Talvez seja impossível navegar pelas águas escuras do Rio Crôa, em Cruzeiro do Sul, e não sentir por aquele pedaço de natureza uma paixão pela obra do Criador. “Um jardim de Deus na Amazônia”, segundo as palavras do governador Tião Viana, a comunidade de moradores do Rio Crôa, com 45 famílias, comemorou ontem a realização de um sonho antigo: a energia elétrica.
“Este é um dos lugares mais bonitos do mundo. Em janeiro uma equipe de governo com sete secretários vem até a comunidade para discutir com vocês as demandas locais, para que possamos desenvolver e preservar este lugar. Eu venho de coração aqui nesse ambiente, com a minha esposa, pra dizer que o governo está de mãos estendidas para vocês. Hoje, quando a luz chega até a comunidade, é um momento em que um pai pode acompanhar uma lição de um filho, uma mãe pode olhar um filho a noite, pode guardar um leite na geladeira, deixa de salgar a carne que a família vai comer. Isso não é só dignidade, é saúde, é educação, é qualidade de vida”, disse o governador.
O governador Tião Viana inaugurou 9,7 quilômetros de rede de energia que atravessa a floresta e leva o programa Luz para Todos aos moradores. A energia para todos os brasileiros, mesmo os que moram em áreas isoladas, afastadas e de difícil acesso, é um esforço da presidente Dilma, que, ainda enquanto ministra das Minas e Energias, transformou o programa tucano Luz no Campo – que obrigava os beneficiados a pagar pela instalação da rede, o que explica as caras contas de luz que alguns produtores familiares pagam até hoje, como os da Comunidade Santa Luzia – no maior programa de alcance social da história do Brasil.
Rio Crôa pode ganhar um ‘refúgio’ ecológico com pousada e restaurante
A primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida, acompanhou o governador à agenda do Rio Crôa e levou na bagagem boas notícias aos moradores. Com o projeto da acadêmica de Arquitetura Carolina Sgorla, ela apresentou a proposta de construir um refúgio ecológico ao longo do rio, incluindo hospedagem, mirante, restaurante, loja de artesanatos e arvorismo.
“A idéia é que o turismo aqui não seja de aventura, mas contemplativo, e que sejam construídas dez cabanas, para que a demanda seja agendada, com controle, e as pessoas possam vir, estacionar o carro num deck ao lado da ponte, almoçar, contemplar a natureza, observar os pássaros. É importante que a comunidade tenha como se sustentar para continuar preservando a floresta”, comentou a primeira-dama.
Segundo o governador Tião Viana, assim que a comunidade aprovar a obra do refúgio ecológico, o governo dá início a construção. “Mas todos têm que querer para que seja algo de todos”, comentou. (Agência Acre)
