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Fábrica de piscinas de Santa Catarina quer contratar haitianos no AC

Uma empresa de Santa Catarina que produz piscinas de fibra foi até Brasiléia, no Acre, para contratar imigrantes. Para trabalhar na linha de produção em Chapecó, a Fibratec trouxe 23 haitianos há 7 meses e diz ter investido R$ 45 mil em passagens de avião e ônibus, alimentação e moradia para os estrangeiros.

Segundo o gerente de produção da Fibratec, Arlã Tormem, o 1º contato com os haitianos teria sido por acaso, quando ele, que estava prestando um serviço perto de Brasiléia, passou pela ‘praça dos haitianos’. Tormem disse que percebeu que se tratavam de estrangeiros e, com a ajuda do Governo do Acre, que auxiliou a providenciar os documentos dos haitianos, resolveu levá-los para trabalhar em Chapecó.

“Estamos com muita dificuldade de preencher as vagas de emprego que temos abertas. Hoje temos no total 110 funcionários em Chapecó, mas podemos contratar 20% a mais desse efetivo. Os haitianos estavam sofrendo muito no Acre, comendo e dormindo mal. Já que nós já precisávamos contratar gente, decidimos resolver o problema deles e o nosso”, conta o presidente da Fibratec, Érico Tormem.

Além dos 23 haitianos, a Fibratec ajudou a levar para Chapecó mais 12 imigrantes do Haiti, para trabalharem num hotel, numa empresa de material de construção e em outra de pneus. Todos, segundo Érico, têm permissão provisória para morar no Brasil e têm a carteira de trabalho assinada. Só que dos 23 haitianos contratados pela empresa, hoje só 13 continuam na empresa. Os demais foram demitidos ou pediram pra sair ‘em busca de um lugar melhor’, como diz Érico. “Se a documentação de outros haitianos que estão no Acre ficar pronta logo, traremos mais gente”, diz Érico.

Além do salário de R$ 900 mais cesta básica, a empresa diz que alugou 3 casas para os haitianos morarem, e deu treinamento. “Eles trabalham no cargo de serviços gerais e não exigimos qualificação. Aqui na região não tem gente para trabalhar em várias áreas”, afirma Érico. “Se os haitianos ficarem aqui uns 2 ou 3 anos, já recuperamos o investimento. Mas muitos já saíram da empresa”, completou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Chapecó, Marcio Sander, confirma que a cidade tem muitas vagas disponíveis (chegam a 4 mil). “Acho que a preferência (para as vagas) deveria ser para o pessoal daqui, mas não vejo como um pecado a contratação de estrangeiros”, afirmou.

Um dos funcionários da Fibratec, o haitiano Jacques Simone, de 31 anos, trabalha na linha de produção fazendo caixas de separação de água. Antes de vir para o Brasil há 9 meses, já havia trabalhado por 6 anos na República Dominicana, com jardinagem. “Sempre quis entrar no Brasil buscando uma vida melhor. Tenho um amigo que estudou aqui e ele me disse que aqui tem pessoas boas”, afirmou Jacques, que espera poder ajudar a filha de 7 anos que vive no Haiti mandando dinheiro para a família. (Agência O Globo)

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