Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Parceria entre Saúde Itinerante e TFD reduz demanda de viagens

Há 11 anos uma iniciativa que reuniu de forma voluntária profissionais médicos, de enfermagem e pessoas preocupadas em levar atendimento de saúde às comunidades mais longínquas do Acre representa hoje um dos programas de maior alcance social do Governo do Estado. Em um período em que o acesso rodoviário aos municípios era precário ou inexistente, o Saúde Itinerante foi idealizado com a missão de levar serviços básicos de saúde à população residente nessas localidades. Desde a primeira edição, em 2000, o programa já promoveu mais de 150 mil consultas e este ano atinge um novo patamar ao inserir os mutirões de cirurgia no cronograma oferecido a pacientes triados pelo departamento de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) da Secretaria de Estado de Saúde.

A parceria entre o Saúde Itinerante e o TFD não é inédita, mas foi fortalecida em 2011 com o reforço de um número maior de especialistas, exames mais complexos e a realização dos mutirões. O número de laudos represados de pacientes à espera por uma vaga no Hospital das Clínicas foi o ponto de partida para que a coordenação do programa propusesse ação rápida e com cobertura mais ampla que a anterior. Este ano, o programa ofereceu nos atendimentos itinerantes, formatados para suprir a demanda reprimida de TFD, 12.178 consultas, 3 mil exames e dezenas de cirurgias em 23 especialidades médicas representando uma economia financeira em torno de R$ 1,7 milhão para a Sesacre.

Os custos com a composição da equipe itinerante incluindo passagens, hospedagem, alimentação e diárias somou R$ 300 mil. “Isso é só o ponto de vista financeiro, mas o custo benefício social desse programa é muito maior e mais importante”, explica a coordenadora do programa Celene Prado Maia. Ela refere-se ao acesso ao tratamento de saúde na própria cidade, próximo da família e que confere ao paciente a possibilidade de recuperação em menor tempo pelo fato de se sentir melhor acolhido.

Este é o caso de Zuila Nogueira, professora, 40 anos e que há 20 fazia o percurso entre o seu município e a capital acreana em busca de tratamento. Ela deveria passar por consultas no Hospital das Clínicas em novembro e comemorou ao receber a notícia de que faria a cirurgia em Cruzeiro do Sul durante a realização do programa Saúde Itinerante no fim de outubro. As viagens que ocorriam em períodos de seis em seis meses causavam desgaste emocional, físico e financeiro e agora poderão ser mais esporádicas. (Agência Acre)

Sair da versão mobile