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Organização criminosa desviou mais de R$1,2 milhão do ProAcre

Quadrilha1A Polícia Civil desbaratou uma organização criminosa que atuava no desvio de recursos do ProAcre nos municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. Até agora, foram contabilizados prejuízos de R$ 1,2 milhão que deveriam ter servido para estruturar escolas, melhorar ações em saúde e dar incentivo à produção agroextrativista nas comunidades das regiões mais isoladas.

Os 23 mandados de busca e apreensão executados por mais de 80 policiais na Operação Límpidus resultaram na prisão do gerente do ProAcre no Vale do Juruá, Márcio Klinger Lima Ferreira (preso em Rio Branco e apontado como chefe da organização c

riminosa), da secretária de Educação de Porto Walter, Ivânia Ferreira da Silva, e de seu assessor direto, Rivelino Silva Guedes.
“Nós estamos na primeira fase da investigação”, explicou o secretário de Estado de Polícia Civil, Emylson Farias. O grupo estava sendo investigado há aproximadamente seis meses. “As duas quadrilhas instaladas nesses municípios têm características de organização criminosa, cada um de seus membros têm ação específica e função definida”.

Nos 2 municípios, foram apreendidos computadores, notebooks, câmeras fotográficas para evidenciar a “materialidade do crime e dar robustez às provas”. A partir da análise desses materiais, será possível saber qual a participação efetiva de cada integrante na organização criminosa.

Um ônibus foi enviado para Cruzeiro do Sul para auxiliar na execução dos mandados. Uma lancha e barcos para efetuar as prisões em regiões isoladas também estão sendo usados.

As prisões são temporá-rias com prazo legal de cinco dias, podendo ser renovadas por mais cinco, caso a autoridade que preside o inquérito entenda ser necessário.

O ProAcre (Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico Sustentável) foi criado na gestão do ex-governador Binho Marques e planejado para levar ações públicas efetivas e contínuas nas áreas de educação, saúde e produção agroextrativista nas comunidades mais isoladas, com população pobre ou extremamente pobre.
Como tem forte impacto no desenvolvimento comunitário, foi mantido na gestão do atual governador Tião Viana. Desde sua criação, o ProAcre demonstra efetividade nas ações públicas.

A descentralização dos recursos e a consequente dificuldade de controle da aplicação do dinheiro podem ser fatores que explicam a atuação da organização criminosa. “O Governo do Acre vai ser intransigente a qualquer tipo de crime de corrupção e vai dar o tratamento adequado que prevê a lei para punir quem tratou com desrespeito o dinheiro público”, anunciou o secretário Farias.

De acordo com a Polícia Civil, com a nomeação de Márcio Klinger Lima Ferreira na função de coordenador do programa na região, “iniciou-se um longo processo mesclado de atos de corrupção ativa e passiva, fraude, dissimulação, ameaças, ingerência política e improbidade”.

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