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Haitianos pagam R$ 550 para entrar ilegalmente no Brasil

Um esquema ilegal de imigração têm atraído haitianos que usam o Acre como porta de entrada para o Brasil pagando até US$ 300 (cerca de R$ 550) a bolivianos conhecidos como ‘coiotes’ – apelido dos guias de imigrantes clandestinos na fronteira entre México e Estados Unidos. Os haitianos são buscados em Iñapari, no Peru, e seguem até Cobija, cidade boliviana separada de Brasileia pelo Rio Acre.
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É possível fazer o percurso de carro ou tomar um atalho a pé de 22 Km na selva amazônica para evitar extorsões em postos de fiscalização da Bolívia. Desde o Haiti, a viagem dura até 6 dias e custa US$ 3 mil, incluindo passagens aéreas.

Em pequenos grupos já em Cobija, os imigrantes esperam até a madrugada para cruzar a ponte sobre o rio, abaixados dentro do carro dos coiotes. O delegado da Polícia Federal Geraldo Sávio Pedrosa diz que a prática começou em abril de 2010, três meses depois do terremoto que devastou o Haiti, deixando mais de 300 mil mortos. “A Polícia Federal não pode deixar nenhum haitiano atravessar a fronteira sem visto prévio, mas eles aprenderam a palavrinha mágica ‘refúgio'”, afirma Pedrosa, que formaliza o pedido que impede os estrangeiros de serem deportados.

Até domingo, 853 haitianos estavam em Brasileia à espera do protocolo do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) para poderem trabalhar no Brasil. O governo, entretanto, entende que os haitianos não são refugiados, já que não sofrem perseguição política – eles estariam sendo autorizados a ficar no País por questões humanitárias.

MORTES E ASSALTOS – Na última sexta, um grupo de haitianos (inclusive com crianças) denunciou que foram ‘atacados’ por homens armados na passagem entre a Bolívia e o Brasil, após saírem do Peru. Eles alegam que estes assaltantes, além de roubar seus poucos pertences, ainda estão assassinando quem reage e não entrega seus pertences. (Correio do Estado)

 

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