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Invasão da ‘Sapolândia’: um bairro inteiro embaixo d’água

Sapolancia1Dezenas de famílias da ‘Invasão Sapolândia’, localizada no bairro Distrito Industrial, estão desabrigadas pela enchente do Igarapé São Francisco, que transbordou e inundou o bairro. De acordo com moradores, as águas invadiram os quintais e casas na madrugada de ontem, 3, não dando tempo para as vítimas retirarem os móveis e muitos perderam tudo.

Segundo as vítimas, o Corpo de Bombeiros foi informado da enchente, mas até o meio dia nenhuma equipe da Defesa Civil foi ao local. Os moradores improvisaram caixas d’água para retirar crianças, idosos e alguns móveis das casas.

Em algumas moradias, a água chegou perto do teto, o que obrigou os moradores a abandonar o imóvel levando apenas a roupa do corpo. “Vivi momentos de desespero quando acordei e a água já havia invadido a minha casa. No escuro, não consegui abrir a porta pra sair. Tenho uma filha especial e um bebê de meses, que tirei de casa com ajuda dos vizinhos. Será que por morar em uma invasão não tive o direito de ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros? Se tivesse dinheiro, estaria em outro local. Mas não tenho”, desabafou Antônio Carlos Menezes.

Sem ter para aonde ir e sem ajuda da Defesa Civil, muitos moradores permanecem no bairro esperando a água baixar pra retornar às casas. “E pra piorar a situação, só hoje já matamos 6 cobras. As fezes das privadas se espalharam com a água da enchente. Estou a mais de 6 horas dentro dessa água. Não tenho para aonde ir e não consigo subir para o teto da casa”, lamentou a dona de casa Maria Antônia.

Chuva de terça fez Rio Acre subir 2,26 metros
A forte chuva com duração de cerca de 10h que caiu em toda a Capital terça-feira, 3, foi responsável pelo aumento de 3,26m no Rio Acre. Agora, o rio que corta a Capital apresenta 10,56m, em medição na manhã de ontem, 4. A cota de alerta do Rio Acre é de 13,50m e a de transbordamento de 14m, mas o nível que o rio atingiu já foi o suficiente para deixar famílias desabrigadas.

Segundo o Subcomandante do Corpo de Bombeiros, Tenente Coronel José Flores, quatro famílias desabrigadas foram retiradas de sua residência por apresentarem questão de risco em suas residências. Elas foram dirigidas para abrigos alugados pela prefeitura de Rio Branco. Ainda assim, o Corpo de Bombeiros da Capital registrou de ontem para hoje mais 20 pedidos de famílias para serem retiradas de suas casas. Os pedidos serão analisados pela Defesa Civil e em breve um relatório será encaminhado para definir se essas pessoas precisam de abrigo.

Já em Cruzeiro do Sul, o Rio Juruá apresentou vazante na manhã de ontem, 4. Agora, o rio esta dois centímetros abaixo de sua cota de transbordamento, apresentando 12,98m. Até anteontem, o rio que corta a segunda maior cidade do Acre estava marcando 13,16m. Em Cruzeiro do Sul, cerca de 13 famílias foram retiradas de suas casas pelo Corpo de Bombeiros. Três foram para casa de parentes e 10 para um abrigo organizado pela prefeitura em parceria com o Governo do Estado.

O major Araújo, do Corpo de Bombeiros da cidade, afirmou que mesmo com a vazante, as famílias vão permanecer no abrigo ate que o Rio Juruá apresente um nível seguro para o retorno. (Agência Acre)

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Perigo na estrada: bueiros não suportam ‘vazão’ e água invade um trecho da BR 364

LENILDA CAVALCANTE
Bueiros instalados ao longo da BR 364, sentido Sena Madureira, no trecho entre o Km 49 ao Km 56, não suportaram a ‘vazão’ da água da forte chuva de terça-feira e transbordaram, invadindo a pista e deixando o trecho perigoso. O lugar ficou sujeito a acidentes causados pelo fenômeno de aquaplanagem (ou hidroplanagem, fenômeno que ocorre em veículos quando passam em líquidos – lama e água – e seus pneus perdem o contato com a pista). Isto, em geral, acontece devido à impossibilidade de fazer a drenagem pelos sulcos.

O alerta foi feito por usuários da BR 364, que acionaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os federais agora fazem patrulhamento no trecho de maior incidência de bueiros e açudes que transbordaram.

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