O ministro Carlos Lupi (Trabalho) esteve nesta quarta-feira (16) com a presidente Dilma Rousseff, disse que tem como se defender e, por enquanto, fica no cargo até que o Palácio do Planalto avalie a repercussão das explicações do pedetista.
Amanhã, Lupi tem depoimento agendado no Senado para falar sobre as acusações de contratos irregulares com ONGs.
Durante a audiência com a presidente, Lupi afirmou que as últimas notícias sobre sua viagem num avião particular não o desmentem. Ele disse a Dilma que o que havia afirmado é não ter viajado em avião particular do empresário Adair Meira, diretor da ONG Pró-Cerrado, que tem convênios com o ministério.
Reportagem da revista “Veja” afirma que o ministro fez uma viagem oficial ao Estado do Maranhão em dezembro de 2009 a bordo de um avião turbo-hélice King Air “providenciado” por Meira, que comanda uma rede de ONGs que mantém convênios com o ministério no valor de R$ 10,4 milhões.
Ainda segundo a revista, o avião pertence a uma empresa de Goiânia (GO) –mesma cidade da sede da ONG comandada por Meira–, a Fundação Pró-Cerrado.
Em audiência realizada na Câmara dos Deputados na semana passada, o ministro disse aos deputados que nunca andou em “aeronaves pessoais”, incluindo as de Meira. Sobre o empresário, Lupi admitiu que “pode e deve” ter se encontrado com ele por ocasião de assinaturas de convênios, mas que não mantinha “nenhuma relação” com o empresário.
Depois da reunião com Dilma, Lupi se reuniu com o presidente do PDT, André Figueiredo. Ele estava traçando a estratégia de defesa prevista para seu depoimento no Senado.
Segundo assessores presidenciais, a sobrevivência de Lupi no cargo dependerá de suas explicações para seu envolvimento com o diretor da ONG Pró-Cerrado. Caso ele consiga fazer uma defesa considerada consistente, ele fica no governo até a reforma ministerial. Caso contrário, Dilma estuda fazer uma solução intermediária, colocando no lugar do pedetista um ministro interino. (Folha.com)