O trabalhador rural, Raimundo Pedro Ferreira Mota, 40 anos, morreu eletrocutado na manhã de domingo, 18, quando tentava consertar uma bomba d’água que estava dentro de um açude. O acidente aconteceu na altura do km 40 do Ramal do Leonardo em uma Reserva da Vila do “V”, município de Porto Acre.
De acordo com informações de familiares de Raimundo, ele saiu de casa por volta das 9h afirmando que iria consertar a bomba d’água que estava dentro do açude.
Como demorou a retornar para o almoço, um irmão da vítima foi até o açude chamá-lo, quando encontrou o irmão já morto.
Imediatamente informaram à Polícia Militar da Vila do “V” que acionou o Instituto Médico Legal (IML) para resgatar o corpo da vítima.
A equipe de peritos do IML chegou ao ramal somente por volta das 16h30 e quando perceberam que o ramal apresentava atoleiros teriam informado à família da vítima que não entrariam no ramal alegando que o rabecão (viatura que transporta os corpos) mesmo tendo tração nas quatro rodas poderia atolar.
“Os peritos disseram que não iriam entrar no ramal e perguntaram se na casa da vítima não tinha uma rede para transportar o corpo até a entrada do ramal. Em seguida, entregaram um saco e nos mandaram ir buscar o corpo que outro dia um perito iria ao local para fazer perícia. Explicamos que um carro com tração teria condições de ir até o local, mas mesmo assim eles disseram que não iam e se a família quisesse que o corpo fosse levado para o IML desse um jeito de entregar a eles na entrada do ramal,” contou um irmão da vítima.
Como os peritos se negaram a ir ao local da ocorrência resgatar o corpo, policiais militares da Vila do “V” acompanhados de familiares da vítima tentaram chegar ao local onde se encontrava o corpo, mas o veículo da Polícia Militar atolou a cerca de 10 km de distância da propriedade em que estava o corpo e seguiram o restante do caminho a pé.
Com ajuda de fazendeiro irmãos da vítima conseguem resgatar o corpo
Um fazendeiro da região, proprietário de uma caminhonete, ao assistir o desespero dos irmãos da vítima que tentavam levar o corpo enfrentando a lama a pé decidiu ajudá-los, transportando o corpo da vítima na carroceria da caminhonete.
Quando os parentes e amigos da vítima chegaram com o corpo na entrada do ramal, local onde a equipe ficou aguardando a chegada do corpo, os peritos teriam mandado os irmãos da vítima colocar o corpo dentro do rabecão. Revoltados os familiares e amigos da vítima se negaram a entregar o corpo aos peritos e decidiram levá-lo até o prédio do IML em Rio Branco.
Segunda tragédia na família em menos de três meses
No final do mês de setembro, a dona de casa Kátia Mota, 36 anos, também morreu eletrocutada no mesmo açude que o marido morreu neste domingo, 18. A direção do Instituto Médico Legal – IML deve se pronunciar nesta segunda-feira, 19, sobre a acusação da família do morto.