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Atividade industrial acreana diminui o seu ritmo de crescimento em 2011

 

Pedreiro

A Federação das Indústrias do Acre (Fieac) calcula em 3,84 pontos percentuais a queda da atividade industrial em 2011 comparada ao ano passado. Em 2010, o crescimento do setor foi de 12,84%. Uma pesquisa feita por economistas da federação faz um balanço anual da atividade industrial. “Historicamente, em ano de mudança de Governo, há decréscimo da atividade industrial e isso acaba afetando na área empresarial”, explica o presidente da Fieac, Carlos Sassai. “Mas, estamos otimistas para o ano que vem”.

Um dos fatores analisados que demonstram o desaquecimento no setor da indústria é a geração de empregos formais. De acordo com a Fieac, de janeiro a outubro deste ano, caiu em 30% a geração de empregos no setor da indústria. Em 2010, houve aumento de 17% na geração de empregos no mesmo período analisado.

A situação fica mais contrastante se comparada a 2008, quando a indústria teve capacidade de aumentar em 58% a geração de empregos formais. No ano seguinte, em conseqüência à crise mundial, caiu para 20%. “O emprego é um indicador muito fiel de como está o setor”, analisa o economista responsável pela pesquisa, Carlos Estevão, professor da Universidade Federal do Acre, com mestrado em desenvolvimento regional. “Quando o setor está aquecido, as empresas empregam mais. E não foi o que aconteceu este ano”.

Dois fatores contribuem para o desaquecimento do setor. Este ano, avaliam os técnicos da Fieac, foi um ano de “mudança de governo”. O primeiro ano de uma nova gestão, afirmam, é sempre um ano de ajustes, mesmo em se tratando de um governo de continuidade, como é o caso do governo de Tião Viana em relação ao de Binho Marques, ex-governador.

O segundo fator é uma conseqüência do primeiro. Por ser um ano de início de uma nova gestão, há necessidade de planejar novas ações. E é nesse período que a atividade industrial fica desaquecida.

A amostra do estudo da Fieac sobre geração de emprego está baseada nas 40 maiores empresas do setor da construção civil, o que mais utiliza mão de obra formal no Acre. “Essas empresas representam 60 por cento do faturamento do Acre e, portanto, tem representatividade para validar a pesquisa”, justifica Estevão.

Governo contesta números apresentados pela Fieac
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães, contesta os números da pesquisa apresentada pela Federação das Indústrias do Acre. “Os números são conservadores”, afirmou Magalhães, por telefone. “É preciso fazer uma leitura correta dos números para não cairmos em equívocos e cometermos injustiças”.

Magalhães argumenta que houve crescimento da atividade industrial. “O que aconteceu foi apenas uma diminuição no ritmo desse crescimento”. O secretário lembra que o último ano do governo Lula teve um crescimento acima da média, enquanto o primeiro ano da gestão de Dilma “apresenta queda na atividade industrial”.

Sobre o número de empregos gerados, Magalhães assegura que uma pesquisa que será concluída em janeiro pela Secretaria de Estado deve apontar crescimento na geração de empregos formais no setor industrial. “Já temos alguns dados, mas quero ter mais segurança na informação para que reflita a realidade de todo Acre”, esquivou-se.

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