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Acre: JN no Ar mostra as diferenças no combate à dengue no Bujari e Quinari

A equipe precisou ficar mais ou menos 12h nas ruas, porque precisava encontrar, em duas cidades diferentes, o que estava sendo feito pelas autoridades, e também o que não está sendo feito por elas, para combater o mosquito da dengue. Há muita coisa certa, e muita coisa nem tão certa assim. Mas o importante é mostrar para a população, não só do Acre, mas do Brasil inteiro, que ainda dá tempo de fazer muita coisa e o que pode ser feito. A reportagem foi feita com apoio da TV Acre.

Depois de três horas e cinquenta minutos pelos céus iluminados do Brasil, assim que se chega ao Acre, se descobre que o inimigo, no local, tem outro nome: “Outro dia eu matei uma carapanã da dengue lá em casa. Ela não é listrada assim, tem uma listrinha preta. A gente chama carapanã, mas é o mosquito!”, conta uma moradora.

Independentemente do nome ou do lugar, na hora em que ele o morde é o mesmo sai de baixo. “É uma doença horrível! Dói tudo, canto dos olhos, não podia nem mexer os olhos, fiquei toda empolada, coçando”, lembra a moradora.

Na região Norte do Brasil, o percentual da população em áreas de risco é de 16,8%, mais que o triplo da média nacional.

“Temos chuva em abundância, temperaturas, umidade relativa do ar altas. Graças a Deus, não estamos em epidemia. Mas, se nós não cuidarmos, podemos vir a ter epidemia, porque temos bastante mosquito distribuídos no meio ambiente”, destaca a secretária estadual de Saúde, Suely Melo.

Portanto, questão importantíssima, por lá, é combater o maldito carapanã. “A bicha é perigosa ó, tem que procurar!”, avisa uma mulher. Nessa batalha, o JN no Ar vai a duas cidades muito próximas, em situações bem diferentes.

Em Bujari, autoridades federais encontraram focos do mosquito em apenas 1,3% dos imóveis vistoriados. Situação de alerta, mas não de alto risco, como na quase vizinha Quinari, onde o índice de infestação de 8,9% é sinal de muito mosquito nas casas, quintais, terrenos baldios e lixeiras, risco altíssimo, com possibilidade de surto já nas próximas semanas, com calor cada vez maior.

Por falar em calor e as piscinas? Não dá para dizer ao certo em que quantidade o mosquito da dengue prolifera em uma piscina abandonada visitada. Mas é possível ver, a olho nu, que virou um criadouro de sapos e basta pegar um pouquinho de água para ver a quantidade de larvas.

A área pertencia a um clube particular que ficou abandonado durante anos e foi desapropriado pela prefeitura há 6 meses. A prefeitura diz que vem tomando as medidas necessárias para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Mas isso já faz 6 meses.

A secretária diz que técnicos estaduais colocaram produtos químicos para matar as larvas do mosquito da dengue.

No Bujari, onde o mosquito dá um pouco mais de descanso, é prática frequente levar às escolas palestras de esclarecimento. Será que as ruas e praças de lá são sempre limpas? “Sabiam que vocês vinham e a cidade tinha que estar limpa”, revela uma mulher. Pendurar enfeites de Natal que acumulam água e servem de criadouro não parece um bom caminho para manter o perigo distante.

Às 10h no Acre, meio-dia em Brasília, apenas 3h depois que a equipe do JN no Ar passou pelo clube abandonado, a prefeitura conseguiu seis funcionários para fazer a limpeza das piscinas. Coin-cidiu com a visita o chamado arrastão contra a dengue em Senador Guiomard. Agentes municipais e estaduais bateram nas portas de várias casas dando orientações e procurando o mosquito onde quer que ele estivesse. (G1)

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