amazônia), lançado nesta última semana, em Belém, no Pará, durante o Fórum Amazônia Sustentável. O trabalho reúne dados sobre mortalidade, analfabetismo, desmatamento e outros nos 9 países da Pan-Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela).

A situação é mais crítica na Bolívia, onde 60% da população da Amazônia de lá vive com menos de US$ 0,75 por dia.

“A Amazônia é sempre a mais pobre em todos os países da Pan-Amazônica”, disse Adalberto Veríssimo, pesquisador da ONG Imazon e coordenador da coleta de dados no Brasil. Para ele, esse tipo de mapeamento ‘sem fronteiras’ é importante pois a preservação da floresta deve ser feita em conjunto. “Não adianta o Brasil preservar o Rio Amazonas se a nascente fica no Peru.”

O Brasil hoje responde por cerca de 72% das taxas anuais de desmate da floresta, seguido pela Venezuela (12,5%) e pelo Peru (6,5%).

Longe das metas – Segundo o estudo, os países amazônicos estão longe de atingir os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU em 2000 e assinado por 191 países. A mortalidade infantil, por exemplo, caiu nos países amazônicos, mas não o suficiente para ser reduzida em 2/3 até 2015, como quer a ONU. Neste quesito, a Bolívia tem a pior taxa: 73 mortos antes dos 5 anos a cada mil nascidos vivos. O Brasil tem 27 mortos em mil.

A Bolívia também tem os piores índices de educação. Atualmente, 17% da população boliviana amazônica é analfabeta (5% é valor crítico). A taxa do Brasil é de 11% na região. (Correio do Estado)

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