Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Câmara ‘devolve’ o projeto da reversão do Saerb para o Estado

O projeto para reverter o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), enviado ontem para ser votado na Câmara Municipal, foi devolvido para a prefeitura. A Mesa Diretora entendeu que a entrada em pauta e a conseqüente aprovação comprometeriam os trabalhos legislativos por se tratar de um assunto complexo.

Os vereadores Alysson Bestene (PP) e Marcelo Jucá (PSB) criticaram o projeto, que foi apresentado por um dos procuradores do município. Depois de lotar as galerias, servidores ligados ao Sindicato dos Urbanitários fizeram protestos. No final da tarde de ontem, a mesma proposta foi votada e aprovada na Aleac, por 15 votos a 7.

“Gestores dos governos municipal e estadual afirmavam que, até 2010, a população de Rio Branco estaria com 100% de seus lares abastecidos com água e 70% do esgoto canalizado e tratado. O que se vê hoje, no entanto, é um sistema de abastecimento caótico, tendo como conseqüência a falta d´água. O esgoto, por sua vez, é despejado in natura nos mananciais que cortam a cidade e, pasmem, corre a céu aberto em pleno Centro da cidade. Para aonde foram os recursos do PAC destinados para esse setor?”, questionou o vereador Alysson Bestene.

Na semana passada, após sabatinar o presidente do Saerb, Eduardo Vieira, ele propôs a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar recursos do PAC alocados para a autarquia. O vereador vem realizando um levantamento das obras que estão sendo executadas e das que já foram concluídas. Também está reunindo dados que poderão, segundo ele, colocar ‘sob suspeitas’ alguns gestores do Saerb. De 2007 a 2010, cerca de 400 milhões foram destinados para obras de saneamento no Estado.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários e vereador Marcelo Jucá, juntamente com manifestantes, foram para a Assembléia Legislativa, onde o projeto também estava em pauta. “Não somos contrários. Queremos esclarecimentos de como vai ficar a situação dos trabalhadores e, principalmente, se a população vai ter um serviço de qualidade”, ressalta Jucá. Os procuradores afirmaram que o município “não tem condições de fazer a manutenção do sistema”. Danos em equipamentos e a falta de produtos químicos, além da falta de água, estão entre os principais problemas da autarquia.  

 

Sair da versão mobile