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Moisés Diniz afirma que manifestantes foram pagos para invadir Aleac

Os deputados estaduais repudiaram na sessão de ontem, a ação de um grupo de pessoas que levados à Assembléia Legislativa na última terça-feira, 8, pelos proprietários de uma empresa madeireira. Os manifestantes tentaram impedir a saída dos parlamentares e causaram um grande tumulto na Casa, batendo nos vidros e agredindo verbalmente deputados e servidores da Casa.  
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Na tribuna da Aleac, os deputados da base de sustentação do Governo defenderam a liberdade de expressão, mas lamentaram a forma como a manifestação foi realizada, afirmando que as pessoas envolvidas agiram de forma agressiva. Do outro lado, parlamentares da oposição defenderam a ação dos manifestantes, afirmando que eles estavam apenas cobrando apoio dos deputados.

O deputado Edvaldo Souza (PSDC), que teve seu carro danificado por manifestantes, lamentou o fato e disse que a Aleac não pode aceitar que pessoas sejam levadas até à Casa para agredir os deputados.

“Aquelas cenas foram deprimentes. O que me deixa mais preocupado é saber que parlamentares apóiam esse tipo de manifestação, trazendo a esta Casa esse tipo de pessoas para nos pressionar e nos colocar contra a parede. Quem quer se tornar popular dessa forma está no caminho errado”, disse.

O presidente da União Nacional dos Legislativos e Legisladores (Unale), deputado Luiz Tchê (PDT), que também é segundo secretário da Aleac, fez um discurso duro, criticando a forma como os manifestantes se comportaram.

Para o parlamentar, os manifestantes agiram de forma agressiva, intimidando os deputados e tentando quebrar os vidros da Galeria da Aleac. “Essa Casa é do povo, um espaço democrático onde recebemos todos. Mas não podemos aceitar que pessoas venham aqui para incentivar a violência. Quem agiu dessa forma deve ser responsabilizado”, afirmou.

Afirmando que o processo envolvendo a empresa Eufran está na Justiça e que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviço, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, se colocou à disposição para fazer os esclarecimentos necessários, o deputado Astério Moreira (PRP), condenou a manifestação organizada pelos donos do empreendimento.

“Essa empresa não cumpriu o que estabelece a lei de incentivo à indústria do Acre e teve seu processo de concessão cancelado. O caso está na Justiça, portanto não podemos fazer nada a não ser esperar a decisão da Justiça. O que vimos aqui foi uma grande armação, com faixas bem confeccionadas e pessoas incentivando a violência, tentando agredir deputados. Uma cena lamentável”, desabafou.

Astério Moreira fez questão de repudiar a forma como os empresários donos da empresa trataram os deputados. “Não estamos no Pará, o Acre é um Estado de lei, acabou o tempo do banditismo”, ressaltou. Para evitar confrontos e até agressões, os manifestantes foram impedidos de entrar na Aleac ontem.

“Tenho provas que essas pessoas foram contratadas”, diz Moisés
O deputado Moisés Diniz (PCdoB) condenou a manifestação organizada pelos proprietários da empresa Eufran. Ele revelou ter provas que pessoas foram contratadas para ir até a Aleac.

“Aceito ser vaiado, mas não vou aceitar nunca a bandidagem. Tenho aqui as imagens de nossas câmeras que mostram um militante do PSDB entrando no gabinete do deputado Rocha e saindo com um megafone que foi utilizado para incitar os manifestantes”, revelou.

O deputado Moisés Diniz fez questão de lembrar que todas as categorias sempre foram recebidas na Aleac, sem nenhum problema, mas ele condenou a atitude dos manifestantes, levados pelos proprietários da empresa Eufran.

“Sempre recebemos pessoas de todas as categorias para dia-logar. Mas o que essas pessoas fizeram aqui foi bandidagem. Ultrapassaram todos os limites tentando intimidar e até agredir deputados”, lamentou.

Diniz revelou ainda que os manifestantes, que moram em um ramal, foram levados até a Aleac com a promessa que receberiam R$ 180,00 pelo metro cúbico de madeira que fosse retirado de suas propriedades, caso o empreendimento voltasse a funcionar.

“Foram enganados. Durante a reunião com a Comissão, os empresários chegaram a abanar a mão na cara do deputado Manoel Morais. Não temos poderes para solucionar esse problema. O caso está na Justiça”, explicou.

Oposição diz que manifestação foi justa
O líder do PSDB na Aleac, deputado Wherles Rocha, disse que a manifestação realizada por um grupo de pessoas levados pelos proprietários da empresa Eufran, foi semelhante ao ato realizado por empregados da empresa Triunfo.

“Bandidagem foi o que o Governo fez quando trouxe para esta Casa os trabalhadores das empresas de manejo. Eu não vi essas manifestações desses leões quando vieram os trabalhadores da Triunfo, quando também bateram nos vidros e nos vaiaram”, disse.

O deputado Chagas Romão (PMDB) pediu que os deputados analisem com carinho o caso da empresa Eufran, afirmando que é possível buscar uma solução para o problema. “O secretário Edvaldo Magalhães é um homem trabalhador e se puder fazer algo pela empresa vai fazer”, afirmou.

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