Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Moradores de áreas de risco querem receber indenização

Area-de-riscoAlguns moradores que moram em áreas de risco não querem ser amparados pelo aluguel social, mas receber indenizações. A maioria deles mora próximo ao Centro da cidade, e, além de não encontrarem residências para alugar ao preço R$ 300, também não querem ser removidos para casas cedidas pelo Governo do Estado, que executa os programas Minha Casa Minha Vida e Minha Morada. Com a cota de transbordamento ultrapassada, os riscos desmoronamento aumentaram. Ontem, homens da Defesa Civil passaram o dia removendo famílias do Calçadão do Colégio Acreano.

O autônomo José Edson de Melo Luna, que possui uma casa na baixada do bairro Seis de Agosto, estava indignado. “Eu só queria ser indenizado para comprar uma casa decente para minha família”, declarou ele, que se nega a sair do local para morar alugado. “Existe aluguel de R$ 300 aqui por perto?”, perguntava o morador, sentindo-se desprezado pelo poder público.

A situação de Luiz Gonzaga Nezinho, no entanto, é mais complicada. Ele alega que morava no Calçadão do Colégio Acreano há 20 anos e viu sua casa ser levada pelas águas, na última sexta (6). “Eles [equipes da prefeitura] não fizeram o meu cadastro achando que eu era morador de rua. Agora, sim, eu estou morando na rua”, bradou, em tom emocionado. Natural do Rio Grande do Norte, Nezinho não tem parentes no Acre.

O diretor-executivo da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Social (Seds), Davilson Cunha, negou a existência de pessoas morando no local. A reportagem de A GAZETA, porém, ao acompanhar as remoções na manhã de ontem, constatou a presença de residências em meio a galpões e armazéns. Quanto às indenizações, o diretor explicou que a construção da quarta ponte foi o motivo de algumas pessoas terem recebidos dinheiro.

Nível do rio cai, mas Defesa Civil municipal se mantém em alerta
O nível do rio Acre, que nas primeiras horas da segunda-feira, 9, chegou ao seu maior patamar este ano, medindo 14,48 metros, baixou sensivelmente durante toda essa terça-feira, 10. Ontem à tarde, o nível chegou a 14 metros e deve reduzir ainda mais nos próximos dias. Apesar disso, as equipes da Defesa Civil Municipal estão em alerta para dar apoio às famílias vítimas da cheia do rio.

Seguindo o que foi determinado pelo plano de contingência contra enchentes elaborado pela própria Defesa Civil municipal e homologado pelo prefeito Raimundo Angelim no início da semana passada, os técnicos da instituição fazem o monitoramento do nível do Rio Acre na Capital e também nas suas cabeceiras, bem como o acompanhamento do volume de chuvas.

“Estamos fazendo todo o acompanhamento e estamos prontos para atender a população sempre que for preciso”, afirmou o coordenador municipal da Defesa Civil, coronel Gilvan Vasconcelos.

O plano de contingência prevê ainda o apoio de todas as secretarias da administração municipal, que atuam no apoio às famílias desabrigadas, fazendo a remoção das áreas de risco e dando o apoio social e estrutural para que elas se sintam seguras nos abrigos provisórios.

Um desses abrigos é o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco onde 56 famílias aguardam o rio voltar a um nível seguro para que possam voltar para suas residências. Elas são oriundas dos bairros mais baixos da cidade como o Baixada da Habitasa e Ayrton Senna.

No parque foram construídos um total de 150 abrigos, mas o local tem capacidade para atender até 600 famílias. Ali as famí-lias recebem alimentação e acompanhamento médico e social. A prefeitura instalou banheiros, local para lavagem de roupa e canil.

Sair da versão mobile