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Ministério ainda não sabe causa da morte de 13 crianças indígenas

O Ministério da Saúde ainda não sabe a causa das mortes de 13 crianças indígenas das etnias Kaxinawá e Kulina no Acre, ocorridas entre o final do ano passado e janeiro. A maioria das vítimas tinha menos de um ano de vida. As crianças tiveram febre alta, vômito e diarreia, sintomas de doença diarreica aguda.

Há suspeita de que as mortes tenham sido causadas por rotavírus, mas as autoridades de saúde não confirmam. O rotavírus é uma doença transmitida por contato de pessoa a pessoa por meio de água, alimentos e objetos contaminados.

“Até o momento, não foi confirmado caso ou óbito por rotavírus ou outra doença nas comunidades indígenas da região de Santa Rosa do Purus”, diz nota divulgada nesta quinta-feira pela Secretaria Especial de Saúde Indígena.

Na noite de ontem, a secretaria havia informado que oito crianças haviam morrido. De 1º a 18 de janeiro, 70 crianças indígenas foram identificadas com doença diarreica aguda. Dessas, três morreram e duas continuam internadas para tratamento, que é a base de reidratação oral. Em dezembro passado, foram dez mortes.

Os casos ocorreram em 20 das 46 aldeias na região do município de Santa Rosa do Purus, onde há 3 mil índios. Próximo da fronteira com o Peru, a secretaria alega que o acesso às tribos é difícil, feito por barco.

Equipes de saúde do ministério em Alto Rio Purus e dos governos estadual e municipal foram deslocadas paras aldeias em busca de novos casos e para investigar os motivos das mortes. A orientação é reidratar os doentes com sintomas suspeitos. Já os desidratados e desnutridos são removidos.

Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as mortes mostram o descaso das autoridades com os indígenas no Acre. “O grave é que ninguém faz nada e fica um jogo de empurra-empurra entre as instituições que deveriam estar cuidando da saúde dos povos indígenas”, disse a entidade. (Terra)

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