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Haitianos podem ir trabalhar em MT

Empresa mineira realiza processo de contratação de haitianos para trabalharem em diferentes regiões do Brasil, em obras da construção civil. Os empregados atuarão como serventes de pedreiro, podendo ser promovidos de acordo com o desempenho. No momento, eles se encontram em trânsito em unidades da empresa, realizando exames admissionais de saúde e providenciando documentos para a contratação.

O gerente de Recursos Humanos da construtora Urb Topo Engenharia, Frederico Morais, esteve nesta quinta (18) no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), onde falou ao presidente do sindicato, Joaquim Santana, sobre o projeto que está sendo desenvolvido pela empresa.

Ele informou que a vinda dos trabalhadores para Cuiabá não é certa, pois eles poderão ser designados para outros estados. “Eles serão funcionários da Urb Topo e trabalharão onde for necessário. Só saberemos onde estarão lotados depois da conclusão da elaboração do projeto”, explicou.

Procedimentos
Todos os trabalhadores já estão vacinados contra hepatite, tétano e febre amarela e possuem visto para trabalhar no Brasil. Devido às tragédias que afetaram o Haiti, os documentos originais dos haitianos se extraviaram, mas serão emitidos CPF, RG e carteira de trabalho brasileira, o que lhes dará acesso aos benefícios sociais e salários previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assinada entre o SINTRAICCCM e o Sindicato das Empresas da Construção Civil de Cuiabá (Sinduscon). A empresa já está oferecendo alojamento e refeições aos trabalhadores.

Segundo Frederico Morais, a contratação dos haitianos é uma ação social da empresa que conta com o apoio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Acre. “Eles receberão o mesmo tratamento dispensado aos funcionários brasileiros, e terão garantidos seus direitos trabalhistas”, ressaltou.

Os haitianos dominam a língua francesa e a espanhola, e estão fazendo cursos de português. Segundo Morais, a empresa ficou sensibilizada com as dificuldades enfrentadas pelos haitianos no município de Brasiléia (AC), localizado na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru, e que, desde dezembro de 2010, após o terremoto que abalou o Haiti, tem recebido centenas de refugiados. Todos os trabalhadores estavam desempregados no Acre e passavam por dificuldades financeiras, mesmo recebendo apoio da prefeitura local, já que a cidade de Brasiléia não comporta o número de imigrantes que tem recebido.

Segundo Joaquim Santana, a empresa se comprometeu a filiar os trabalhadores ao SINTRAICCCM, caso eles sejam designados para trabalhar em Cuiabá. O sindicato vai acompanhar o processo de contratação, e fará vistoria nos alojamentos que serão disponibilizados aos imigrantes.

Trajetória
A vinda dos haitianos para o Brasil começou em 2010, depois do terremoto que devastou o país. Um acordo firmado entre o governo brasileiro e a União das Nações Unidas (ONU) está promovendo ações de inclusão econômica e social para os refugiados.

“É de nosso total interesse receber estes trabalhadores aqui em Cuiabá, uma vez que sua situação está legalizada e eles terão seus direitos garantidos. Para o sindicato, não haverá diferença entre estes trabalhadores e os demais”, comentou Joaquim Santana. (Circuito Mato Grosso)

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