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Rio Branco e mais 4 municípios do Acre estão na lista das cidades que podem ter epidemias

Pelo 4º ano consecutivo, Rio Branco aparece entre as capitais brasileiras que o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti) preconiza que podem vir a sofrer epidemias de dengue no ano seguinte. O estudo investigou a situação epidemiológica de 561 municípios estratégicos na proliferação da doença, em todo país. Com o percentual de 9,8%, a capital acreana ficou na lista das 48 cidades brasileiras em situação de risco (ou seja, que apresentam índice de infestação acima de 3,9%). A divulgação do LIRAa 2011 foi feita na manhã de ontem, 5, pelo ministro da Saúde (MS) Alexandre Padilha.
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Além de Rio Branco, Quinari (8,9%), Epitaciolândia (6%), Brasiléia (5,7%) e Porto Acre (4,1%) aparecem na mesma condição. As 48 cidades em situação de risco abrigam cerca de 4,6 milhões de brasileiros e estão espalhadas em 16 Estados. Apenas 3 capitais fazem parte deste grupo: Porto Velho/RO (5,5%), Cuiabá/MT (4,3%) e a já citada Rio Branco.

Fora estas 48, o mapa do LIRAa identificou 236 cidades que precisam ficar em situação de alerta (entre 1% e 3,9%). O Acre tem mais 5 cidades nesta situação de alerta: Capixaba (3,9%); Sena Madureira (3,6%); Acrelândia (3%); Xapuri (2%) e  Bujari (1,3%).   

A coleta do levantamento foi feita entre os meses de outubro a novembro. Trata-se de um estudo completo, que apresenta uma radiografia da dengue em todo país, guiando as frentes que as ações públicas devem tomar para combater este mal. Neste ano, ficou determinado que o LIRAa passasse a ser feito 3 vezes ao ano. No Brasil inteiro, foram notificados 742.364 casos suspeitos de dengue. Apesar de tal valor ser 25% abaixo do total de notificações nas mesmos 11 meses de 2010 (985.720), o Ministério da Saúde está investindo R$ 90 milhões para a qualificação das ações de prevenção e controle da doença a 989 municípios.

O índice de infestação do LIRAa significa que o MS identificou que há larvas do mosquito da dengue em 9,8% dos imóveis de Rio Branco. Este é o 4º maior índice do Brasil com a presença de criadouros do Aedes, atrás apenas de Ouro Preto do Oeste/RO (11,3%), São Raimundo Nonato/PI (12,5%) e Piancó/PB (13,8%). Ao eclodirem, no período de chuvas, estes focos de larvas poderão se transformar em uma nova população de mosquitos, que infectará a população da cidade durante o seu ciclo de reprodução. Também preocupa o fato de o índice da Capital no LIRAa ser quase o dobro do que o valor de 2010 (5,5%).

O que tudo isso significa? Que Rio Branco vai ter uma nova epidemia de dengue em 2012? Não necessariamente. O LIRAa é um índice que tem fortes indícios para se concretizar, mas apenas se o poder público e a população contribuírem para isso, não tomando as contra-medidas necessárias para se prevenir e combater a disseminação do vetor. O próprio ministro Alexandre Padilha fez questão de reforçar que qualquer conjuntura pode ser revertida.

“O município que apresenta situação de risco poderá mudar este cenário com a intensificação das medidas nas áreas de maior risco. Para remover os focos do mosquito transmissor não é preciso usar tecnologia. As cidades que estão em situação de alerta, não podem baixar a guarda: ao contrário, devem intensificar suas ações. Já os municípios em situação de baixo risco podem migrar para uma grande epidemia É preciso, apenas, a adoção de medidas simples, que qualquer pessoa pode utilizar em suas casas”, insistiu Alexandre Padilha.

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