A tensão entre Governo do Acre e Federação das Indús-trias do Estado sobre o balanço da atividade industrial em 2011 parece estar chegando ao fim. A polêmica se efetivou basicamente por diferenças no método da análise. Os secretários de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães e o secretário Adjunto, Fábio Vaz, argumentam que as 40 maiores empresas da construção civil não podem representar “a indústria em geral”. Na avaliação dos secretários, a pesquisa da Fieac “está totalmente viciada por erros metodológicos e de interpretação”.
Para os secretários, mesmo se a Fieac tivesse buscado uma amostra de diversos setores, “é preciso observar se apenas 40 indústrias têm, do ponto de vista estatístico, representatividade para todo Estado ou apenas para uma região”, argumentou o secretário Adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fábio Vaz. “O que é possível dizer é que ‘as 40 indústrias entrevistadas tiveram queda na geração de empregos’, mas não que esse foi o comportamento geral em toda a atividade setorial do Acre”.
Vaz avalia que esse “erro” não é cometido apenas pela Fieac. “Às vezes, pesquisa-se a atividade industrial no Sudeste e enuncia-se que o Brasil está representado. E isso é discutível”, reclama.
Mas, segundo a avaliação dos gestores, há um ponto em que pode haver concordância: o número de geração de emprego formal, com carteira assinada. “Esse referencial representa um aumento ou diminuição da atividade industrial”, afirma. Para isso, Vaz tem como base os dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Ironicamente, a mesma base utilizada pela Fieac (ver caderno Acre Economia desta edição). Pelos dados da Sedict, a atividade na indústria de transformação em 2011 teve aumento na geração de empregos em 11,33%.
Em comparação a 2010, o setor teve crescimento de 7,96% na evolução de empregos formais. Ainda pelos dados da Sedict/TEM, o percentual da evolução de empregos em 2011 em todo o setor industrial (e não apenas no setor de transformação) foi de 7,49%. Se comparado a 2010, houve um crescimento de 5,24%. “Esses números do Ministério do Trabalho e Emprego demonstram que há aumento na geração de emprego formal no Acre em todo o setor industrial”, rebate o secretário de Estado, Edvaldo Magalhães.
E sobre o crescimento da atividade industrial, Magalhães avalia que, mesmo tendo sido um crescimento menor do que o registrado em 2010 (de acordo com a Fieac: 12,84%), ainda assim é preciso ponderar. “Se crescemos nove por cento, isso é motivo para comemorarmos”, diz. “Tenho conversado com os industriários locais e o clima é de otimismo”. Outro dado do Ministério do Trabalho e Emprego que anima os gestores é a geração de emprego no setor privado, o que pode ser um indicador de ambiente econômico aquecido. “O setor privado no Acre, hoje, emprega mais do que o setor público”, conta o secretário Adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fábio Vaz. “O que não quer dizer, necessariamente, que o setor privado pague melhor”.
Dados Sedict
Setor cerâmico: crescimento de 21,19% na expansão do emprego;
Todo setor industrial: 11,33% a variação positiva da expansão do emprego.
O total de empregos formais no Acre alcançou 121,2 mil em dezembro de 2010 (elevação de 14,31% em relação a 2009)