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Atacadão, do Grupo Carrefour, seleciona 300 trabalhadores

O Atacadão, empresa ligada ao Grupo Carrefour Brasil, vai se instalar no Acre em março. As obras de terraplanagem começaram em setembro do ano passado. Os empresários tinham queriam inaugurar a loja em dezembro, mas o forte inverno atrasou o cronograma.
Obras do Atacadão devem ser concluídas até março; empreendimento vai gerar inicialmente 300 empregos
Agora, está confirmado. Em março, o empreendimento será inaugurado. A seleção para os 300 trabalhadores já está sendo feita. O Departamento de Mobilização pelo Trabalho (DMT), ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), responsável pelo Sine no Acre, iniciou nessa semana a primeira etapa do processo de seleção.

A reunião de representantes da empresa e do Departamento de Mobilização para o Trabalho, instância vinculada à Sedict, se reuniram para definir os últimos detalhes da seleção.

A expectativa é que sejam selecionados mais de 500 trabalhadores que devem participar de entrevistas. Outros testes devem ser realizados pela equipe de profissionais do Atacadão.

Os trabalhadores estão sendo selecionados do próprio banco de dados do Sine. A empresa possui mais de 70 mil colaboradores nas mais de 500 lojas e nos diferentes pontos de contato.

Em horário comercial, os interessados devem levar os currículos para o cadastro no Sine, que funciona na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, na Avenida Getúlio Vargas (antiga Lua Azul) ou no escritório do Atacadão que está funcionando na avenida Ceará, ao lado da pizzaria Tutti Frutti.

Nunca é demais lembrar: asseio, vestimentas discretas, calma e segurança na hora de fazer entrevistas sempre são avaliados. E, o que é fundamental na defesa dos argumentos durante as respostas e os testes psicológicos, ter espírito de grupo.

Local: Escritório do Atacadão, na Avenida Ceará (ao lado da Tutti Frutti)
Horário: comercial das 8 às 12 ou das 14 às 18 horas


Empresários otimistas com a criação do Pólo Logístico de Rio Branco

Rutemberg Crispim, da Assessoria da Sedict
Os empresários do setor de atacado, distribuição e transporte de cargas estão otimistas e animados com a criação do Pólo Logístico de Rio Branco, que será construído numa área de 133 hectares localizada no quilômetro 5 da BR 364, sentido Rio Branco/Porto Velho. Eles afirmam que a medida trará inúmeros benefícios para a categoria, garantindo a modernização e a possibilidade de ampliação dos negócios, gerando emprego e renda.
Empresários planejam mudança para Pólo Logístico
“Estou no mercado há 32 anos. Comecei com uma pequena empresa. Agora tenho filial em outros estados, mas enfrento muitas dificuldades porque não temos um espaço para ampliar ou construir uma nova sede para nossa empresa. Falta espaço para a manobra das carretas e para o armazenamento dos produtos”, lamentou José Ferreira, proprietário da empresa Roda Viva.

 Atualmente o empreendimento gera mais de 300 empregos diretos só no Acre, mas funciona num espaço alugado atrás de um posto de combustível na Via Chico Mendes. Para José Ferreira, a possibilidade de mudar para um espaço adequado para o setor é a concretização de um sonho antigo.

“Esse Pólo vai marcar o início de um novo tempo para todos nós. Além da possibilidade de modernização dos nossos serviços, poderemos ampliar e gerar novos postos de trabalho. Além disso, vamos evitar problemas com os órgão fiscalizadores. Hoje estou num espaço alugado, enfrentando muitas dificuldades para oferecer um serviço de qualidade”, disse.

A história do senhor Leonidio Poleto não é diferente. Ele é um dos responsáveis pela Casa dos Cereais. Enfrentando várias dificuldades, inclusive processos no Ministério Público Estadual (MPE), ele recebeu com otimismo a notícia da criação do Pólo Logístico.

Afirmando que a decisão do governador Tião Viana e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, marca o início de um novo tempo para o setor, ele já sonha com novos investimentos e com o fim de alguns problemas.

“Já tivemos vontade de desistir. Fechar as portas e ir embora do Acre. Mas sempre acreditamos que as coisas iriam melhorar. Essa notícia do Pólo Logístico é animadora. Começamos nosso empreendimento há 20 anos, estamos crescendo, gerando emprego para mais de 460 famílias, ajudando no desenvolvimento do nosso Estado. Mas enfrentamos muitas dificuldades para continuar trabalhando”, afirmou.

Durante conversa com o secretário Edvaldo Magalhães, o empresário agradeceu o apoio do Governo do Estado e disse que, com a criação do Pólo Logístico, a empresa pensa em fazer novos investimentos, gerando mais em prego e renda.

“A criação do Pólo foi uma grande notícia. Essa visita do secretário Edvaldo aos empreendimentos é outra decisão acertada. Hoje ele conferiu de perto a nossa luta para conseguirmos trabalhar. Estou muito feliz com a possibilidade de ir para um espaço amplo e adequado para nosso setor. Vamos, com certeza, fazer novos investimentos”, garantiu.

Logo após a sanção da lei que cria o Pólo Logístico, o secretário Edvaldo Magalhães decidiu visitar as mais de 40 empresas do setor para conhecer a realidade de cada uma e apresentar o projeto para os empresários.
“Estamos cumprindo uma determinação do nosso governador Tião Viana que decidiu criar o Pólo Logístico e aproximar o governo desses empresários. Nessas visitas estamos conhecendo a realidade de cada empreendimento para que possamos definir sobre a concessão de área e outros benefícios na área do Pólo”, afirmou.

Sobre o Polo Logístico
O Pólo Logístico de Rio Branco será construído em uma área de 133 hectares na BR 364 sentido Rio Branco/Porto Velho, bem ao lado de onde será construída a Cidade do Povo. O Governo do Estado vai investir R$ 13,5 milhões, na compra do terreno e na construção de toda infraestrutura.

O Pólo vai atrair um investimento de R$ 120 milhões da iniciativa privada, com a geração de 3 mil postos de trabalho, se tornando o empreendimento com maior número de empregos gerados, superando, inclusive, o Via Verde Shopping.

No mesmo espaço, além dos galpões das empresas, será construído restaurante, posto de gasolina, hotel, área de lazer, espaço para órgãos fiscalizadores, agências bancárias, entre outros.

Também foi criada a Comissão da Política de Incentivos às Atividades Comerciais e de Logística de Distribuição no Acre (Copal), que será coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict).

A Copal será composta ainda pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado do Acre (Adacre), Federação das Indústrias do Acre (Fieac), Sindicato das Empresas de Logística e Transporte do Acre (Setacre), Federação do Comércio do Acre (Fecomércio) e Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Acre (Acisa).


Por que é necessário passar o Saerb para o controle do Estado?

ITAAN ARRUDA
A passagem da administração do Saerb para o Estado faz parte de uma ação de governo que transita de aspectos técnicos às estratégias políticas. O argumento técnico se sustenta em questões financeiras e a estratégia política tem como alvo as eleições de 2014.
Dificuldades financeiras não permitiram ao prefeito Angelim investir em tecnologia na autarquia como o setor exige
Paracompreender a medida anunciada recentemente pelo governador Tião Viana e pelo prefeito Raimundo Angelim, é preciso reportar ao final da década dos 90. Em 1997, governava o Acre Orleir Cameli e a Prefeitura de Rio Branco estava sob a gestão de Mauri Sérgio.

 As ingerências na Sanacre (empresa pública responsável pela política de abastecimento de água e de saneamento básico) proporcionaram o limite extremo do desgaste político aos dois governantes.

Em 1996, iniciaram as primeiras articulações efetivas para a municipalização da Sanacre. O Sindicato dos Urbanitários, com forte influência de partidos de esquerda, partiu para o embate: defendia a não municipalização.

Mobilizações de trabalhadores, discussões, debates. A Sanacre estava na ordem dos embates na Aleac e na Câmara. Nada disso foi capaz derrubar o projeto do Governo de municipalizar a Sanacre.

“Foi uma derrota para os trabalhadores”, lembra o atual presidente do Sindicato dos Urbanitários e vereador Marcelo Jucá (PSB). Para o sindicato, a municipalização já teve problema na formatação. “O fato de terem criado uma autarquia foi um erro. A situação seria menos trágica se tivessem criado uma companhia, mas ninguém ouviu a classe trabalhadora”.

Comissão tem até dia 21 de fevereiro para concluir estudos
Em 14 de dezembro do ano passado, o Poder Executivo mandou para a Assembleia o Projeto de Lei 2.532 que trata da reversão do Saerb para o Governo do Estado. Por 15 votos favoráveis e 7 contra, os deputados aprovaram a mudança.

No texto da lei estadual, o governador Tião Viana cria uma Comissão Técnica, presidida pelo atual presidente do Departamento de Água e Saneamento, Gildo César, que deve apresentar um relatório diagnosticando como será feita essa transição na prática.

Para que a reversão fosse realizada, seria necessária também a aprovação pela Câmara de Vereadores. “Nós não fomos consultados em nada”, reclama o vereador e presidente do Sindicato dos Urbanitários, Marcelo Jucá (PSB).

“As coisas foram feitas de um dia para o outro e no entendimento dos trabalhadores se for mantido um departamento para gerenciar a política de saneamento vai ter problemas”, afirma Jucá.

Manoel Cabide (PTC), Francisco Vieira (PPS), Alonso Andrade (PSDB) e Alysson Bestene (PP) faltaram à sessão que aprovou a reversão. O vereador Rodrigo Pinto (PMDB) estava ausente da cidade, embora tivesse, informalmente, manifestado aprovação pelo projeto.

O grande gargalo está na questão dos trabalhadores. “A criação da comissão distencio-na as relações e provoca a participação para que se crie um mecanismo de gestão eficiente”, pondera o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Marcelo Jucá.
Marcelo Jucá exige mais participação dos trabalhadores na Comissão Integrada.
Consórcio de municípios pode ser uma saída

Investir em saneamento básico, tratamento de esgoto e rede de distribuição de água nunca foi o forte das administrações públicas em todo país. Estima-se que apenas 44,5% da população brasileira tem acesso à rede de esgoto. E, de todo esgoto coletado no país, apenas 37,9% é tratado.

No Acre, a história não é diferente. Desde quando foi criado o Serviço de Água e Saneamento (SAE), passando pela Sanacre e desaguando no Saerb, o que se percebe é um festival de ingerências no setor.

No Acre, só foi possível vislumbrar um cenário de mudança efetiva no setor nos últimos 13 anos, junto com os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (com dados de 2008), apenas quatro municípios trabalham de forma consorciada na prestação de serviços em saneamento (incluindo coleta de lixo). Um trabalho iniciado ainda na gestão do ex-governador Jorge Viana com os municípios do Alto Acre.

A divisão de responsabilidade por meio de consórcios socializa responsabilidades e torna o saneamento básico uma ação compactuada por cidadãos de vários municípios, gerenciando problemas comuns. Esse sistema de consórcio de municípios é muito utilizado em países da Europa.

Aspectos políticos da reversão
Por mais que se tente, a política de saneamento básico sempre foi contaminada pela Política. O ex-governador Jorge Viana sempre repetia um mantra. “A água deve ser um assunto a ser tratado fora da política”, dizia.

Uma declaração dessas, saída da boca de Jorge Viana, um homem talhado para a política e que raciocina política o tempo todo, soa mais como retórica. É uma frase correta, na essência. Mas, muito difícil de se efetivar na prática.

O atual governador Tião Viana deu declaração semelhante quando assinou o decreto formalizando a criação da Comissão Técnica nesta semana. “Essa questão da água e do saneamento não pode ser conduzida por declarações politiqueiras”, politizou o governador.

Na prática, o cenário incerto da sucessão de Raimundo Angelim para a Frente Popular forçou o governador a articular de maneira rápida e forte tanto no parlamento. O governador Tião Viana sabe que não pode fazer apostas arriscadas no plano político.

Os investimentos têm que dar retornos com identidade personificada na construção de sua imagem como líder.

Uma possível derrota da Frente Popular colocaria em xeque ações do Governo na área de saneamento na Capital, o maior reduto eleitoral do Acre e que já tem calejada a promessa de que vai ter 100% das águas com tratamento de esgoto e rede de distribuição de água.

Ter um prefeito que não seja “parceiro” é uma insegurança que não pode estar na agenda dos projetos políticos do governador Tião Viana.


Acre reduz número de adolescentes grávidas

 ITAAN ARRUDA
De acordo com o Ministério da Saúde, a década dos 2000 contabilizou um drama econômico e social: 5,6 milhões de partos realizados em adolescentes em todo país. A Organização Mundial de Saúde entende como “adolescente”, nesses casos, toda mulher entre 10 e 19 anos.
Maria é avó de Nauana, cuja mãe tem 15 anos: gerações que carregam a gravidez na adolescência com naturalidade
No Brasil, o problema existe em grandes dimensões em todas as regiões. Sem exceção. A situação é mais grave nas regiões Nordeste e Sudeste, embora o quadro tenha sofrido uma leve melhora nos últimos dois anos.

O diagnóstico elementar da gravidez na adolescência responsabiliza o poder público por uma série de ausências. Quando uma criança de 10 anos fica grávida, o Estado deixou de atuar em uma série de frentes de trabalho.

Desde a elaboração de políticas eficientes de promoção da infância até a criação de um ambiente de impunidade que possibilita um criminoso abusar sexualmente de uma criança.

Do ponto de vista social, a dificuldade está em fazer com que todos se sintam responsáveis pelo problema. Quando uma criança de 13 anos frequenta uma sala de ultrassom com outra criança pulsando no ventre, há uma responsabilidade de natureza coletiva.

Desde quando o Brasil passou a ter a maior parte da população morando na zona urbana (a partir da metade dos anos 70), criou-se uma concepção falsa de que a gravidez precoce é problema exclusivo das classes mais baixas; ou da abordagem machista que tenta responsabilizar as adolescentes pelo problema.

É bem verdade que as classes mais excluídas estão mais vulneráveis. Elas já sentem no cotidiano outras séries das ausências do poder público. A gravidez na adolescência é apenas mais um.

Acre acompanha tendência de queda
O Estado do Acre acompanha a tendência de queda no número de adolescentes grávidas. De acordo com o DataSUS, a instância do Ministério da Saúde responsável pelas pesquisas dos serviços do sistema único, o Acre teve uma taxa de variação no período de 2000 a 2009 de -17,57%.

Essa redução deve ser comemorada. Significa que menos adolescentes ficaram grávidas. E isso é bom. É uma das menores reduções do Norte, mas ainda assim uma redução. No mesmo período, o estado que registrou maior redução, de acordo com o DataSUS, foi Rondônia com -50,74%, seguido do Tocantins com -27,16% e Amazonas com -21,75%.

A situação mais complicada é registrada em Roraima onde houve crescimento de 59,96% no número de partos em adolescentes entre 10 e 19 anos.

“É difícil ter uma de idade”
A Maternidade Bárbara Heliodora, a maior unidade maternal pública do Acre, é um bom termômetro para referendar a queda registrada pelo SUS. Mesmo com a redução, impressiona a quantidade de jovens que transita pelos corredores.

“É difícil ter uma de idade” (sic), constatou a agricultora Maria Raimunda de Oliveira Lima, 43 anos. “Só tem mais jovens”(sic). Ela mesma carrega uma história muito comum. Teve nove filhos. Seis mulheres. À exceção de uma que morreu, todas foram mães muito cedo.

Ela acompanha a caçula, de 15 anos, que deu à luz, no último dia 31 de dezembro, a Nauana Vitória Oliveira. O pai da pequena Nauana, de 21 anos, acompanha todo o processo. Já planeja “se juntar” e constituir família.

Maria Raimunda mora com o esposo no projeto de assentamento Moreno Maia. Como o ramal Paralelo (que dá acesso à casa de farinha) “está intrafegável”, a filha grávida no último dia do ano passado quase morre.

A situação só não se tornou uma tragédia porque fizeram contato com a equipe do Ciosp que acionou o grupamento do helicóptero João Donato. “Ela tinha desmaiado”, lembra. “Deu eclamps e ela ia morrer se não fosse ‘o avião’”.
Filha de Solange, de 13 anos,(ao fundo): “Meu filho não é um erro. Faltou diálogo”, afirma adolescente

“Meu filho não é um erro”
A mato-grossense Solange Rocha de Lima tem 37 anos. Foi mãe pela primeira vez aos 18 anos. Veio para o Acre há três anos e ainda não se adaptou. A filha, de 13 anos, está grávida de nove meses. O barulho do coração da criança no ventre foi acompanhado rotineiramente nos exames pré-natais.

É praticamente impossível esconder uma situação de conflito entre mãe e filha. “Ela se adaptou bem até demais”, ironizou a mãe, em tom de uma leve bronca.

Os olhos castanhos da adolescente, segurando o aparelho que fazia sentir o ritmo cardíaco da filha que carregava no ventre transmitiam um misto de constrangimento, tristeza e, paradoxalmente, segurança.

“Meu filho não é um erro”, anunciou a adolescente, cujo namorado de 17 anos também acompanha a maternidade de perto. Quando abordada a respeito dos métodos contraceptivos que teve acesso, foi taxativa. “Foi um acidente”, assegurou, antes de dar o diagnóstico fatal. “O problema maior foi a falta de diálogo”, disse em um comedido desabafo.

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