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Apenas 2% dos acreanos são esterilizados

Uma pesquisa do Ministério da Saúde (MS), ação da política nacional de Planejamento Familiar, revelou que, a cada ano, aumenta o número de homens esterilizados pela vasectomia. O motivo da adesão é a disponibilidade da cirurgia no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar dos médicos da rede pública realizarem um número recorde de vasecto-mias, 22.000 mil no ano passado, apenas 5% dos brasileiros são esterilizados. No Acre o percentual é de apenas 2%.

“O número vem aumentando exponencialmente desde que as esterilizações cirúrgicas foram regulamentadas pela Lei do Planejamento Familiar, no início de 1996. Naquele ano, foram realizadas, gratuitamente, 380 vasectomias na rede pública. O número hoje é 57 vezes maior”, destacou a coordenadora do departamento de Ações Programáticas e Estratégicas da Secretária Estadual de Saúde (Sesacre), Gerlívia Maia.

Ela ressalta que a vasectomia está entre os métodos que o casal pode escolher, voluntariamente, para controlar o número de filhos que deseja ter. “É uma cirurgia simples, rápida e sem dor. Para os casais que desejam fazer um planejamento familiar, Gerlívia explicar a vasectomia é apenas um dos vários métodos contraceptivos. “Na atenção primária, o casal recebe informações e esclarecimentos para ter uma escolha livre e consciente”. 

Uma vez feita a vasectomia, o casal não precisa mais se preocupar com a possibilidade de gravidez inesperada. Os demais métodos contraceptivos, ao contrário, precisam ser repetidos constantemente, como a camisinha, o dispositivo intra-uterino (DIU) e a pílula. Por ter o propósito de ser definitiva, ou seja, irreversível, a vasectomia tem restrições de idade “O aumento das vasectomias vem do esforço da sociedade em vencer as barreiras tradicionais e dar ao homem a responsabilidade pelo planejamento reprodutivo, antes só nas mãos da mulher”, diz a coordenadora.

Também pesou nessa mudança cultural um maior fluxo de informações sobre a esterilização masculina. “Os homens que antes tinham medos e preconceitos aprenderam que a qualidade da vida sexual não se altera em nada após uma vasectomia, pois não provoca impotência nem câncer e o prazer e a ejaculação não mudam”, esclarece Gerlívia. As operações são feitas, em grande parte, em hospitais e ambulatórios públicos. O Governo Federal envia o dinheiro, e Estados e municípios entram com a estrutura física e a equipe de saúde.

A vasectomia ou deferentectomia é um método contraceptivo através da ligadura dos canais deferentes no homem. É uma pequena cirurgia feita com anestesia local em cima do escroto. Não precisa de internação. A cirurgia dura 30 minutos e exige apenas anestesia local. O homem pode voltar ao trabalho no dia seguinte.

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