25 de agosto de 2025
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • POLICIA
  • Geral
  • POLÍTICA
  • Colunas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

25 de agosto de 2025
Sem resultados
View All Result
Jornal A Gazeta do Acre
Sem resultados
View All Result

Bambu para o ecodesenvolvimento

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
03/01/2012 - 03:52
Manda no zap!CompartilharTuitar

O manejo das florestas tropicais vem sendo preconizado há algumas décadas como uma alternativa de desenvolvimento com sustentabilidade ambiental, mas não deve ser baseado apenas no componente madeireiro da floresta. São indiscutíveis as vantagens do uso múltiplo da floresta, considerando a enorme diversidade de espécies não madeireiras, com amplas possibilidades de uso. A grande dificuldade é que apenas a madeira, castanha e borracha têm uma cadeia produtiva relativamente estruturada, facilitando os processos de colheita, escoamento e comercialização da produção. A viabilidade de outros produtos não madeireiros ainda depende da geração de novos conhecimentos e investimentos para aumentar a produção em escala econômica e com sustentabilidade ecológica.

No sudoeste da Amazônia, entre os produtos oferecidos pela ampla biodiversidade da floresta, encontram-se espécies de bambus arbores-centes nativos, conhecidas popularmente como tabocas, algumas podendo atingir até 35 metros de altura e 25 centímetros de diâmetro. Os bambus são gramíneas gigantes que ocorrem nas diferentes regiões brasileiras, sendo algumas espécies nativas e outras introduzidas, particularmente, do continente asiático.

A cobertura florestal do Estado do Acre é composta por diversas formações e cerca de 40% de sua área territorial abriga florestas com a presença de bambus pertencentes ao gênero Guadua. Essas formações florestais se estendem desde o sul do Amazonas até o território peruano e boliviano, cruzando todo o Estado do Acre.

O bambu pode complementar ou mesmo substituir a madeira em vá-rias aplicações. Entretanto, o potencial econômico dessa gramínea tem sido ignorado, sendo tratada como planta indesejável, devido à presença de muitos espinhos e dificuldade de erradicação para conversão das florestas para fins agrícolas. A não valoração do bambu também foi motivada pela falta de tradição e desconhecimento das possibilidades de aplicação e pela abundância da madeira no início da ocupação da região, quando era desnecessário o uso de produtos alternativos.

Atualmente, com a crise ambiental no mundo, enfatizada pelo problema do aquecimento global, e com a elevação dos preços da madeira, devido à escassez e restrições legais à sua exploração, o bambu surge como uma opção interessante. A principal vantagem dessa gramínea é o rápido crescimento e a frequente emissão de novos brotos, garantindo a regeneração acelerada das plantas e a susten-tabilidade do manejo. Outra vantagem é a grande versatilidade de usos, principalmente na indústria da construção civil e de fibras vegetais, com destaque para papel e celulose, além da fabricação de móveis, carvão (convencional e nanopartículas de carvão ativado), artesanato e na alimentação (brotos de algumas espécies são comestíveis), entre outras vantagens.

Devido a essa vasta possibilidade de utilização, as espécies de bambus vêm despertando o interesse de estudiosos e do setor produtivo como fonte alternativa de matéria-prima de uso diversificado e reconhecidamente sustentável, podendo contribuir também para a prestação de serviços ambientais, como recuperação de áreas degradadas, recomposição de áreas de preservação permanente e de reservas legais, e no resgate de carbono da atmosfera.

RECEBA NOTÍCIAS NO CELULAR

O Governo Federal vem sinalizando a intenção de transformar o bambu em uma opção de ecodesen-volvimento para o Brasil. O ano de 2011 ficou marcado por duas importantes iniciativas para viabilizar a cadeia produtiva do bambu no Brasil. A primeira foi a assinatura do Memorando de Entendimento sobre Cooperação Bilateral em Ciência e Tecnologia na área de desenvolvimento e inovação em Bambu, entre o Brasil e a República Popular da China, cujos termos possibilitarão realizar pesquisas científicas e intercâmbio de tecnolo-gias com um país de tradição milenar na produção e usos do bambu. A segunda iniciativa foi a aprovação e sanção da Lei Federal nº 12.484/2011, que instituiu a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu, a qual transforma essa gramínea em um produto agros-silvicultural, apto a receber os benefícios inerentes aos demais produtos agrícolas. A expectativa é que haja avanços significativos em curto e médio prazo no desenvolvimento de tecno-logias para o bambu no Brasil.

O mercado relacionado ao bambu é amplo e com grande potencial de crescimento, por ser uma matéria-prima versátil, com diferentes usos industriais. O vasto mercado e a sustentabilidade socioambiental, já reconhecida em outros países, realçam o potencial do bambu visando tanto à melhoria da qualidade de vida de pequenos agricultores familiares quanto ao agronegócio brasileiro, principalmente para aquelas empresas que buscam a sustentabilidade socioambiental. O Acre, com sua enorme reserva de bambus nativos e a proximidade aos portos do Peru, por meio da recém-concluída “Estrada do Pacífico”, pode tornar-se um exportador de derivados do bambu para o mercado asiático, tradi-cional consumidor desses produtos.

A viabilização do agronegócio do bambu exige investimentos em ciência e tecnologia para a geração de conhecimentos e inovação visando à criação de produtos de qualidade e novas formas de utilização para essa gramínea. Assim, são necessárias pesquisas nos diversos setores, desde a produção da matéria-prima até seu uso industrial, passando pela criação de parques tecnológicos para o bambu, com infra-estrutura adequada e recursos para a formação de mão-de-obra qualificada, tanto de produtores como de agentes de assistência técnica e extensão rural, a fim de possibilitar a adoção das tecnologias geradas. Nesse sentido, a articulação entre instituições de pesquisa e fomento constitui estratégia fundamental para desenvolvimento da cadeia produtiva do bambu no Brasil.

* Elias Melo de Miranda engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo, pesquisador da Embrapa Acre. elias@cpafac.embrapa.br

Siga 'A Gazeta do Acre' nas redes sociais

  • Canal do Whatsapp
  • X (ex-Twitter)
  • Instagram
  • Facebook
  • TikTok



Anterior

Presidiário ateia fogo na casa da família com 4 crianças dentro

Próxima Notícia

Tragédia que se agrava

Mais Notícias

Como cortar gastos desnecessários mesmo na pandemia? Veja 10 passos
Destaques Cotidiano

Como cortar gastos desnecessários mesmo na pandemia? Veja 10 passos

10/07/2020
Plano de saúde não pode negar tratamento prescrito por médico e deve cobrir teste de Covid
Destaques Cotidiano

Plano de saúde não pode negar tratamento prescrito por médico e deve cobrir teste de Covid

30/06/2020
ARTIGO - O pacto da quarentena
Destaques Cotidiano

ARTIGO – O pacto da quarentena

29/06/2020
ARTIGO: Como é conviver com a Covid-19
Espaço do leitor

ARTIGO: Como é conviver com a Covid-19

26/06/2020
ARTIGO - Coronavírus nas comunidades: a realidade dura de muitos brasileiros
Destaques Cotidiano

ARTIGO – Coronavírus nas comunidades: a realidade dura de muitos brasileiros

23/06/2020
ARTIGO - Paulo Freire: Educação libertadora
Destaques Cotidiano

ARTIGO – Paulo Freire: Educação libertadora

23/06/2020
Mais notícias
Próxima Notícia

Tragédia que se agrava

Gazetinhas 03/01/2012

Jornal A Gazeta do Acre

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre

  • Expediente
  • Fale Conosco

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • Polícia
  • Geral
  • Política
  • Colunistas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
  • Receba Notícias no celular
  • Expediente
  • Fale Conosco

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre