Para os acreanos que acham que a repartição do Pará é um assunto que interessa apenas a eles, é melhor mudar de idéia. Se a divisão do Pará em 3 territórios for aprovada no plebiscito do próximo domingo, amanhã, dia 11, a ‘conta’ da criação dos novos Estados de Tapajós e Carajás poderá ser paga por todas as unidades da Federação, principalmente por aqueles que têm maior dependência dos repasses da União (ou seja, os da Região Norte). 
A matemática é simples: o ingresso de 2 novos beneficiários dividiria ainda mais Fundo de Participação dos Estados (FPE) – que é um ‘bolo’ de recursos oriundos de impostos federais que a União divide hoje em 27 partes – restando fatias menores aos Estados.
No caso do Acre, a perda pode chegar até a R$ 40 milhões, o equivalente a 6% de sua arrecadação própria de impostos. Seria o mesmo, também, de toda a arrecadação da Sefaz acreana com o IPVA da frota de carros. A estimativa é do próprio site do movimento separatista de Tapajós. Segundo eles, se o ‘Sim’ prevalecesse cada Estado brasileiro perderia cerca de 2,6% dos recursos recebidos pela União.
E se para o Acre o estrago seria grande, para os Estados maiores, o dano também não seria nada pequeno. Um desconto de 2,6% na receita de São Paulo significaria deixar de ganhar R$ 286 milhões – o que seria cerca de 0,3% da receita de impostos estaduais.
A justificativa dos separatistas paraenses da Frente Tapajós para as perdas é de que o Estado já ‘cede riquezas’ há anos para o país, portanto, é hora do povo brasileiro compensar todo este sacrifício que os Estados vizinhos encarem a situação ‘com olhar de solidariedade’, e não só pensar nos seus interesses.
