Uma minuciosa auditoria realizada em março de 2011 pela Secretaria de Estado de Educação do Acre (SEE) detectou fortes indí-cios de desvio de recursos do Proacre na região do Vale do Juruá. Diante das suspeitas, um relatório contendo todas as informações obtidas na auditoria foram repassadas a Polícia Civil, que instaurou inquérito e começou a apurar.
Durante seis meses uma equipe de delegados, escrivães, peritos e agentes de polícia trabalharam na coleta de provas que comprovaram as denuncias. Intolerante a qualquer ato de corrupção o governador Tião Viana determinou que fossem averigado com minucias de detalhes as denúncias levantadas pelo Estado através da SEE e comprovadas pela investigação policial.
Nas cidades de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, onde ocorreram os desvios, a polícia descobriu a existência de duas quadrilhas onde pessoas em comunhão de designo formaram uma organização criminosa que saqueou dos cofres públicos cerca de R$ 1,2 oriundo do Proacre, programa lançado em 2009 e que tem como objetivo levar saúde, educação, produção sustentável as comunidades mais isoladas do Acre.
Durante o período de investigação as evidencias apontaram, inicialmente, três pessoas envolvidas na organização criminosa, e que foram presos na manhã de quarta-feira (4) durante a Operação Limpidus, deflagrada pela Polícia Civil no Vale do Juruá e Rio Branco, são eles: Ivânia Ferreira da Silva (secretária de Educação de Porto Walter), Rivelino Silva Guedes (assessor da secretária de Educação de Porto Walter) e Márcio Klinger, que coordenou o Proacre na Região do Juruá nos anos de 2009 e 2010, e que seria o mentor intelectual e líder dos fraudadores.
De acordo com as investigações, após a nomeação de Márcio Klinger, foi possível apontar atos de corrupção, fraude, dissimulação, ameaças, ingerência política, improbidade.
A operação envolveu mais de 80 policiais, entre delegados e agentes que além dos mandados de prisão deram cumprimento a 23 mandados de busca e apreensão. As buscas foram realizadas em municípios e na zona rural. Durante as buscas foram apreendidos materiais como câmeras fotográficas, computadores, notebooks, documentos diversos e mídias eletrônicas.
Acredita-se que a organização criminosa tenha a participação de servidores públicos municipais, empresários e outros membros da sociedade que usaram o dinheiro público para o enriquecimento próprio de forma ilícita.
As consequências do desvio de verba é a não reforma e deficiência da construção e aparelhamento nas escolas, especificamente, nos municípios de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. (Ascom Polícia Civil)