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Quadrillha da ‘recarga premiada’ volta a aplicar golpes no Acre

O crime cibernético da “recarga premiada” voltou a ser aplicado de forma mais intensa no Acre. Desta vez, o telefone tem o DDD 85 que denuncia ser do estado do Ceará. “Francisco” (nome fictício) simulou que estava sendo ludibriado pelo grupo e gravou todo o diálogo. Na conversa, percebe-se uma pessoa com extrema facilidade em se comunicar. “Ele pensava que estava me enganando, mas eu sei que são ladrões e, por isso, resolvi mostrar para que pessoas inocentes não sejam enganadas”, disse Francisco.

A orientação da Polícia Civil é simples. Basta não retornar o contato em nenhuma hipótese. “A idéia de se deixar levar pela conquista de dinheiro fácil, premiações gratuitas e inesperadas faz com que muitas pessoas ajam por impulso e aí é quando esses criminosos têm chances de se dar bem”, explica o assessor da Secretaria de Estado de Polícia Civil, Pedro Paulo. “Se a pessoa não retornar, não há como ser vítima”.

O Departamento de Inteligência e a Divisão de Investigação Criminal possuem estrutura para combater os crimes cibernéticos. Atualmente, seis delegados, escrivães e agentes de polícia estão preparados para atuar nos casos de crimes desse tipo.

Rastrear quadrilhas que atuam nesses casos não é tão simples quanto parece. Há uma complexa “rede” que deve ser desfeita para se chegar ao criminoso. Há casos de pessoas que atuam há mais de 10 anos e nunca foram presas. As quebras sistemáticas de sigilos telefônicos, espalhadas por diversas operadoras dificultam o trabalho da polícia.

Em alguns casos, os criminosos atuam em unidades prisionais localizadas fora do Estado do Acre. Quando aplicam o golpe em uma vítima daqui, o telefone do criminoso é reabastecido com créditos. E um telefone com créditos em uma prisão tem muito valor.

 

SBT e Nestlé
“Temos o orgulho de satisfazer mais um sonho de uma família brasileira”. Com essa frase, o criminoso que estava em algum lugar do estado do Ceará surpreendeu “Francisco” (nome fictício). Os criminosos geralmente falam em nomes de grandes empresas que rotineiramente realizam promoções nacionais. SBT e Nestlé são as mais comuns.
“Sr. Francisco, nós não somos autorizados e pedir informações sobre documentos pessoais”, disfarçou o criminoso. “Anote aí o protocolo de liberação, Sr. Francisco”. E a farsa continua até ir conquistando a confiança da vítima.
Como atua a quadrilha
1)    A provável vítima recebe uma mensagem de texto ou e-mail informando que foi premiada em um carro, viagens ou aparelhos eletroeletrônicos;
2)    A mensagem orienta que a pessoa deve retornar a ligação de um telefone fixo;
3)    O atendente reforça que a pessoa foi premiada e que deve cumprir algumas tarefas em um prazo determinado de tempo;
4)    Entre as tarefas estão a compra de produtos diversos e cartões de recarga de celular. Ao passar a seqüência de números do código, o criminoso faz a recarga para o telefone de seu interesse.

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